O prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Marcelo Lima (Podemos), foi afastado do cargo por um ano após uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na prefeitura da cidade. Ao todo está sendo cumprindo 20 mandados de busca e apreensão. Saiba mais na TVT News.
De acordo com a PF, a investigação começou no mês passado, a partir da apreensão de R$ 14 milhões em espécie na posse de Paulo Iran, auxiliar legislativo da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), suspeito de integrar organização criminosa e que está foragido. O dinheiro estava em reais e em dólares.
O celular de Paulo Iran foi apreendido e no aparelho foi encontrado conteúdos que relaciona o esquema de corrupção com a prefeitura de São Bernardo. O material sustentaram os pedidos da PF de mandatos de busca e apreensão.
Segundo a investigação, foram encontrados indícios de corrupção e pagamento de propina em contratos da prefeitura são-bernardense com empresas nas áreas de obras, saúde e manutenção.
Na manhã desta quinta-feira (14), a PF está cumprindo 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema. Também está sendo realizado medidas de afastamento de sigilos bancário e fiscal.
De acordo com a polícia, foi pedido a prisão preventiva do prefeito Marcelo Lima, mas a solicitação foi negada pela Justiça do estado. Ficou determinado o afastamento do cargo e o monitoramento por tornozeleira eletrônica. Também foi emitidas medidas cautelares para outros investigados do caso.
Até o momento se sabe que o atual presidente da Câmara de São Bernardo e primo do prefeito, vereador Danilo Lima Ramos (Podemos) e o suplente de vereador Ary José de Oliveira (PRTB) também são alvos da PF.
Na Operação Estafeta, foi preso em flagrante o empresário Edmilson Carvalho. Ele é sócio da Terraplanagem Alzira Franco Ltda., empresa que tem contrato com a prefeitura. A PF apreendeu R$ 400 mil na casa de Edmilson.
Foi cumprindo um mandato de prisão contra Antonio Rene da Silva, servidor da Prefeitura de São Bernardo e atua como Diretor de Departamento na Secretaria de Coordenação Governamental.
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e corrupção ativa.
Até o momento não houve manifestação da defesa dos investigados.

Confira a nota da PF sobre a Operação Estafeta em São Bernardo do Campo
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (14/8), a Operação Estafeta, com o objetivo de apurar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro praticados por suposta organização criminosa com indícios de atuação na administração pública do município de São Bernardo do Campo/SP.
Policiais federais cumprem duas prisões preventivas, 20 mandados de busca e apreensão e medidas de afastamento de sigilos bancário e fiscal, nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema, todas no estado de São Paulo. As medidas cautelares, expedidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, incluem ainda o afastamento de cargos públicos e o monitoramento eletrônico.
As investigações tiveram início em julho de 2025, a partir da apreensão de R$ 14 milhões em espécie (entre reais e dólares norte-americanos) na posse de servidor público suspeito de integrar organização criminosa.
Os investigados responderão, na medida de suas condutas, pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e corrupção ativa.