Paulo Pimenta confirma saída da Secom; Sidônio assume

Lula deve reeditar parceria com marqueteiros que lhe rendeu sucesso nos dois primeiros mandatos
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Palmeira, próximo ministro da Secom, destacou a necessidade que tornar a gestão do governo cada vez mais digital. Foto: Ricardo Stuckert

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, confirmou sua saída do cargo nesta terça-feira (7). Ele será substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira, que participou da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.

Em entrevista ao jornal O Globo, Pimenta confirmou a troca no comando da comunicação do governo. Ele deve deixar o cargo ainda nesta semana, após participar da cerimônia que marca os dois anos dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 nesta quarta (8).

Já Sidônio deve assumir o comando da Secom a partir da semana que vem. Ele deve tomar posse na próxima terça-feira (14). Pimenta afirmou que vem mantendo contato diário com o sucessor, preparando a transição na comunicação do governo.

“Estamos fazendo uma transição com Sidônio, para que a partir da semana que vem ele possa assumir a tarefa de ser novo ministro da Secom. Estamos conversando entre equipes no sentido de que possa fazer da melhor maneira possível. Nosso compromisso maior é com projeto do presidente Lula, e ninguém mais do que eu quer que ele tenha êxito e sucesso no trabalho que ele vai desenvolver aqui”, disse Pimenta ao Globo.

A intenção de Lula é dar uma guinada na comunição do governo, de modo a massificar as conquistas sociais e econômicas do seu terceiro mandato, tendo em vista a disputa pela reeleição em 2026. Nos dois primeiros anos, a atual gestão vem acumulando feitos importantes na área econômica, com crescimento do PIB acima das expectativas, desemprego nos menores patamares já registrados e inflação sob controle. As pesquisas de popularidade, no entanto, não refletem tais êxitos. Nesse sentido, a comunicação vem sendo apontada como o calcanhar de Aquíles da equipe presidencial.

Nesse sentido, Lula aposta na reedição de dobradinhas históricas com marqueteiros, que garantiram o sucesso dos seus dois primeiros mandatos, quando mantinha relações bastante próximas com os publicitários João Santana e Duda Mendonça. Assim como eles, Sidônio também é baiano, e comunga do mesmo perfil estrategista, enquanto Pimenta é um quadro eminentemente político.

Pimenta, que é deputado federal, ainda tem futuro incerto. Uma das possibilidades é que ele venha a assumir a liderança do governo na Câmara. Isso porque o atual líder, José Guimarães (PT-CE), é apontado para assumir o comando do PT ainda neste ano. Outra possibilidade é que Pimenta continue na “cozinha” do Planalto, no comando da Secretaria-Geral da Presidência, por exemplo. Antes disso, ele deve sair de férias.

Experiência de Sidônio Palmeira

Sidônio Palmeira também disse nunca ter trabalhado em nenhum governo e recusou o rótulo de marqueteiro. “Sou uma pessoa que nunca trabalhou em governo, então venho, assim, da iniciativa privada. Sou publicitário. Alguns chamam de marqueteiro. Eu não gosto muito do termo ‘marqueteiro’, porque fica parecendo que a gente vai transformar qualquer coisa no melhor, mas não é isso. Acho que a gente tem que divulgar as características”, disse.

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Futuro de Pimenta ainda não está definido. Foto: José Cruz/ABR

Comunicação digital

O próximo ministro da Secom destacou a necessidade que tornar a gestão do governo cada vez mais digital, com impacto na comunicação. “É importante também que a gestão não seja analógica, que comunique como as pessoas estão sendo atendidas, sei lá, na área de saúde, é importante que comunique, numa parte de vacinação, por exemplo, que as pessoas saibam onde é para se vacinar e tudo. Isso é uma forma de comunicação que muitas vezes não sai somente aqui da Secom. Pode sair também de um aplicativo”, afirmou.

“Tem uma observação também, na parte digital, que as pessoas colocam, alguns dizem assim: ‘que é analógico’ [o modelo de comunicação do governo]. Acho que a gente precisa evoluir nisso. Já é um início, mas precisa ter uma evolução. E é importante, isso é papel do governo, [o de] comunicar. É um papel e uma obrigação do governo comunicar o que foi feito. E também até para as pessoas poderem usufruir dos feitos do governo”, reforçou.

A Secom é o órgão responsável por formular e implementar a política de comunicação e divulgação social do Poder Executivo federal, promover a relação do governo federal com a imprensa, formular e implementar ações para acesso à informação, exercício de direitos e combate à desinformação, entre outras ações.

Com informações da Agência Brasil

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