Quase 70% da base do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) serão impactados pela isenção de Imposto de Renda (IR) para quem recebe salário até R$5 mil, de acordo com um levantamento realizado pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) dos metalúrgicos de Sorocaba, com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2023.
Serão cerca de 30.812 trabalhadores beneficiados pela medida, o que representa 67,18% dos mais de 47 mil metalúrgicos representados pelo SMetal.
Para o presidente do SMetal, Leandro Soares, a proposta representa mais um avanço na justiça tributária no Brasil.
“Essa medida fortalece o consumo, porque o trabalhador vai ter mais dinheiro no bolso, o que fortalece a economia. A desigualdade social em nosso país é gigantesca e, essa proposta, combinada com a reforma tributária, que reduz impostos para os mais pobres e aumenta para os mais ricos, é a prova de que o governo federal tem um compromisso com a classe trabalhadora”, diz o presidente.
O secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira, destaca que a medida do governo federal traz um alívio para as contas dos trabalhadores, mas ainda carece de avanços.
“Queremos que essa isenção avance ainda mais, pois a classe trabalhadora não pode sustentar o luxo dos patrões. São eles que estabelecem tetos nos reajustes dos salários, então nada mais justo que a isenção continue alcançando salários maiores”, diz Silvio.
Isenção do IR
A medida foi anunciada pelo Governo Federal nesta quarta-feira, 27, e deve entrar em vigor em 2026. A proposta também inclui uma alíquota adicional para quem recebe mais de R$50 mil por mês, garantindo que não haja perda na arrecadação federal com a nova faixa de isenção.
“É o Brasil justo, com menos imposto e mais dinheiro no bolso para investir no seu pequeno negócio, impulsionar o comércio no seu bairro e ajudar a sua cidade a crescer. A nova medida não trará impacto fiscal, ou seja, não aumentará os gastos do governo. Porque quem tem renda superior a R$50 mil por mês pagará um pouco mais. Tudo sem excessos e respeitando padrões internacionais consagrados”, afirmou Fernando Haddad, ministro da Fazenda, durante o pronunciamento da medida.
Segundo Haddad, a medida faz parte da segunda etapa da reforma tributária, que prevê a reforma do Imposto de Renda. No pronunciamento, o ministro lembrou da reforma tributária do consumo, promulgada no ano passado e em regulamentação pelo Congresso, que trará outros benefícios às classes baixa e média.