Nas refinarias da Petrobras, combustíveis fecham 2024 com queda de mais de 20% em relação ao extinto PPI

Combustíveis da estatal também ficaram abaixo dos valores cobrados pelas refinarias privatizadas da Bahia e do Amazonas
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Gasolina fechou o ano com queda de 0,9%. Foto: André Motta de Souza/Agência Petrobras

Os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha (GLP) praticados pelas refinarias da Petrobras encerraram 2024 abaixo dos registrados em 31 de dezembro de 2022, quando predominava a política de preço de paridade de importação (PPI), e ficaram inferiores aos cobrados pelas refinarias privatizadas da Bahia (refinaria de Mataripe, administrada pela Acelen) e do Amazonas (refinaria Ream, do grupo Atem).

No diesel, a queda no preço do litro, nas refinarias da estatal, foi de 21,6%, fechando 31 de dezembro de 2024 em R$ 3,5490 face aos R$ 4,5279 no último dia de 2022. Foi a empresa que mais reduziu preço, sem prejuízo de suas margens de lucro e rentabilidade. Enquanto isso, na mesma comparação, a diminuição de preço na Acelen foi de 13,1%, com o litro do diesel a R$ 3,7024 em 31 de dezembro último, e na refinaria do grupo Atem o recuo foi de 14,3%, com o diesel a R$ 4,1295.

Nos demais derivados, como na gasolina e no GLP, a Petrobras foi a única empresa a praticar, em 2024, preços inferiores aos de 2022, com queda de 16,9% no preço do botijão de 13 quilos, em 31 de dezembro de 2024, na comparação com 31 de dezembro de 2022. Com isso, o botijão de GLP processado nas refinarias da Petrobras encerrou o ano passado em R$ 34,9490. Enquanto isso, o produto produzido pela Acelen ficou em R$ 55,8142, com alta de 2,6% em relação ao valor praticado em 31 de dezembro de 2022.

Na gasolina, foi verificado o mesmo comportamento: a Petrobras fechou o ano de 2024 com queda de 0,9% no preço do litro do combustível (litro a R$ 3,0550). Já na Acelen a gasolina subiu 0,3% e na refinaria da Atem aumentou 4,8%, ficando em R$ 3,7171.

“A promessa de campanha do presidente Lula de abrasileirar os preços dos combustíveis foi cumprida pela Petrobras, empresa que deu importante contribuição para frear a volatilidade do mercado, oferecendo preços dos combustíveis mais baixos que há dois anos, quando prevalecia a famigerada política do PPI)”, destacou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar. Ele lembra, contudo, que essa conquista foi possível em grande parte à luta dos trabalhadores, que desempenharam papel decisivo para o fim do PPI e retomada do papel da Petrobras como indutora do desenvolvimento econômico e social do país.

Bacelar lamenta, porém, que, mesmo com a extinção do PPI, Acelen e Atem continuaram a praticar preços de combustíveis os mais elevados do país.

Os dados sobre preços dos derivados de petróleo foram elaborados pelo economista Cloviomar Cararine, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/seção Fup), com base em relatórios divulgados pelas empresas. (Vide tabela abaixo). “Apesar da importante contribuição da Petrobras ao controle da inflação dos combustíveis em 2024, a atuação da empresa é limitada, pois, com a privatização da BR Distribuidora, a empresa não chega mais ao consumidor final de derivados”, destacou Cararine.

A Petrobras busca alternativas de participação no mercado de distribuição, com a venda de derivados especiais para grandes consumidores, como o diesel coprocessado com óleo vegetal e combustível marítimo (bunker) renovável. A FUP defende, contudo, a retomada da Petrobras na cadeia de distribuição de derivados.

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