Dados do Censo 2022 do IBGE divulgados hoje, 9, sobre Trabalho e Rendimento mostram que mulheres no mercado de trabalho são mais escolarizadas, mas ganham menos do que homens, que ainda dominam as vagas de emprego. Confira detalhes do Censo do IBGE em TVT News.
Censo: homens ganham mais do que as mulheres no mercado de trabalho
O Censo 2022 do IBGE sobre Trabalho e Rendimento traz indicadores como o nível de ocupação, o rendimento de todos os trabalhos e a escolaridade da população ocupada no Brasil, Unidades da Federação e municípios.
O Censo 2022 também permite um recorte mais detalhado do que a PNAD Contínua para as atividades laborais e os grupos etários, além de trazer dados sobre os cinco grupos de cor ou raça: amarelos, brancos, pretos, pardos e indígenas.
Como está o trabalho e a renda no Brasil, de acordo com o Censo do IBGE
- Os três municípios com os maiores níveis de ocupação do país foram Fernando de Noronha/PE (82,9%), Vila Maria/RS (78,4%) e Serra Nova Dourada/MT (78,2%), com taxas bem acima da média do Brasil (53,5%) e das cinco regiões: Norte (48,4%), Nordeste (45,6%), Sudeste (56,0%), Sul (60,3%) e Centro-Oeste (59,7%).
- Em 2022, o nível da ocupação por grupos etários alcançava o seu máximo no grupo de 35 a 39 anos (72,8%) e o mínimo, entre 14 e 17 anos (11,1%). No grupo mais idoso (65 anos ou mais) esse indicador era 14,9%.
- O nível da ocupação dos homens foi superior ao das mulheres em todas as faixas etárias. Na faixa dos 35 a 39 anos, o nível da ocupação dos homens era 82,6% e o das mulheres, 63,6%.
- A escolaridade das mulheres no mercado de trabalho continua maior que a dos homens trabalhadores: 28,9% delas e 17,3% deles tinham nível superior completo.
- Entre as 21 atividades classificadas pelo Censo 2022, as maiores participações femininas estavam em Serviços domésticos (93,1%), Saúde humana e serviços sociais (77,1%) e Educação (75,3%). As menores foram: Construção (3,6%), Transporte, armazenagem e correio (9,3%) e Indústrias extrativas (14,4%).
- Em 520 (ou 9,3%) dos 5.571 municípios do país, o rendimento do trabalho era inferior a um salário mínimo (R$1.212). Por outro lado, em 19 municípios, este indicador superava quatro salários mínimos (R$ 4.848).
- Os três municípios com os menores rendimentos médios mensais do trabalho, em 2022, foram Cachoeira Grande/MA (R$ 759), Caraúbas do Piauí/PI (R$ 788) e Mulungu do Morro/BA (R$ 805). Já os três maiores foram Nova Lima/MG (R$ 6.929), São Caetano do Sul/SP (6.167) e Santana de Parnaíba/SP (R$ 6.081).
- Em 2022, enquanto mais de um terço (35,3%) dos trabalhadores do país recebia até um salário mínimo (R$ 1,212), apenas 7,6% deles recebiam mais de cinco salários mínimos.
- Em qualquer nível de instrução, os homens ocupados recebiam rendimentos médios mensais superiores aos das mulheres ocupadas. A maior diferença estava no nível superior completo: R$ 7.347 para os trabalhadores e R$ 4.591 para as trabalhadoras.
- Os grupos de cor ou raça amarela e branca recebiam os maiores rendimentos do trabalho. Isso ocorria em qualquer nível de instrução analisado. A maior discrepância foi no nível superior completo: Amarelos (R$ 8.411), Brancos (R$ 6.547), Pardos (R$ 4.559), Pretos (R$ 4.175), Indígenas (R$ 3.799).
