Polícia Federal conclui inquérito do homicídio de Bruno Pereira e Dom Phillips

A Polícia Federal confirmou que os assassinatos foram motivados pelas atividades fiscalizatórias promovidas por Bruno Pereira
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Os assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips aconteceu em junho de 2022. Foto: Reprodução/Redes sociais

Nesta sexta-feira (1), a Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito do homicídio duplo do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. O relatório indica Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, como mandante dos assassinatos.

O réu se encontra preso desde dezembro de 2022. Na época, Colômbia foi preso quando se apresentou à PF para dizer que não tinha envolvimento nos assassinatos. Porém, foi detido em flagrante por uso de documento falso.

Ao longo de dois anos, a investigação da Polícia Federal concluiu com indiciamento de nove investigados. O mandante forneceu cartuchos para a execução do crime, patrocinou financeiramente as atividades da organização criminosa e interviu para coordenar a ocultação dos cadáveres das vítimas.

Já Jânio Freitas de Souza foi apontado como braço direito de Colômbia. Souza também já se encontra preso.

Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira, e Jefferson da Silva Lima já respondem na Justiça por homicídio, mas tiveram seus julgamentos adiados pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região em abril de 2024.

Os demais indiciados pela Polícia Federal tiveram papéis na execução dos homicídios e na ocultação dos cadáveres das vítimas.

Em desdobramento da investigação, o inquérito revelou ainda a atuação da criminalidade organizada na região de Atalaia do Norte/AM, ligada à pesca e caça predatórias pelo grupo que foi preso. Os negócios ilegais gerou impactos socioambientais e ameaças a diferentes servidores de proteção ambiental e as populações indígenas.

A motivação da violência foi às atividades fiscalizatórias promovidas por Bruno Pereira em Atalaia do Norte/AM.

Relembre o caso investigado pela Polícia Federal

Dom Phillips era um jornalista britânico que se mudou para o Brasil em 2007. Ele já foi colaborador dos jornais “Washington Post”, “The New York Times” e “Financial Times”.

Segundo o The Guardian, veículo em que colaborou, o jornalista era apaixonado pelo Brasil e entendia que salvar a Amazônia era fundamental para o planeta. Chegou a ter um embate em 2019 com o então presidente Bolsonaro sobre o aumento das queimadas florestais.

Já Bruno Araújo Pereira era um dos maiores especialistas em indígenas que vivem em isolamento no Brasil.

O indigenista foi criado em Pernambuco e deixou a região em meados dos anos 2000 para trabalhar na Amazônia.

Em 2010, ingressou na Funai, em um dos últimos concursos públicos promovidos pelo órgão. Chegou a coordenador regional do Vale do Javari, com sede na cidade de Atalaia do Norte (AM), mas deixou o cargo em 2016.

Os dois realizavam uma expedição investigatória na Amazônia quando desapareceram. Eles foram vistos por último no dia 5 de junho em uma embarcação pela comunidade de São Rafael para seguir para a região de Atalaia do Norte. A viagem tem 72 quilômetros e deve durar em média de duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.

Bruno foi atingido por três tiros, dois no tórax e um na cabeça. Dom foi baleado uma vez, no tórax. Os seus corpos foram esquartejados, queimados e enterrados. Os restos mortais foram encontrados apenas dia 15 de junho.

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