Plano de execução de Lula e Alckmin foi discutido na casa de Braga Netto 

Informação faz parte da Operação Contragolpe da Polícia Federal
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General Braga Netto e Bolsonaro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) afirma que o plano que tramava a execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes foi discutido na casa do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Bolsonaro e candidato a vice-presidente de Bolsonaro em 2022, pouco depois da eleição que elegeu Lula presidente. Apelidado de “Punhal Verde e Amarelo”, ele ainda continha o monitoramento das atividades de autoridades após o pleito. 

O documento que detalhava as execuções foi imprimido no Planalto pelo general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência de Bolsonaro, Mário Fernandes, em 6 de dezembro de 2022, segundo matéria do G1. Na mesma data, o então presidente Jair Bolsonaro também se encontrava no Palácio do Planalto. 

Após a conclusão dos assassinatos, seria instalado o “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, chefiado pelos generais Braga Netto e Augusto Heleno, na época ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O gabinete serviria para “restabelecer a ‘legalidade institucional’”, nota o texto do STF.

Assassinato de Lula e Alckmin seria em 15 de dezembro de 2022

O dia 15 de dezembro de 2022 foi, segundo a PF, a data planejada para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin. Nesta data, Lula estava em São Paulo, participando de um evento com catadores de materiais recicláveis. Alckmin se reunia com governadores em um hotel em Brasília.

Três dias antes, em 12 de dezembro, diversos locais da capital federal foram alvos de atentados de um grupo que, por vários dias, ficou acampado em frente ao Quartel General do Exército, pedindo apoio aos militares para um golpe de Estado, de forma a evitar o retorno de Lula à Presidência da República.

Duas semanas depois, no dia 24 de dezembro, integrantes deste mesmo grupo chegaram a colocar uma bomba em um caminhão de combustível estacionado nas proximidades do aeroporto de Brasília.

Investigações sobre estes eventos apontaram, na época, indícios de que esses atos estavam conectados. Com a Operação Contragolpe, deflagrada hoje, a PF investiga se os planos de assassinato de Lula e Alckmin também têm conexão com os fatos ocorridos em 12 e 24 de dezembro. 

De acordo com a PF, essa organização criminosa que planejava o assassinato de Lula e Alckmin chegou a detalhar como seria o planejamento operacional, o que incluía até mesmo uso de “armamentos extremamente letais, bem como de uso de artefato explosivo ou envenenamento”.

Lula em SP; Alckmin em Brasília

A data citada seria 15 de dezembro de 2022, dia em que Lula encontrava-se em Armazém do Campo, no centro de São Paulo, participando da 9ª edição da Expocatadores, evento com catadores de materiais recicláveis.

O evento contava com a participação de entidades internacionais, representantes do cooperativismo solidário e cerca de mil catadores e catadoras de materiais recicláveis, vindos de todo o Brasil, bem como do Chile, Argentina, Colômbia e Panamá.

Já Alckmin participava do evento Pacto pela Aprendizagem com diversos governadores no B Hotel, promovido pelo movimento Todos pela Educação e pela Unesco em Brasília.

“Plano para matar Lula só não ocorreu por detalhe”

Ao comentar a operação da PF, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, avaliou que o plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes “só não ocorreu por detalhe”.

“Estamos falando de uma ação concreta, objetiva, que traz elementos novos, extremamente graves, sobre a participação de pessoas do núcleo de poder do governo [Jair] Bolsonaro no golpe que tentaram executar no Brasil, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente eleitos”, disse, ao conversar com a imprensa em meio à programação do G 20, no Rio de Janeiro.

Com matéria de Pedro Peduzzi e Paula Laboissière, da Agência Brasil

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