- Em 2022, o rendimento mensal domiciliar per capita da população foi de R$ 1.638. Os cinco municípios líderes neste indicador foram Nova Lima/MG (R$ 4.300), São Caetano do Sul/SP (R$ 3.885), Florianópolis/SC (R$ 3.636), Balneário Camboriú/SC (R$ 3.584) e Niterói/RJ (R$ 3.577). No extremo oposto, estavam Uiramutã/RR (R$ 289), Bagre/PA e Manari/PE (ambos com R$ 359), Belágua/MA (R$ 388) e Cachoeira Grande/MA (R$ 389)
- O rendimento domiciliar per capita das populações amarela (R$ 3.520) e branca (R$ 2.207) supera o das populações preta (R$ 1.198), parda (R$ 1.190) e indígena (R$ 669).
- Considerando as classes de rendimento em salários mínimos, 13,3% da população brasileira tinham rendimento domiciliar per capita médio de até ¼ salário mínimo.
- Por cor ou raça, a proporção de pessoas com rendimento mensal domiciliar per capita de até ¼ salário mínimo é menor entre as pessoas de cor amarela (6,6%) e branca (8,7%) e maior entre as pessoas de cor preta (14,9%), parda (17,0%) e indígena (41,0%).

Quais cidades do Brasil têm maior renda média?
Em 520 dos 5.571 municípios do país, ou, 9,3% do total, o rendimento nominal médio mensal de todos os trabalhos das pessoas ocupadas estava abaixo de um salário mínimo (R$1.212). Por outro lado, em 19 municípios, este indicador superava R$ 4.848, ou seja, mais de quatro salários mínimos.
Os 10 municípios com os maiores rendimentos médios do trabalho estavam no Sul e Sudeste, com destaque para Nova Lima/MG (R$ 6.929), São Caetano do Sul/SP (6.167) e Santana de Parnaíba/SP (R$ 6.081).
Jà os dez municípios com os menores rendimentos médios mensais de todos os trabalhos estavam no Nordeste, e o menor valor foi o de Cachoeira Grande/MA (R$ 759), com Caraúbas do Piauí/PI (R$ 788) e Mulungu do Morro/BA (R$ 805) a seguir.
Qual cidade do Brasil tem maior rendimento domiciliar per capita?
Nova Lima (MG) tem o maior rendimento domiciliar per capita e Uiramitã (RR), o menor
Em 2022, o rendimento mensal domiciliar per capita da população foi de R$ 1.638. As três Unidades da Federação com os maiores valores para esse indicador foram Distrito Federal (R$ 2.999), Santa Catarina (R$ 2.220) e São Paulo (R$ 2.093). Já os menores valores estavam no Maranhão (R$ 900), Amazonas (R$ 980) e Pará (R$ 994).
Em 2022, os dez municípios com os maiores valores do rendimento domiciliar mensal per capita estavam no Sudeste e no Sul do país, com destaque para Nova Lima/MG (R$ 4.300), São Caetano do Sul/SP (R$ 3.885), Florianópolis/SC (R$ 3.636), Balneário Camboriú/SC (R$ 3.584) e Niterói/RJ (R$ 3.577).
Os 10 municípios com os menores valores desse indicador estavam no Norte e no Nordeste, com destaque pera Uiramutã/RR (R$ 289), Bagre/PA e Manari/PE (ambos com R$ 359), Belágua/ MA (R$ 388) e Cachoeira Grande/MA (R$ 389).
Nível de ocupação dos homens (62,9%) supera o das mulheres (44,9%)
A diferença do nível de ocupação entre os sexos permaneceu nítida em 2022, com percentuais de 62,9% para os homens e 44,9% para as mulheres.
O recorte por cor ou raça mostrou semelhanças nas categorias branca, preta, amarela e parda: o nível de ocupação dos homens variou de 64,6% (pretos) a 61,3% (pardos) e o das mulheres, de 47,4% (brancas) a 42,1% (pardas). Já a população indígena apresentou nível de ocupação menor, tanto para homens (48,1%) quanto para mulheres (30,8%).
