Petroleiros se mobilizam em todo o país em defesa dos participantes da Petros

Atos no centro do Rio foram cancelados devido à situação de insegurança na cidade. Para a FUP, o que houve não foi uma operação de segurança pública, mas uma carnificina
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É necessário uma solução definitiva para os PEDs que “sangram os bolsos dos aposentados e pensionistas”. Foto: Divulgação/FUP

Nesta quarta-feira (29) a categoria dos petroleiros voltou às ruas em diversas bases administrativas da Petrobras em todo o país (exceto na cidade do Rio de Janeiro), para exigir uma solução definitiva para os Programas de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), os denominados equacionamentos, que penalizam aposentados e pensionistas. Leia em TVT News.

Em Macaé (RJ), o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), realizou pela manhã um grande ato público na base de Imbetiba, na entrada da Praia Campista, reunindo trabalhadores ativos e aposentados. A atividade contou com a participação de petroleiros ligados à FUP e à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), além de diferentes associações de trabalhadores, e faz parte da jornada nacional de luta convocada pelo Fórum em Defesa dos Participantes da Petros.

O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, presente ao ato, em Salvador (BA), realizado no edifício Torre Pituba, destacou a importância da mobilização e da pressão da categoria sobre a gestão da Petrobras, para “avançarmos nessa questão, que é importante para os petroleiros em todo o país e prioridade máxima para a FUP na negociação do acordo coletivo de trabalho (ACT) de 2025”.

Segundo Bacelar, é necessário uma solução definitiva para os PEDs que “sangram os bolsos dos aposentados e pensionistas”. Ele informou que a comissão quadripartite (formada por representantes da Petros, Petrobras e órgãos governamentais) já desenhou uma solução para o fim dos PEDs. Ele acredita que em breve uma proposta será apresentada à diretoria executiva da Petrobras.

Os PEDs foram implementados em 2015, 2018 e 2021 para equilibrar as contas da Petros, mas os altos descontos vêm comprometendo a renda de muitos participantes. O Fórum construiu, em comissão quadripartite, uma proposta consensuada para criar um novo plano de Contribuição Definida (CD) com características de Benefício Definido (BD), zerando o déficit e eliminando o risco de novos equacionamentos, mediante aporte da Petrobras via acordo judicial.

Em paralelo aos atos desta quarta-feira, sindicatos filiados à FUP realizam assembleias em todo o país, até 6/11, para deliberar sobre temas centrais das negociações em curso do ACT-2025, incluindo rejeição à contraproposta apresentada pela empresa, discussão de ganho real de salário, defesa do plano de saúde e seguridade, incorporação de trabalhadores das subsidiárias, plano de cargos, recomposição de efetivo de pessoal, convocação de concursados, redução de jornada sem corte salarial e ampliação do teletrabalho. O resultado das assembleias será encaminhado à Petrobras até 7 de novembro, e uma mobilização nacional está prevista para 11 de novembro, quando as negociações serão retomadas.

Posicionamento da FUP sobre operação policial no Rio de Janeiro

A manifestação dos petroleiros que ocorreria no Edifício Senado (Edisen), sede da Petrobras, no centro do Rio de Janeiro, foi cancelada, devido à situação de insegurança na cidade, diante dos trágicos episódios da véspera.

“O que aconteceu ontem no Rio de Janeiro não foi uma operação de segurança pública, mas uma carnificina de um governo que entregou o Estado à criminalidade. Nada justifica a carnificina. É inaceitável acreditar que, entre mais de 120 corpos contabilizados até o momento, todos sejam de ‘suspeitos’. Certamente, entre os mortos dessa operação desastrosa, estão moradores inocentes dessas comunidades e outros policiais, além dos quatro já identificados”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

“O que se chamou de ‘operação policial’ foi, na verdade, mais um capítulo da política do extermínio da população negra – uma prática que não enfrenta o crime, mas o alimenta. A criminalidade não nasce no morro; ela é financiada, planejada e protegida por estruturas que habitam os espaços mais ricos e poderosos da cidade. O Rio não precisa de operações midiáticas que colecionam corpos, mas de políticas públicas consistentes, investimento social e segurança cidadã. Segurança de verdade se constrói com planejamento estratégico, investigação séria, dignidade, justiça e cidadania.”

Via FUP

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