O mês de outubro marca a campanha de conscientização sobre o câncer de mama. Esse é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), quando diagnosticado precocemente, as chances de cura chegam a 95%. Leia sobre o outubro rosa com a TVT News.
Outubro rosa: detecção precoce pode garantir até 95% de cura no câncer de mama
O Outubro Rosa é o mês globalmente dedicado à conscientização e ao combate ao câncer de mama, o tipo de câncer que mais afeta e mata mulheres em todo o mundo. E além da importância da testagem, especialistas reforçam que a prevenção através da medicina do estilo de vida é uma ferramenta poderosa e muitas vezes subestimada contra essa ameaça perigosa.
“A mamografia é um passo essencial para cuidar da saúde da mulher, mas não é o único. Quando associamos exames de rotina a escolhas saudáveis no dia a dia, como se alimentar bem e praticar atividades físicas, criamos uma poderosa rede de proteção contra o câncer de mama”, afirma Miguel Lemos, médico e coordenador da pós-graduação em Medicina do Estilo de Vida da Afya.
O especialista relembra que a mamografia e a consulta médica regular facilitam o diagnóstico precoce e aumentam as chances de cura em até 95%. “A prevenção é uma jornada diária, e o Outubro Rosa é o momento ideal para lembrarmos disso.”
Outubro rosa: Ministério da Saúde passa a recomendar mamografia a partir dos 40 anos
O Ministério da Saúde passou a recomendar o acesso a mamografia, via Sistema Único de Saúde (SUS), para mulheres de 40 a 49 anos – mesmo que não haja sinais ou sintomas de câncer de mama. De acordo com a pasta, a faixa etária concentra 23% dos casos da doença, e a detecção precoce aumenta as chances de cura.
Até então, a orientação era que o exame fosse feito a partir dos 50 anos.
A medida faz parte de um conjunto de ações anunciadas nesta terça-feira (23) voltado para a melhoria do diagnóstico e da assistência. A recomendação para mulheres a partir dos 40 anos é que o exame seja feito sob demanda, em decisão conjunta com o profissional de saúde.
“A paciente deve ser orientada sobre os benefícios e desvantagens de fazer o rastreamento. Mulheres nesta idade tinham dificuldade com o exame na rede pública de saúde por conta da avaliação de histórico familiar ou necessidade de já apresentar sintomas”, informou o ministério em nota.
As mamografias via SUS em pacientes com menos de 50 anos, de acordo com a pasta, representam 30% do total, o equivalente a mais de 1 milhão apenas no ano de 2024.

Ampliação da faixa etária para mamografia a cada dois anos
Outra medida anunciada é a ampliação da faixa etária para o rastreamento ativo – quando a mamografia é solicitada de forma preventiva a cada dois anos. A idade limite, até então, era 69 anos. Agora, passa a ser 74 anos. Dados do ministério revelam que quase 60% dos casos de câncer de mama estão concentrados entre 50 e 74 anos.
“A ampliação do acesso à mamografia aproxima o Brasil de práticas internacionais, como as adotadas na Austrália, e reforça o compromisso em garantir diagnóstico precoce e cuidado integral às mulheres brasileiras. O câncer de mama é o mais comum e o que mais mata mulheres, com 37 mil casos por ano”, reforçou a pasta.
Os números mostram que, em 2024, cerca de 4 milhões de mamografias para rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos foram realizados no SUS.

Outubro Rosa: além da prevenção, conheça os hábitos que podem evitar o câncer de mama
A medicina do estilo de vida foca em seis pilares principais: alimentação saudável, atividade física, sono de qualidade, controle do estresse, relacionamentos interpessoais positivos e a cessação do tabagismo e consumo de álcool. Adotar esses hábitos não apenas melhora a qualidade de vida, mas também reduz significativamente o risco de desenvolvimento de diversas doenças, incluindo o câncer.
“A conscientização não é apenas sobre o diagnóstico, mas sobre o futuro. As taxas de cura para o câncer de mama são excepcionalmente altas quando detectado em estágios iniciais. Fazer a mamografia regularmente é a melhor forma de detectar a doença cedo”, afirma o Dr. Edison Mantovani, mastologista do IBCC Oncologia.
Um estudo recente realizado com mulheres que sobreviveram ao câncer de mama publicado pelo New England Journal of Medicine (NEJM), por exemplo, indica que a prática regular de exercícios foi capaz de reduzir em 28% o risco de o câncer retornar ou de o paciente desenvolver novos tumores. O grupo de pacientes que participou do programa de exercícios teve uma redução de 37% no risco de morte.

Estudos internacionais ainda mostram que o consumo de álcool pode aumentar em mais de 20% a probabilidade de se desenvolver a doença e que dietas ricas em alimentos ultraprocessados e fast food também estão relacionadas ao risco até 25% maior de diagnóstico de câncer de mama.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que o número de óbitos por essa doença tenha ultrapassado a marca de 18 mil em 2021, a grande maioria mulheres. O país registrou aproximadamente 73.610 novos casos de câncer de mama por ano no biênio 2023-2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
As regiões Sul e Sudeste apresentam as taxas mais altas de mortalidade ajustada, e pesquisas recentes mostram que cerca de 40% das brasileiras ainda desconhecem fatores de prevenção para o câncer de mama, evidenciando a necessidade de campanhas educativas mais assertivas.
Em todo mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2022, tenham sido diagnosticados cerca de 2,3 milhões de novos casos da doença, resultando em aproximadamente 670 mil mortes. O câncer de mama é hoje o tipo mais frequente entre mulheres em 157 de 185 países monitorados pela OMS, e metade dos casos ocorre em pessoas sem fatores de risco específicos além do sexo e da idade. Esses números reforçam a urgência de estratégias universais de prevenção e detecção precoce.
IBCC Oncologia promove ações de conscientização
O IBCC Oncologia preparou uma série de ações de conscientização e humanização ao longo do outubro rosa, em integração à campanha O Câncer de Mama no Alvo da Moda.
Todos os pacientes receberão um botton do Alvo Azul acompanhado de um guia de bolso. Esse material traz um QR code que direciona para uma cartilha digital com informações essenciais sobre sinais de alerta e a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.
O hospital também terá totens informativos em suas unidades e preparou pílulas de informação que serão compartilhadas nas redes sociais do IBCC Oncologia, ampliando o alcance da mensagem de conscientização.
Além do foco educativo, o hospital promove ações de humanização voltadas para o bem-estar e a autoestima das pacientes em tratamento, incluindo:
- 06/10 – Entrega de lápis de sobrancelhas e bottons.
- 10/10 – Distribuição de lenços em parceria com o projeto Costurando Sonhos e a Pastoral da Saúde.
- 12/10 – Acontece a Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama no dia 12 de outubro, a partir das 7h, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.
- 13 a 17/10 – Semana de Maquiagem para pacientes em quimioterapia, com doação de batons.
- 27/10 – Evento em parceria com a NeoLife, com corte de cabelo para doação, maquiagem, massagem e entrega de perucas para pacientes agendadas.
- 28/10 – Oficina de Maquiagem em parceria com a Abihpec.
O ponto alto dessa série de ações será o fechamento do mês com a palestra do Dr. Edison Mantovani, mastologista do IBCC Oncologia, no dia 29/10, às 10h, no Anfiteatro do Hospital, aberta a pacientes e colaboradores.