PT elege maior número de vereadores em SP. Confira a bancada progressista da cidade

Partido dos Trabalhadores elege 8 vereadores em São Paulo, maior bancada da Câmara. Confira como ficam as forças progressistas na capital
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Paulistanos foram às urnas ontem (6). Em jogo, as cadeiras de prefeito e vice-prefeito, além de 55 vereadores da Câmara Municipal. Foto: Divulgação

Paulistanos foram às urnas ontem (6). Em jogo, as cadeiras de prefeito e vice-prefeito, além de 55 vereadores da Câmara Municipal. No âmbito do Executivo, começa uma nova eleição. O segundo turno será disputado por Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (Psol). Já no Legislativo, o PT é o partido com maior número de candidatos eleitos, oito. O PT compõe a chapa com Boulos, com a candidata à vice-prefeitura, Marta Suplicy. Em seguida, o MDB, de Nunes, ocupará sete cadeiras ao lado do PL e União. Já o Psol ficou com 6 vereadores, junto do Podemos.

Em linhas gerais, a centro-esquerda garantiu cerca de 18 votos, o centro 16 e a direita 21. É importante entender qual será o cenário de governabilidade para o próximo prefeito. Caso Nunes vença, terá um caminho mais tranquilo para aprovar suas matérias, uma vez que conta com uma base forte. Boulos, por sua vez, como representante progressista, pode ter um pouco mais de dificuldade; algo comum para governantes deste espectro político em São Paulo.

O grande destaque negativo destas eleições em São Paulo fica por conta do PSDB. O tradicional partido que já comandou a cidade por diferentes ocasiões, também exercendo a presidência da Câmara em diferentes legislaturas, ficou com zero vereadores. Os tucanos não elegeram sequer um vereador. Em comparação com 2020, o PSDB havia formado sete cadeiras, mesmo número do PT à época. Agora, neste espaço ficaram outros partidos de centro, notadamente o MDB que avançou de três cadeiras para sete.

A composição final dos vereadores ficou da seguinte forma: PT (8); MDB (7); PL (7); União (7); Psol (6); Podemos (6); PP (4); PSD (3); Rep (2); PSB (2); PV (1); Novo (1); Rede (1).

Vereadores progressistas

Para analisar a bancada progressista eleita, esta reportagem considerou os seguintes partidos: PT (8), Psol (6), PSB (2), PV (1) e Rede (1). Confira uma breve apresentação de cada um deles:

Amanda Paschoal (Psol)

Vereadora mais bem votada do campo progressista, Amanda Paschoal integra o Psol. Ela obteve a confiança de 108.654 eleitores, ou 1,87% dos votos válidos. Ela recebeu apoio da deputada federal Erika Hilton, grande nome do Psol, muito atuante na Câmara. Trans, Amanda segue os passos de Erika. Ela é educadora e ativista, formada em Turismo e Meio Ambiente.

Luna Zarattini (PT)

Luna já ocupava uma das 55 cadeiras da Câmara de SP. Até então, era a única mulher vereadora do PT e também a parlamentar mais jovem da legislatura. Contudo, é muito atuante. Presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania e membra da Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Também integra a CPI da Violência e Assédio Sexual e a CPI da Enel na Câmara de São Paulo.

Luana Alves (Psol)

Luana é psicóloga, ativista dos movimentos negro, feminista e LGBT. Em 2020 foi eleita a vereadora mais jovem da história de São Paulo também pelo Psol. Luana é militante da Rede Emancipa, um movimento social de educação popular que há 15 anos luta por poder popular nas periferias de todo o Brasil.

Alessandro Guedes (PT)

Alessandro Guedes, do PT, teve 1,00% dos votos válidos e foi eleito. No total, a candidatura recebeu 58.183 votos de eleitores da cidade. Guedes já está em seu terceiro mandato, reeleito com mais de 58 mil votos. Especialista em gestão pública, ele disse, ao ser reeleito, que “seguiremos atuando cada vez mais empenhados em garantir uma cidade mais justa e humana onde todos caibam no orçamento municipal”.

Celso Giannazi (Psol)

Irmão do deputado estadual Carlos Giannazi, do mesmo partido, tem histórico de defesa da população, particularmente dos servidores público e das pautas da Educação. Concursado da Secretaria Municipal da Fazenda, trabalhou como presidente da 4ª Câmara Julgadora do Conselho Municipal de Tributos e como Diretor da Divisão de Fiscalização de Serviços.

Nabil Bonduki (PT)

Arquiteto e Urbanista, Nabil possui longa carreira pública, além de ser professor titular da USP. Publicou 13 livros, inclusive ganhou o Prêmio Jabuti em 2015. Foi superintendente de Habitação Popular de Erundina, inovou com os mutirões, a urbanização de favelas e habitação em áreas centrais. Secretário de Cultura de Haddad, impulsionou a cultura periférica, o Carnaval de Rua, a Jornada do Patrimônio, o Circuito SP de Cultura e a SPCINE. Além disso, foi relator do Plano Diretor (2002 e 2014) e propôs 80 PLs como a Paulista Aberta, Programa VAI, a habitação em nome da mulher e alimentação orgânica nas escolas.

