MP investiga Bolsonaro por associar Lula a regime de Assad, na Síria

Apuração foi aberta a pedido do Ministério da Justiça
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Inquérito foi aberto após denúncia anônima recebida pelo Ministério da Justiça. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) abriu um inquérito para apurar o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro no envio de uma mensagem que associa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a violações dos direitos humanos. Saiba mais na TVT News.

A apuração foi aberta após pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que em 7 de julho acionou a Polícia Federal (PF) para investigar possíveis crimes cometidos contra a honra de Lula, “além de eventuais crimes conexos”, segundo o ministério. 

A motivação para o processo teve origem em uma denúncia anônima recebida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, segundo a qual Bolsonaro teria disseminado pelo aplicativo de mensagens WhatsApp uma imagem vinculando Lula ao ex-ditador sírio Bashar al-Assad e à execução de pessoas LGBTQIA+. 

O envio do caso para investigação faz parte das atribuições do ministro da Justiça, que é obrigado a encaminhar a apuração de eventuais crimes contra a honra do presidente. 

A partir de uma análise de competência, o caso de Bolsonaro foi enviado pela Polícia Federal ao Ministério Público, que decidiu abrir o inquérito a ser conduzido pela Polícia Civil do DF, com supervisão da 5ª Vara Criminal de Brasília. 

Mensagens com Bolsonaro mostram que ex-presidente queria seguir no poder

Mensagens no celular do coronel Flávio Peregrino, assessor do ex-ministro bolsonarista general Braga Netto, mostram que Bolsonaro queria seguir no poder após perder as eleições de 2022, buscando apoio das Forças Armadas. A divulgação foi feita pelo jornal “O Estado de S.Paulo”.

O celular do coronel Flávio Peregrino foi apreendido pela Polícia Federal em dezembro de 2024 na mesma operação que levou à prisão de Braga Netto, que segue preso. O conteúdo encontrado no celular estava em documentos e em mensagens enviadas a ele mesmo pelo WhatsApp.

Em uma das mensagens no celular, o coronel diz que o líder das ações era o ex-presidente Jair Bolsonaro e afirma que os militares tentaram ajudá-lo porque “sempre foi a intenção dele” permanecer no poder mesmo após ter sido derrotado na eleição. O conteúdo divulgado pelo jornal reforça a acusação contra o ex-presidente, que será levada a julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

O que diziam as mensagens no celular apreendido

“A posição de muitos envolvidos (indiciados) é que buscaram sempre soluções jurídicas e constitucionais (Estado de Defesa e de Sítio, GLO e artigo 142). Tudo isso para achar uma solução e ajudar o Pres B [presidente Bolsonaro] a se manter no governo (pois SEMPRE foi a INTENÇÃO dele), em função de suspeitas de parcialidade no processo eleitoral e desconfiança nas urnas eletrônicas”, escreveu o coronel.

“Deixar colocarem a culpa nos militares que circundavam o poder no Planalto é uma falta total de gratidão do B [Bolsonaro] àqueles poucos, civis e militares, que não traíram ou abandonaram o Pres. B [Bolsonaro] após os resultados do 2º turno das eleições”, escreveu.

Com Agência Brasil

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