28,9% das mulheres no mercado têm superior completo, contra 17,3% dos trabalhadores homens
Em 2022, a população ocupada feminina tem escolaridade maior do que a masculina. Enquanto 28,9% das mulheres ocupadas tinham nível superior completo, entre os homens ocupados este percentual era 17,3%. Por outro lado, 43,8% dos homens ocupados não tinham ensino médio completo, enquanto entre as mulheres, este percentual era 29,7%.
Nas faixas de menor instrução, a representatividade masculina também foi maior: 17,4% dos homens tinham ensino médio incompleto, contra 13,5% das mulheres, e 26,4% deles tinham o fundamental incompleto, ante 16,2% das mulheres ocupadas.
Censo mostra que desigualdades de renda por sexo e por cor ou raça permanecem
Em 2022, em qualquer nível de instrução analisado, os homens ocupados recebiam rendimentos mensais de todos os trabalhos superiores aos das mulheres no mercado de trabalho. A maior diferença estava no nível superior completo: R$ 7.347 para os trabalhadores homens e R$ 4.591 para as mulheres trabalhadoras.
Profissionais com ensino superior têm maior diferença de salário entre os gêneros: média do salário de trabalhadores homens era de R$ 7.347, enquanto as mulheres no mercado de trabalho recebiam R$ 4.591
Considerando-se os cinco grupos de cor ou raça analisados pelo Censo 2022, as pessoas ocupadas declaradas como amarela, seguidas pelas de cor ou raça branca, recebiam os rendimentos médios nominais mensais de todos os trabalhos mais elevados em todos os níveis de instrução. A maior discrepância ocorreu no nível Superior completo: Amarelos (R$ 8.411), Brancos (R$ 6.547), Pardos (R$ 4.559), Pretos (R$ 4.175), Indígenas (R$ 3.799).
Mais da metade (52,1%) da população ocupada amarela tem nível superior completo
Considerando-se a cor ou raça, as pessoas ocupadas classificadas como indígenas (34,7%), pretas (27,0%) e pardas (26,0%) apresentaram os maiores percentuais de ocupados sem ensino fundamental completo. No outro extremo, mais da metade dos ocupados de cor ou raça amarela (52,1%), e quase um terço da população ocupada branca (30,7%), tinham o ensino superior completo.

60,8% dos profissionais das ciências e intelectuais são mulheres
Mesmo tendo uma participação inferior à metade (43,6%) na população ocupada do país, as mulheres superaram os homens em três dos dez grandes grupos de ocupação aqui analisados:
- Profissionais das ciências e intelectuais (60,8),
- Trabalhadores de apoio administrativo (64,9) e
- Trabalhadores dos serviços, vendedores dos comércios e mercados (58,9%).
Por outro lado, em dois grandes grupos a participação feminina foi inferior a 10%:
- Operadores de instalações e máquinas e montadores (7,4%) e
- Membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares (9,3%).
O Censo demográfico permite detalhar as participações de homens e mulheres dentro das 21 seções de atividades ocupacionais:
Serviços domésticos tinha a maior participação feminina (93,1%), seguida por Saúde humana e serviços sociais (77,1%), Educação (75,3%), Outras atividades de serviços (66,8%), e Alojamento e alimentação (61,2%).
Já as seções com menor representatividade feminina foram Construção (3,6%), Transporte, armazenagem e correio (9,3%) e Indústrias extrativas (14,4%).
Mulheres no mercado de trabalho: participação feminina é maior em serviços domésticos (93,1%), saúde (77,1%) e educação (75,3%)
População amarela tem o maior rendimento domiciliar per capita e indígena, o menor
Os valores do rendimento mensal domiciliar per capita para as populações amarela (R$ 3.520) e branca (R$ 2.207) estão bem acima dos valores encontrados para as populações preta (R$ 1.198), parda (R$ 1.190) e indígena (R$ 669).

Ao considerar conjuntamente sexo e cor ou a raça, o Censo mostra diferenças marcantes: o rendimento domiciliar per capita de um homem identificado como amarelo (R$ 3.649) equivale a mais de cinco vezes o de uma mulher identificada como indígena (R$ 665).