Hélio Rodrigues (PT)

Com mais de 40 mil votos, Hélio Rodrigues é presidente Sindicato dos Químicos.  Em 2020 ele obteve o resultado de 20.576 e já ocupava uma cadeira na Câmara. “O projeto político que ele representa conta com o apoio de vários ramos e setores da sociedade, com o objetivo de ser representante da classe trabalhadora e do movimento sindical na Câmara dos Vereadores de São Paulo”, informa sua equipe.

Marina Bragante (Rede)

Primeira vereadora da Rede em São Paulo, Marina recebeu apoio da deputada estadual Marina Helou e também da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, as duas da Rede. Ela obteve quase 40 mil votos. Psicóloga, promete uma atuação firme em relação à pauta ambiental, preservação e mudanças climáticas.

Tripoli (PV)

Ambientalista do PV ostenta 8 legislaturas como vereador. Não é um quadro exatamente de esquerda, flutuando em diversas votações relevantes para a direita. Apoiador da causa animal, é um dos parlamentares que carrega como símbolo de sua campanha a luta contra os maus tratos.

Toninho Vespoli (Psol)

Professor da rede pública, um dos vereadores mais atuantes da esquerda paulistana. Foi o primeiro vereador do Psol em São Paulo, há 12 anos. “Sem medo de enfrentar os poderosos, Toninho tem uma atuação firme e corajosa na luta contra o projeto de desmonte e sucateamento dos serviços públicos e da educação”, informa sua equipe.

Silvia da Bancada Feminista (Psol)

Silvia Ferraro, professora e ativista, representa o mandato coletivo da Bancada Feminista do Psol. Registrada na urna com o nome “Silvia da Bancada Feminista”, o mandato conta com cinco covereadoras: Silvia Ferraro, Paula Nunes, Carolina Iara, Dafne Sena e Natália Chaves, que dividem tarefas e funções na Câmara Municipal de São Paulo.

João Ananias (PT)

Advogado, o vereador atua na defesa dos direitos sociais, com foco nas áreas da educação, cultura, juventude, esporte, transporte, meio ambiente, habitação e saúde. Além disso, “seu mandato trabalha pela descentralização do orçamento municipal, para que o investimento público chegue também nas periferias”, informa a liderança do PT na Casa.

Jair Tatto (PT)

Iniciou sua militância política na Zona Sul da Cidade de São Paulo, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores desde 1985. No período de 1998 a 2001, esteve Secretário de Organização Geral do Diretório Zonal do PT de Capela do Socorro. Foi coordenador da campanha majoritária, em 2002, de Lula Presidente e Mercadante Senador. Foi reeleito agora para seu segundo mandato.

Eliseu Gabriel (PSB)

Outro nome tradicional da política paulistana, Eliseu Gabriel também flutua por vezes seu posicionamento e vota com a maioria. Professor de física pela USP, autor de livros didáticos, deu aulas no ensino público e privado, em universidades, cursinhos e no Telecurso da TV Cultura e da Fundação Roberto Marinho. Vai para seu sétimo mandato.

Dheison (PT)

Cria da periferia, Dheison é do Grajaú, na zona Sul da capital. Foi dirigente estadual do PT Paulista e chefe de gabinete do deputado estadual Barba e do deputado federal Alfredinho. Além de secretário de Governo da Prefeitura de Diadema durante a Gestão Filippi. Possui como uma das bandeiras o fortalecimento do Grajaú a partir da descentralização com a criação de uma subprefeitura.

Senival Moura (PT)

Senival é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 1984 (Diretório Zonal de Guaianases). Desenvolve um trabalho social, principalmente nas regiões mais carentes da Zona Leste. Atua em Organizações Não Governamentais (ONGs) e associações. Vereador desde 2007, foi o petista mais bem votado em 2008.

Renata Falzoni (PSB)

“Mais que uma campanha, um movimento”, afirma Renata. Cicloativista, é um dos maiores nomes na defesa das bicicletas do país. “Há quase 50 anos luto por uma cidade mais humana e verde, pela valorização de pedestres, ciclistas e de quem usa transporte público. E agora temos pressa, pois o clima está mudando e precisamos nos preparar para enfrentar esses desafios”, afirma a vereadora.

Keit Lima (Psol)

Graduada em Direito e em Administração, especialista em Ciências Políticas e em Gestão Pública e Urbanismo Social. “Minha experiência na vida pública e na geração de impacto social inclui passagens pela Mandata Ativista na Assembleia Legislativa, na Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo e na Coordenação de Empregabilidade da ONG Gerando Falcões”, afirma Keit, que exercerá seu primeiro mandato como vereadora.

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