Quaest: aprovação do governo Lula sobe, após tarifaço de Trump

Lula volta a crescer para além da base de apoio, de acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira (16)
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Governo enfrenta tarifaço de Trump com campanhas de defesa da soberania nacional. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O governo Lula está conseguindo recuperar sua popularidade, de acordo com a nova rodada da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (16). A aprovação da gestão subiu três pontos e atingiu 43%, enquanto a desaprovação recuou quatro pontos e está em 53%, o menor índice desde dezembro de 2024. Os novos dados revelam percepções da população após o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as campanhas digitais progressistas. Saiba mais em TVT News.

Pesquisa Quaest mostra melhora de Lula

O intervalo entre a aprovação e a desaprovação do governo Lula é de dez pontos percentuais, o menor desde janeiro deste ano. A percepção apresentou grande variação entre maio e julho, especialmente, no Sudeste. Nesta região, a aprovação subiu de 32% para 40%, um aumento de oito pontos percentuais, enquanto a desaprovação caiu oito, indo de 64% para 56%.

O aumento da aprovação ocorreu fora da base tradicional de apoio de Lula. Entre quem tem Ensino Superior completo também chama a atenção. Os novos dados registram que 45% de pessoas aprovam o governo Lula, o que é um aumento de 12 pontos percentuais em relação a maio. Já a desaprovação caiu nove pontos: de 64% para 53%.

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Foto: Quaest/Reprodução

Já no grupo de pessoas que ganham entre 2 a 5 salários mínimos, a diferença entre a aprovação e desaprovação caiu de 19 pontos percentuais para nove. Agora, 43% aprova a gestão (aumento de quatro pontos) e 52% desaprova (queda de quatro pontos).

Entre os não beneficiários do Bolsa Família, a aprovação foi de 37% para 41%, enquanto a desaprovação, de 61% para 55%. Considerando o público feminino geral, a aprovação teve aumento de 42% para 46%, enquanto a desaprovação caiu de 54% para 49%. No público masculino, a aprovação se manteve em 39% e a desaprovação caiu um ponto percentual e atingiu 58%.

A melhora foi verificada também na avaliação do governo. O percentual de quem vê a gestão como positiva subiu de 26% para 28%, enquanto quem vê como negativa caiu de 43% para 40%. O índice dos que veem o governo como regular permaneceu em 28%.

Tarifaço de Trump

A pesquisa Quaest revelou que 53% acredita que Lula está certo ao reagir com reciprocidade às tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto 39% discorda do presidente. Trump anunciou em 9 de julho que irá aplicar tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. A nova alíquota entra em vigor a partir do dia 1º de agosto.

Entre os bolsonaristas, a percepção de que Lula está correto é de 30%, enquanto entre os lulistas/petistas, é de 78%. De acordo com a pesquisa, 44% acredita “Lula e o PT” são o lado que está fazendo o que é mais certo nesse embate. “Bolsonaro e seus aliados” ficam com 29% das opiniões.

Em resposta, o governo federal deve utilizar a Lei de Reciprocidade Econômica, regulamentada nesta terça-feira (15). O decreto autoriza o governo brasileiro a adotar medidas comerciais contra países que imponham barreiras unilaterais aos produtos do Brasil no mercado global.

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Foto: Quaest/Reprodução

A tarifa de Trump ao Brasil é uma tentativa de interferir nas instituições brasileiras e no devido processo legal de Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe. Para 57%, Trump não tem o direito de criticar o processo. Entre os lulistas, 70% tem essa percepção. O índice vai para 35% quando se considera apenas os bolsonaristas.

A justificativa apresentada na carta de Trump, no entanto, é um suposto déficit comercial dos EUA, já desmentido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Para 63%, a afirmação de que a relação comercial entre os países é injusta é incorreta, enquanto 25% a consideram correta. Já sobre Trump “impor taxas por acreditar que há uma perseguição a Bolsonaro no Brasil”, 72% acredita que o presidente dos EUA está errado e 19%, certo.

A ofensiva de comunicação do governo, após o tarifaço de Trump, tem sido lançar lemas que valorizem a soberania nacional e a não interferência de outros países no Brasil. A percepção de que, neste momento, governo e oposição deveriam se unir em torno da defesa do Brasil é defendida por 84% e rechaçada por 9%.

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