Novo Código Disciplinar da FIFA torna punições mais rigorosas para casos de racismo

Clubes ou associações podem ser multados a partir de R$ 137 mil e sofrer restrições de público
edificio-central-da-sede-da-fifa-em-zurique-suica-foto-wikimedia-communs-tvt-news
Edifício central da sede da FIFA em Zurique, Suíça. Foto: Wikimedia Communs

A Federação Internacional de Futebol (FIFA) divulgou nesta quinta-feira (29) a nova versão de seu Código Disciplinar, que amplia e endurece as punições para casos de racismo. O documento foi aprovado por 211 Associações-Membros em reunião do Conselho da entidade realizada neste mês. Saiba mais em TVT News.

O artigo 15, que trata de “Discriminação e Racismo”, reforça o protocolo estabelecido no ano passado: o árbitro deve identificar episódios de racismo e seguir os três passos previstos — interromper a partida, suspender temporariamente e, se necessário, encerrar o jogo.

A nova versão também autoriza que jogadores e demais participantes comuniquem diretamente ao árbitro casos de racismo, permitindo a aplicação imediata das medidas previstas no protocolo.

As sanções financeiras foram significativamente elevadas: clubes e federações poderão ser multados em até 5 milhões de francos suíços, o equivalente a cerca de R$ 34 milhões.

De acordo com o documento, a FIFA poderá intervir em associações que não cumprirem as novas diretrizes de combate ao racismo e, se considerar necessário, recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS) para contestar decisões inadequadas.

As associações filiadas têm prazo até 31 de dezembro de 2025 para implementar integralmente as novas regras.

Durante o Congresso da FIFA, realizado neste mês em Assunção, no Paraguai, o presidente Gianni Infantino reforçou que a luta contra a discriminação é uma prioridade da federação. Ele afirmou que a entidade tem atuado em parceria com governos e escritórios da ONU para que o racismo seja criminalizado em todos os países.

“Racismo não é só um problema para atacar no futebol, racismo é simplesmente um crime. Por isso, estamos trabalhando com diferentes governos e com a ONU para garantir que a luta contra o racismo esteja inserida na legislação criminal de cada país do mundo”, declarou Infantino.

gianni-infantino-presidente-da-fifa-foto-wikimedia-communs-tvt-news
Gianni Infantino, presidente da FIFA. Foto: Wikimedia Communs

Etapas do protocolo antirracismo da FIFA:

  • O árbitro deve parar o jogo e pedir um anúncio (pelo sistema de som e/ou telão) exigindo o fim do comportamento racista.

  • Caso os atos continuem, o árbitro pode suspender a partida temporariamente, com a saída dos times de campo e um novo anúncio de advertência.

  • Finalmente, se o comportamento ainda persistir, o árbitro pode determinar o fim da partida, com derrota do time associado aos atos racistas.

Leia mais:

Jogador do Talleres acusa Bobadilla, do São Paulo, de xenofobia em partida da Libertadores

Jogador do América-MG é preso em flagrante após ser acusado de racismo

Jogador do Palmeiras é vítima de racismo em jogo sub-20 da Conmebol

Governo lança iniciativa de combate ao racismo no esporte

Conmebol cria força-tarefa contra racismo liderada por Ronaldo

Assuntos Relacionados