Polônia derruba drones russos e aumenta tensão entre Rússia e OTAN

É a primeira vez que um país-membro da OTAN dispara contra a Rússia desde o início do conflito na Ucrânia
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A Rússia negou a intenção de atacar alvos poloneses e acusou a Polônia de "espalhar mitos”. Foto: Reprodução

Na madrugada desta quarta-feira (10), a Polônia derrubou pelo menos 19 drones russos que adentraram o espaço aéreo polonês. A ação russa envolveu mais de 415 drones e 40 mísseis que estavam direcionados à Ucrânia. Essa é a primeira vez que um membro da OTAN dispara contra forças da Rússia desde o início do conflito na Ucrânia. Saiba mais na TVT News.

O incidente, classificado como uma “provocação em larga escala” e um ataque “deliberado” pelo Ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radosław Sikorski. O país ativou o Artigo 4 do tratado da OTAN, um mecanismo que permite consultas entre os membros da aliança em caso de ameaça à sua segurança. A tensão na fronteira polonesa subiu a níveis críticos, com o fechamento temporário de aeroportos e a mobilização de aeronaves e sistemas de defesa aérea.

A Rússia, por sua vez, negou a intenção de atacar alvos poloneses e acusou a Polônia de “espalhar mitos” e de tentar “escalar a crise ucraniana”.

Ofensiva testa os limites entre a Rússia e OTAN

Moradores registraram em imagens drones danificados próximos de vilas como Czosnówka, na província de Lublin e Wyryki-Wola, onde atingiu uma residência. Embora ninguém tenha ficado ferido, moradores de regiões como Wohyn, Mniszkow e Czesniki também encontraram fragmentos dos aparelhos.

Autoridades polonesas confirmaram a entrada de até 19 objetos no espaço aéreo do país. O fato de os drones terem sido abatidos em solo de um membro da OTAN eleva o incidente a um novo patamar, que testa os limites entre a organização e a Rússia. 

O Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, classificou o incidente como “absolutamente imprudente” e perigoso. 

A chefe de Assuntos Externos da UE, Kaja Kallas, declarou que as evidências iniciais sugerem que a violação do espaço aéreo europeu foi intencional e não acidental. “A guerra da Rússia está a escalar, não a terminar”, alertou Kallas, ecoando a visão de outros líderes europeus. 

O Comissário de Defesa da UE, Andrius Kubilius, reforçou a ideia, afirmando que a Rússia está “testando os estados fronteiriços, a UE e a OTAN”. Kubilius defende ainda a criação de um “muro de drones” ao longo da fronteira oriental do bloco.

Já a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu mais sanções contra a Rússia. Ela anunciou que a UE já estava preparando medidas contra a “frota fantasma” de navios-tanque que transportam petróleo russo, bem como contra terceiros países que compram esse produto. A estratégia é aumentar os “custos para Moscou”, visando a capacidade russa de financiar a guerra.

Com informações da Reuters

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