O Rio de Janeiro passa pela maior operação de segurança em 15 anos, de acordo com o governo do estado.
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Ao todo, 2,5 mil policiais civis e militares foram mobilizados em ações nos complexos do Alemão e da Penha. O objetivo, de acordo com o governo do Estado é capturar lideranças criminosas e conter a expansão territorial do Comando Vermelho.
A operação, que deixa pelo menos 64 mortos é também a mais letal, superando o número de mortos da operação no Jacarezinho, considerada uma chacina, que deixou 28 mortos, em 2021.
Números da operação policial do Rio de Janeiro atualizados até 18h deste dia 28
A Polícia Civil do Rio de Janeiro atualizou no final da tarde desta terça (28) os números da megaoperação realizada no Complexo do Alemão e na Penha,
- 64 mortes: a polícia do Rio trata 60 pessoas como suspeitos e 4 são policiais, sendo um delegado
- 9 pessoas feridas
- 81 prisões
- 75 fuzis apreendidos

Planejamento da operação policial aconteceu há 1 ano
De acordo com o governo do estado, a operação foi deflagrada após mais de um ano de investigação e 60 dias de planejamento. A operação cumpre centenas de mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pela Justiça a partir de inquéritos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
O balanço parcial registra 81 presos, 72 fuzis apreendidos e grande quantidade de drogas ainda em contabilização.
“Estamos atuando com força máxima e de forma integrada para deixar claro que quem exerce o poder é o Estado. Os verdadeiros donos desses territórios são os cidadãos de bem, trabalhadores. Seguiremos firmes na luta contra o crime organizado. O que estamos enfrentando não é mais crime comum, é narcoterrorismo.
Os criminosos estão usando tecnologia de guerra: drones, bombas e armamentos pesados. Mas o Estado está preparado”, disse o governador Cláudio Castro, durante entrevista coletiva realizada nesta manhã, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).
O município do Rio de Janeiro entrou em estágio 2 de atenção, o que significa risco de ocorrência de alto impacto.
Segundo o Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio de Janeiro, vias no entorno dos complexos do Alemão, Penha, Chapadão, São Francisco Xavier, na zona norte; Freguesia, em Jacarepaguá; e Taquara, na zona sudoeste, passam por interdições temporárias em função de ocorrências policiais. Mais de 100 linhas tiveram os itinerários alterados.
Expansão
No X, termos como Comando Vermelho e Hell de Janeiro estão entre os mais comentados nacionalmente. Pessoas compartilham nas redes sociais vídeos nesta terça-feira registrando tiroteios, fumaça e as interdições das vias.
Segundo pesquisa divulgada no ano passado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF) e pelo Instituto Fogo Cruzado, o Comando Vermelho foi a única facção criminosa a expandir seu controle territorial de 2022 para 2023, no Grande Rio. Com o aumento de 8,4%, a organização ultrapassou as milícias e passou a responder por 51,9% das áreas controladas por criminosos na região.
A pesquisa mostrou que o CV retomou a liderança de 242 km² que tinham sido perdidos para as milícias em 2021. Naquele ano, 46,5% das áreas sob controle criminoso pertenciam às milícias e 42,9% ao Comando Vermelho.
Mais de 50 ônibus viraram barricada
Mais de 50 ônibus foram utilizados como barricadas no Rio de Janeiro, durante a Operação Contenção da Polícia Militar, realizada desde a madrugada desta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, zona norte da cidade. As informações são da Rio Ônibus, o sindicato das empresas de ônibus da cidade. Segundo a PM, criminosos da facção Comando Vermelho receberam ordens para fechar as principais vias da cidade.


Segundo a Rio Ônibus, os números “aumentam a cada instante”, por isso é difícil consolidar o impacto total. “Mais de 120 linhas tiveram itinerários impactados. A mobilidade urbana está afetada em inúmeros pontos da cidade. As principais regiões afetadas são: Anchieta, Méier, Serra Grajaú-Jacarepaguá, Av. Brasil, Linha Amarela, Cidade de Deus, Chapadão, Engenho da Rainha, Complexo do Alemão e Penha”, informou a empresa em nota.
A MobiRio, empresa pública que administra os corredores de ônibus do BRT (Bus Rapid Transit), informou que a operação policial provocou a interrupção de alguns serviços por motivos de segurança. As linhas afetadas durante esta tarde são: 31 – Alvorada x V. Carvalho; 35 – Madureira X Alvorada; 40 – Madureira X Alvorada; 41 – Madureira X T. Recreio; 42 – Galeão X Manaceia; 43 – S. Efigênia x Fundão; 46 – Penha X Alvorada; 67 – Campo Grande X Deodoro; e 68 – Bangu x Deodoro.
As empresas responsáveis pelo VLT (rede de veículos leves sobre trilhos), trens interestaduais (SuperVia) e metrô (MetrôRio) informaram que todas as linhas estão funcionando normalmente neste momento.

