Dois policiais foram presos por matar um homem em Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo. A comunidade viveu uma noite de caos, após moradores se revoltarem contra a violência policial nesta quinta-feira (10). Os protestos ocorreram após uma ação da Polícia Militar resultar no assassinato de um morador, além da prisão de outras três pessoas. Foram relatados o bloqueio de vias, saques em lojas, depredações e incêndios na região. Entenda em TVT News.
Policiais presos nesta sexta-feira (11)
Na tarde de quinta-feira (10), a Polícia Militar matou Igor Oliveira de Moraes Santos, de 24 anos, durante operação na Rua Rudolf Lotze para averiguar uma denúncia de circulação de armamento pesado. Além da morte, três pessoas foram presas na ação, que apreendeu armas de fogo, drogas, dinheiro e celulares e não teve policiais feridos.
Dois PMs foram presos pela morte do jovem na manhã desta sexta-feira (11), após a análise das câmeras corporais indicar que Igor foi morto após já estar rendido com as mãos na cabeça. Ainda não foi possível determinar quantos disparos foram feitos contra a vítima, mas houve mais de um.
Os nomes dos policiais presos em flagrante por homicídio doloso não foram divulgados. Outros dois foram indiciados por mentirem.
Noite de caos em Paraisópolis
Depois do assassinato do morador por PMs na tarde de quinta-feira (10), moradores se revoltaram em Paraisópolis por volta das 18h. Vídeos que circularam nas redes sociais mostram correria, pessoas caídas, barricadas com pneus e madeira em chamas e ataque a veículos com pedaços de pau. Moradores de Paraisópolis relataram ações violentas de policiais para conter a manifestação.
O trânsito foi interrompido em vias próximas à favela, nas avenidas Giovanni Gronchi e Hebe Camargo, no Morumbi. As entradas da comunidade também foram bloqueadas. De acordo com a SPTrans, quatro ônibus foram parados pelo protesto. Por volta das 19h, havia ao menos 20 focos de incêndio.
A Tropa de Choque cercou Paraisópolis e o Corpo de Bombeiros foi enviado ao local para conter os incêndios. De acordo com relatos, policiais dispararam contra moradores e a PM confirmou a morte de Bruno Leite, de 29 anos. Durante a ação, um policial da Rota foi baleado e há relatos de outras pessoas feridas. Os três homens presos devem passar por audiência de custódia no Forúm da Barra Funda.
Paraisópolis, a segunda maior favela da capital paulista, é alvo comum de violência policial e viveu uma escalada em 2024, ano em que o “Massacre de Paraisópolis” completou cinco anos sem punição aos PMs responsáveis — 12 foram acusados de homicídio e outro de expor os presentes a risco. Na ocasião, nove jovens foram mortos durante uma operação no Baile da DZ7, de funk.