Professora Bebel denuncia violações trabalhistas na JBS e cobra providências

Audiência abriu espaço para mais de três horas de relatos de trabalhadores da JBS
professora-bebel-denuncia-violacoes-trabalhistas-na-jbs-e-cobra-providencias-o-que-aconteceu-aqui-hoje-foi-dar-voz-a-quem-sofre-calado-todos-os-dias-disse-a-deputada-foto-divulgacao-tvt-news
"O que aconteceu aqui hoje foi dar voz a quem sofre calado todos os dias", disse a deputada. Foto: Divulgação

A deputada estadual Professora Bebel (PT-SP) denuncia as condições precárias de trabalho enfrentadas por empregados do grupo JBS – uma das maiores empresas de alimentos do mundo – e anuncia que irá encaminhar as denúncias a órgãos competentes, como o Ministério Público do Trabalho, o Tribunal Regional do Trabalho e o Ministério do Trabalho.

A denúncia foi feita, na última segunda-feira (30), durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), coordenada pela deputada e que abriu espaço para mais de três horas de relatos de trabalhadores da JBS e representantes sindicais sobre as condições a que são submetidos: jornadas extremas, pressão por metas abusivas, risco constante de acidentes, mutilações, contaminações, assédio moral e adoecimento físico e mental. O encontro também contou com representantes da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho em São Paulo.

Bebel JBS
Jornadas extremas, metas abusivas, risco de acidentes, mutilações, contaminações, assédio moral, denunciam trabalhadores da JBS. Foto: Divulgação

“A falta de negociação entre trabalhador e patrão é inaceitável. A recusa em dialogar com sindicatos afronta a democracia. E é por meio da sua organização sindical que os trabalhadores podem garantir a democratização das relações trabalhistas”, afirmou a parlamentar.

De acordo com os relatos apresentados na audiência, trabalhadores da JBS enfrentam ritmos de abate insustentáveis, trabalho em câmaras frias sem intervalos adequados, máquinas sem proteção, pausas insuficientes e metas que levam à exaustão. Muitos sofrem lesões irreversíveis, enfrentam afastamentos frequentes por problemas de saúde física e mental e, mesmo assim, relatam dificuldades de ter os direitos reconhecidos. Representantes de entidades sindicais denunciaram ainda obstáculos para dialogar com a empresa, o que afronta a legislação trabalhista brasileira.

“A audiência foi um marco. O que aconteceu aqui hoje foi dar voz a quem sofre calado todos os dias. O setor de alimentos, que gera bilhões em lucros, precisa respeitar quem faz esse trabalho existir”, destacou Bebel.

Como encaminhamento, a deputada afirmou que vai acionar formalmente o Ministério Público do Trabalho, o Tribunal Regional do Trabalho e o Ministério do Trabalho, além de seguir cobrando a JBS e os órgãos fiscalizadores para garantir que a legislação trabalhista seja cumprida. Bebel também se comprometeu a criar uma frente parlamentar na Alesp em defesa das negociações coletivas, com o objetivo de fiscalizar práticas antissindicais no estado.

“Essa luta não acaba aqui. Vamos seguir juntos para garantir respeito, saúde, segurança e dignidade para quem trabalha na JBS e em todo o setor da alimentação”, concluiu Bebel.

Assuntos Relacionados