Aulas suspensas após megaoperação policial
Por causa dos desdobramentos da megaoperação policial no Complexo do Alemão e no Complexo da Penha contra facção criminosa no Rio de Janeiro, aulas foram interrompidas em diferentes níveis de ensino. A Secretaria Municipal de Educação informa que, na região do Alemão, 31 escolas tiveram aulas suspensas. Na Penha, 17 escolas ficaram sem aulas.

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) avisa que as atividades do período noturno nas unidades acadêmicas e administrativas da região metropolitana do Rio também estão suspensas.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) orienta que alunos, professores e funcionários evitem a Ilha do Fundão, onde funcionam a maior parte dos cursos da instituição. Aqueles que estiverem neste momento no principal campus da universidade devem se manter abrigados nos prédios. As aulas noturnas estão canceladas em todos campi da cidade do Rio de Janeiro e de Duque de Caxias (Baixada Fluminense).
A reitoria da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) anunciou o cancelamento de atividades letivas e administrativas presenciais. Conforme nota, o restaurante universitário não vai funcionar para o jantar e o transporte entre os campi funcionará até as 16h30, quando sairá o último veículo na rota circular do Terminal Gentileza. A reitoria recomenda “o abono das faltas do dia devido à dificuldade de acesso aos campi.”
A Universidade Federal Fluminense (UFF) também recomendou a suspensão das aulas e demais atividades acadêmicas hoje; e pede que alunos, professores e funcionários evitem a circulação nas regiões impactadas pelas ocorrências policiais, busquem locais seguros e mantenham-se informados sobre os desdobramentos da operação.
O município do Rio de Janeiro entrou em estágio 2 de atenção, o que significa risco de ocorrência de alto impacto, por conta da operação das polícias Militar e Civil deflagrada nesta terça-feira (28) na região dos complexos da Penha e do Alemão. De acordo com o governo do estado, a ação mobiliza 2,5 mil policiais civis e militares para prender lideranças criminosas e impedir o fortalecimento do Comando Vermelho.
Segundo o Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio de Janeiro, vias no entorno dos complexos do Alemão, Penha, Chapadão, São Francisco Xavier, na zona norte; Freguesia, em Jacarepaguá; e Taquara, na zona sudoeste, passam por interdições temporárias em função de ocorrências policiais.
Com vias interditadas, Rio de Janeiro entra em estágio 2 de atenção
O município do Rio de Janeiro entrou em estágio 2 de atenção, o que significa risco de ocorrência de alto impacto, por conta da operação das polícias Militar e Civil deflagrada nesta terça-feira (28) na região dos complexos da Penha e do Alemão. De acordo com o governo do estado, a ação mobiliza 2,5 mil policiais civis e militares para prender lideranças criminosas e impedir o fortalecimento do Comando Vermelho.

Segundo o Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio de Janeiro, vias no entorno dos complexos do Alemão, Penha, Chapadão, São Francisco Xavier, na zona norte; Freguesia, em Jacarepaguá; e Taquara, na zona sudoeste, passam por interdições temporárias em função de ocorrências policiais.
Segundo a Rio Ônibus, mais de 100 linhas tiveram os itinerários alterados. De acordo com a Mobi-Rio, os corredores Transbrasil e Transcarioca do BRT, além dos serviços de conexão do BRT, foram impactados pelas ocorrências.
As recomendações da prefeitura são:
- Evite circular nas regiões impactadas pelas ocorrências policiais;
- Permaneça em local seguro;
- Mantenha-se informado através dos meios de comunicação e canais oficiais do COR;
- Baixe o aplicativo do COR.Rio, disponível para Android (http://bit.ly/appcor_android) ou iOS (http://bit.ly/appcor_ios );
- Se necessário, use os telefones de emergência 190 (Polícia Militar) e 193 (Corpo de Bombeiros).
A operação, que ainda está em curso, deixou pelo menos 60 mortos. De acordo com o governo do estado, até o momento, 81 pessoas foram presas, 72 fuzis apreendidos e “grande quantidade de drogas ainda em contabilização”.
Direitos Humanos
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) informou, em nota, que acompanha “com extrema preocupação a escalada de violência provocada pela megaoperação”.
A comissão informou que vai oficiar o Ministério Público e as polícias Civil e Militar cobrando explicações sobre as circunstâncias da ação, “que transformou novamente as favelas do Rio em cenário de guerra e barbárie”.
Para a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, deputada Dani Monteiro (PSOL), “nenhuma política de segurança pode se sustentar sobre esse banho de sangue”.
“O Estado não pode continuar tratando a vida de todas as vítimas como descartável, nem as favelas como território inimigo ou palco de espetáculo. É preciso garantir a proteção de moradores e policiais, priorizando direitos, inteligência e planejamento em vez de violência e terror”, afirmou a deputada.
PT reage
Em nota, o presidente do PT, Edinho Silva, acusa o governador Cláudio Castro de politizar a ação policial convertida em tragédia. Ele lembra casos bem-sucedidos de combate ao crime organizado realizados com a participação da Polícia Federal que não resultaram em mortes.
Mariana Tokarnia, Rafael Cardoso e Anna Karina de Carvalho – Repórteres da Agência Brasil
