O filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, está pré-indicado ao Oscar de Melhor Longa-Metragem Internacional. É a primeira vez que um filme brasileiro retorna para essa etapa da nomeação desde 2008, quando o filme O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias, de Cao Hamburger.
A produção brasileira dirigida por Walter Salles permanece em cartaz nos cinemas brasileiros e já ultrapassou a marca de dois milhões de espectadores. A TVT News assistiu e recomenda o filme, mas leve um lencinho para limpar as lágrimas no final da sessão.
A obra levou o prêmio de melhor roteiro na 81ª edição do Festival de Cinema de Veneza. Na ocasião, Ainda Estou Aqui foi aplaudido por dez minutos após a primeira exibição.
Os roteiristas Murilo Hauser e Heitor Lorega receberam o estimado prêmio e dedicaram a vitória à protagonista do filme, a atriz Fernanda Torres, que não pôde estar presente no momento da premiação. No fim do discurso, eles homenagearam o cinema nacional com a frase de resistência: “Viva o cinema brasileiro!”
Ainda neste mês de dezembro, o longa recebeu duas indicações ao prêmio Globo de Ouro. O primeiro foi o melhor filme em língua não inglesa. O segundo foi para Fernanda Torres indicada ao prêmio de Melhor Atriz em Filme de Drama, pela atuação como Eunice.
As premiações anteriores servem como termômetro para o Oscar, por isso as expectativas para a lista oficial que será divulgada no dia 17 de janeiro permanecem altas. Para a principal condecoração do cinema mundial, ainda se espera que Fernanda Torres seja indicada na categoria de Melhor Atriz do Oscar.
Fator decisivo para a qualidade e reconhecimento de Ainda Estou Aqui é que se trata de uma produção de Walter Salles. Salles é reconhecido mundialmente não apenas pela seu olhar artístico e competência, já postas a prova, mas também é considerado o terceiro cineasta mais rico do mundo. Em Central do Brasil, ele foi fundamental para que Fernanda Montenegro fosse indicada a melhor atriz no Oscar de 1999.
Primeiro longa-metragem de Walter Salles em 12 anos é baseado no livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva e conta a história da mãe do escritor, Eunice, que se torna ativista política depois de enfrentar a morte do marido, Rubens Paiva, vítima da ditadura militar brasileira. A obra também joga luz para um momento da história que ainda está nebuloso na memória dos brasileiros.