A partir do dia 28 de agosto, a Estação Palmeiras–Barra Funda, um dos principais terminais de transporte sobre trilhos da capital paulista, passará por uma série de mudanças relacionadas a privatizações. Entenda na TVT News.
A principal delas é a inclusão da Linha 10-Turquesa, que terá seu novo terminal na Barra Funda, facilitando a conexão com outras linhas. Por outro lado, o fim do Serviço 710, que permitia viagens diretas entre Jundiaí e Rio Grande da Serra, trará prejuízos para milhares de passageiros, sobretudo os que fazem longos trajetos entre o interior, o ABC e a região metropolitana.
CPTM melhora
Enquanto passa por investidas privatistas, os trabalhadores da CPTM seguem atuando em melhorias. Por exemplo, a partir da próxima segunda-feira (25), começa a operação assistida da Linha 11-Coral, que será estendida até a estação Palmeiras-Barra Funda.
Além disso, o Expresso da Linha 10-Turquesa da CPTM está testando a redução do intervalo entre os trens para 20 minutos nos horários de pico, nos trechos entre Santo André e Tamanduateí.
Privatizações, mais baldeações, menos fluidez
O Serviço 710 da CPTM oferecia comodidade no sistema público. Era possível cruzar boa parte da Grande São Paulo e até o interior sem trocar de trem. Isso acabará. A partir do fim de agosto, os usuários precisarão fazer baldiações obrigatórias para completar o mesmo trajeto, seja na Estação Brás, Luz ou agora na Barra Funda.
Segundo a CPTM, a nova configuração terá como vantagem a troca de trens no mesmo nível das plataformas 5 e 6, em Barra Funda. Mas para quem vinha de longe ou depende de múltiplas conexões, isso não compensa a perda do trajeto direto.
Quem mais será afetado
Os mais prejudicados são:
- Passageiros que percorrem longas distâncias entre regiões como o ABC e o interior;
- Usuários com mobilidade reduzida, que terão de enfrentar mais trocas de trem;
- Quem depende de integração perfeita entre linhas para não perder tempo no deslocamento.
Privatização da Linha 7-Rubi
O fim do Serviço 710 acontece justamente porque a Linha 7-Rubi foi privatizada, passando a ser operada pela concessionária TIC Trens. Com isso, a operação conjunta com a Linha 10-Turquesa, que permanece pública sob controle da CPTM, se torna inviável.
A decisão mostra um problema, a privatização de trechos essenciais do transporte público fragmenta a rede, dificulta a integração e pode gerar aumento no custo das passagens ou até políticas distintas de operação, em prejuízo ao cidadão.
A concessão da Linha 7-Rubi é mais um passo do governo do carioca bolsonarista Tarcísio de Freitas em sua política de desmonte e repasse de serviços essenciais à iniciativa privada, em nome de uma suposta “eficiência” que ignora o interesse público. O resultado prático é o fim de um serviço útil e acessível, substituído por um modelo mais complicado, fragmentado e menos funcional.
Estação ganha em conexões
Com a inclusão da Linha 10-Turquesa e, em breve, da Linha 11-Coral, a Estação Palmeiras–Barra Funda se tornará um dos principais nós do transporte paulista. A integração com metrô, trens e até o Expresso Aeroporto será facilitada. Para quem embarca ou desembarca ali, o impacto tende a ser positivo.
No entanto, a cidade e o estado perdem com o fim de um corredor ferroviário direto que ligava regiões estratégicas. O transporte sobre trilhos em São Paulo se torna mais fragmentado, comercial e menos eficiente para parte dos usuários.
📊 Veja quem ganha e quem perde:
🟩 Quem Ganha | 🟥 Quem Perde |
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Passageiros que usam a Estação Barra Funda como ponto de chegada ou saída | Passageiros que percorriam longas distâncias entre Jundiaí e Rio Grande da Serra |
Quem utiliza linhas 3-Vermelha, 8-Diamante e Expresso Aeroporto | Pessoas com mobilidade reduzida ou com dificuldade de locomoção |
Passageiros da Linha 10 que agora têm conexão direta com mais linhas | Usuários afetados pela privatização da Linha 7, que gerou a fragmentação da operação |
CPTM, que diz buscar mais eficiência operacional | O transporte público como um todo, que perde um serviço integrado e direto |
