Em discurso nesta terça-feira (8), o presidente Lula defendeu que o Brasil e a Índia sejam membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A afirmação se alinha com a proposta do petista de reforma e ampliação da instituição. Saiba mais na TVT News.
Brasil e Índia na ONU
O presidente Lula e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, realizaram uma reunião bilateral nesta terça-feira (8) após a Cúpula do Brics, em que ambos os países fazem parte.
O resultado dessa reunião foi anunciado no início desta tarde. No discurso, Lula reforçou a defesa de que o Brasil seja membro permanente do Conselho de Segurança da ONU junto a Índia.
No momento, apenas 5 países são membros permanentes do Conselho de Segurança, eles também foram os países considerados vencedores da Segunda Guerra Mundial e tiveram papel fundamental na criação da instituição.
Até o momentos, os dois países participaram do Conselho de Segurança da ONU apenas como membros temporários.
“É inaceitável que países do porte da Índia e do Brasil não ocupem assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU”, afirmou Lula.
No primeiro dia da Cúpula do Brics, que aconteceu na sexta-feira (4), Lula criticou a falta de atuação da ONU para impedir o genocídio palestino pelo Estado de Israel.
Segundo ele, o multilateralismo vive seu pior momento desde a Segunda Guerra Mundial, e a ONU tornou-se irrelevante diante dos principais conflitos do planeta.
“O problema nosso não é nem econômico, é político. Há muito tempo eu não via o mundo carente de lideranças políticas como nós temos hoje. Há muito tempo, não via nossa ONU tão insignificante como ela está hoje”, afirmou o presidente.
Outros acordos entre o Brasil e a Índia
O presidente Lula anunciou que o Brasil e a Índia vão trabalhar em conjunto no desenvolvimento de inovações no setor de produção de alimentos. “Mostraremos que é possível aliar redução nas emissões de gases de efeito estufa e crescimento econômico e inclusão social”, diz Lula.
O acordo envolve a Embrapa e o Conselho Indiano de Pesquisa Agrícola.
A Índia foi fundamental para o desenvolvimento da pecuária brasileira, porque grande parte do gado brasileiro é da espécie chamada “zebu”, originalmente dos países asiáticos, como a Índia.
“90% do rebanho zebuíno brasileiro é resultado de 60 anos de intensa cooperação bilateral em melhoramento genético”, explicou o presidente brasileiro.
Durante a reunião bilateral, Lula conseguiu impulsionar o mercado brasileiro de motores flex para a Índia, ao estabelecer que a Índia vai ampliar a mistura de etanol na gasolina para 20% e 5% na proporção de biodiesel no óleo diesel.
No Brasil, a proporção é de 30% de etanol à gasolina e 15% de biodiesel ao diesel e a tecnologia de motores flex brasileiro é pioneira no mundo.
Ambos os países também são parceiros na Aliança Global para Biocombustíveis, lançada na presidência indiana do G20.
O presidente Lula quer criar um centro de excelência em infraestruturas públicas digitais a partir do conhecimento indiano em dados, códigos e modelos abertos. O método tecnológico indiano “se contrapõem à dinâmica concentradora de empresas privadas”, expõe Lula.
Lula também tem “interesse em colaborar no desenvolvimento e na produção de vacinas e medicamentos, a fim de fortalecer o complexo industrial da saúde brasileiro”.
O presidente brasileiro também quer aproximar as duas nações na busca de melhoramento na defesa nacional. Os países assinaram o Acordo sobre Combate ao Terrorismo e ao Crime Organizado Transnacional.
Segundo fonte do Exército para a CNN Brasil, também estava sendo negociado a comprar de mísseis para sistema de defesa antiaérea. Mas a negociação foi congelada e pode ter sido assunto na reunião entre os dois líderes.
O Brasil vai enviar tecnologia e expertise da Embraer para a Índia concluir o plano UDAN para que “todos os indianos possam voar”. A medida fortalecerá um novo mercado aéreo para a tecnologia brasileira.
Os acordos impulsionam principalmente a economia brasileira, com o objetivo de chegar a pelo menos 15 bilhões de dólares de fluxo comercial e na sequência triplicar esse valor em “em curto prazo”, falou Lula.