PGR denuncia Bolsonaro e mais 33 por golpe de Estado

Veja detalhes da denúncia que incrimina Bolsonaro pela trama golpista de 2022
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De acordo com a PGR, Bolsonaro tinha ciência da trama golpista. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta terça-feira (18) o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.  Veja detalhes da denúncia em TVT News.

PGR denuncia Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta terça-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo envolvimento na trama golpista apontada pela Polícia Federal. É a primeira vez que Bolsonaro é denunciado criminalmente perante o Supremo Tribunal Federal (STF).

Leia a íntegra da denúncia do PGR ao STF

A acusação também envolve outros militares, entre eles Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. 

As acusações da procuradoria estão baseadas no inquérito da Polícia Federal (PF) que indiciou, em novembro do ano passado, o ex-presidente no âmbito do chamado inquérito do golpe, cujas investigações concluíram pela existência de uma trama golpista para impedir o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

  • Vídeo: PGR denuncia Bolsonaro

Bolsonaro é acusado pelos seguintes crimes:

  • organização criminosa armada;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado pela violência e grave ameça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
  • deterioração de patrimônio tombado.

Quais os próximos passos da denúncia do PGR

A denúncia será julgada pela Primeira Turma do Supremo, colegiado composto pelo relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. 

Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, Bolsonaro e os outros acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.

Pelo regimento interno da Corte, cabe às duas turmas do Tribunal julgar ações penais. Como o relator faz parte da Primeira Turma, a acusação será julgada pelo colegiado.

A data do julgamento ainda não foi definida. Considerando os trâmites legais, o caso pode ser julgado ainda neste primeiro semestre de 2025. 

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Reprodução da denúncia do PGR ao STF. Imagem: Reprodução PGR

Veja o que diz a denúncia do PGR sobre a conspiração golpista

Na parte sobre Bolsonaro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o ex-presidente e o general Braga Netto, ex-ministro e vice na chapa com Bolsonaro – derrotada nas eleições de 2022, exerceram papel de liderança para realização de uma “trama conspiratória armada e executada contra as instituições democráticas”.

Na denúncia apresentada contra Bolsonaro, Gonet sustenta que Bolsonaro “deu curso prático ao plano de insurreição” e que o fato teria ocorrido “por meio de transmissão ao vivo das dependências do Palácio do Planalto pela internet”.

Ainda segundo a denúncia, “os pronunciamentos públicos de Bolsonaro passaram a progredir em agressividade, com ataques diretos aos poderes constituídos, a inculcar sentimento de indignação e revolta nos seus apoiadores”.

“A organização tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o general Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e Independência dos poderes e do Estado de Direito democrático

Paulo Gonet, PGR

Gonet diz que a denúncia contra Bolsonaro narra os fatos cometidos por uma “organização criminosa estruturada” para impedir a concretização da vontade popular demonstrada com o resultado das eleições de 2022, quando Lula foi eleito presidente.

“O presidente da República [ Bolsonaro] adotou crescente tom de ruptura com a normalidade institucional nos seus repetidos pronunciamentos públicos em que se mostrava descontente com decisões de tribunais superiores e com o sistema eleitoral eletrônico em vigor. Essa escalada ganhou impulso mais notável quando Luiz Inácio Lula da Silva, visto como o mais forte contendor na disputa eleitoral de 2022, tornou-se elegível, em virtude da anulação de condenações criminais”

Paulo Gonet, PGR

PGR denuncia Bolsonaro e outros 33, confira a lista

A Procuradoria-Geral da República denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado em 2022. Ao todo, a PGR denunciou 34 pessoas.

Também foram denunciados o ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro, o general Braga Netto, que está preso; e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. 

Veja a lista da denúncia do PRG:

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros;
  2. Alexandre Rodrigues Ramagem;
  3. Almir Garnier Santos;
  4. Anderson Gustavo Torres;
  5. Angelo Martins Denicoli;
  6. Augusto Heleno Ribeiro Pereira;
  7. Bernardo Romão Correa Netto;
  8. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha;
  9. Cleverson Ney Magalhães;
  10. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira;
  11. Fabrício Moreira de Bastos;
  12. Filipe Garcia Martins Pereira;
  13. Fernando de Sousa Oliveira;
  14. Giancarlo Gomes Rodrigues;
  15. Guilherme Marques de Almeida;
  16. Hélio Ferreira Lima;
  17. Jair Messias Bolsonaro;
  18. Marcelo Araújo Bormevet;
  19. Marcelo Costa Câmara;
  20. Márcio Nunes de Resende Júnior;
  21. Mario Fernandes;
  22. Marília Ferreira de Alencar;
  23. Mauro Cesar Barbosa Cid;
  24. Nilton Diniz Rodrigues;
  25. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho;
  26. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira;
  27. Rafael Martins de Oliveira;
  28. Reginaldo Vieira de Abreu;
  29. Rodrigo Bezerra de Azevedo;
  30. Ronald Ferreira de Araujo Junior;
  31. Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros;
  32. Silvinei Vasques;
  33. Walter Souza Braga Netto;
  34. Wladimir Matos Soares.

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O general da reserva Braga Netto foi preso no Rio. Foto: Agência Brasil

Bolsonaro sabia e concordou com o plano para matar Lula, diz Gonet

A denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal afirma que o então presidente Jair Bolsonaro sabia e concordou com o plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Corte Alexandre de Moraes.

No documento, a PGR lista os atos que embasaram as acusações em cada um dos delitos. De acordo com a denúncia, Bolsonaro adotou tom de ruptura com a democracia desde 2021.

“Os membros da organização criminosa estruturaram, no âmbito do Palácio do Planalto, plano de ataque às instituições, com vistas à derrocada do sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática, que recebeu o sinistro nome de “Punhal Verde Amarelo”, diz a denúncia da PGR.

Com informações da Agência Brasil, portal CNN, G1 e agências de notícias

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