Programação da Marcha das Mulheres Negras mobiliza Brasília

Mobilização reúne programação extensa e deve levar milhares de mulheres negras às ruas no dia 25 de novembro
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Mobilização integra calendário do Mês da Consciência Negra e acontece em paralelo à programação especial da EBC. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A capital federal se prepara para receber, em 25 de novembro, a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, que retorna a Brasília dez anos após sua primeira edição. Com concentração marcada para as 8h30 no Museu da República, o ato deve reunir milhares de pessoas e será precedido por uma extensa agenda de debates, atividades culturais e encontros nacionais e internacionais. Saiba mais na TVT News.

A mobilização integra o calendário do Mês da Consciência Negra e acontece paralelamente à programação especial lançada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que acompanhará a marcha e dedicará reportagens, entrevistas e conteúdos culturais ao tema.

Semana de atividades começa no dia 20

A preparação para a marcha começa oficialmente em 20 de novembro, com a Semana por Reparação e Bem Viver, que transforma Brasília em um grande espaço de encontros, oficinas, feiras, rodas de conversa e intervenções artísticas. A proposta é criar um “aquilombamento preparatório”, fortalecendo vínculos e ampliando o debate sobre justiça racial, democracia e cuidado como estratégia política.

Entre os dias 22 e 24, acontecem os Diálogos Globais por Reparação e Bem Viver, que reunirão mulheres negras da África, das Américas e da Europa. Os encontros abordarão temas como economia do cuidado, segurança pública, enfrentamento ao racismo e violência de gênero, e justiça climática.

Além das atividades abertas ao público, a Marcha contará com ações articuladas por movimentos sociais e organizações políticas. Em 24 de novembro, a Fundação Perseu Abramo realiza o Encontro das Mulheres do PT em Marcha, onde serão apresentadas pesquisas e a terceira edição do estudo “Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado”.

No dia 25, data da Marcha das Mulheres Negras, a FPA instalará a Tenda das Beneditas na área de concentração, em homenagem à deputada Benedita da Silva e como ponto de acolhimento para militantes e participantes.

A programação cultural terá destaque especial para expressões da diversidade negra, incluindo eventos dedicados à cultura LGBTQIA+ e a realização do Ball “1 Milhão de FQs Negras: A Revolução das Bonecas”, que aproxima a cena Ballroom da mobilização política.

Estrutura nacional e internacional

A organização da Marcha envolve comitês impulsores em todos os 27 estados, além de núcleos municipais, regionais e um Comitê Internacional que articula militantes da diáspora e de países africanos. A expectativa é reunir 300 mil pessoas.

Participam mulheres negras de diferentes identidades e territórios (quilombolas, ribeirinhas, periféricas, trabalhadoras, artistas, acadêmicas, jovens e anciãs) além de coletivos focados em pautas específicas, como juventudes negras, justiça climática, psicólogas negras, LBTI e justiça reprodutiva.

Ato projeta um futuro de direitos inegociáveis

A Marcha de 2025 retoma o legado da primeira edição, realizada em 2015, que reuniu entre 50 mil e 100 mil mulheres em Brasília e se tornou um marco na luta contra o racismo, a violência e as desigualdades estruturais. Agora, o mote “Por Reparação e Bem Viver” reforça a defesa de políticas públicas e direitos historicamente negados às mulheres negras, grupo que, segundo dados do IBGE, lidera os índices de precarização do trabalho, desigualdade de renda, exclusão educacional e feminicídios.

Para as organizadoras, a marcha não é apenas um ato, mas um processo contínuo de transformação social. E a programação construída ao longo de novembro busca preparar o terreno para esse futuro onde, como afirma o texto de convocação, “os direitos, vozes e presenças negras sejam inegociáveis”.

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