O Brasil criou 147.358 empregos formais no mês de agosto de 2025 e alcançou a marca de 1.501.930 postos com carteira assinada gerados nos oito primeiros meses do ano. Os dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados nesta segunda-feira (29) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que o país mantém trajetória de crescimento no mercado formal, embora em ritmo mais moderado do que em 2024. Entenda na TVT News.
Com os novos vínculos, o estoque total de empregos com carteira no Brasil chegou ao recorde de 48.698.182. Desde janeiro de 2023, início da atual gestão federal, foram abertas 4.635.909 vagas formais.
Ao apresentar os dados em Brasília, o ministro Luiz Marinho ressaltou que a expansão do emprego segue sólida, mas que poderia ser maior. “O elevado patamar da taxa básica de juros tem sido um dos principais fatores a limitar a expansão do mercado de trabalho”, afirmou. O ministro defendeu a necessidade de redução dos juros para fortalecer a atividade econômica e impulsionar ainda mais a geração de empregos.
Empregos por setor
Entre janeiro e agosto, os cinco grandes grupamentos econômicos pesquisados tiveram saldo positivo na geração de empregos:
- Serviços lideram com 773.385 novos postos (+3,36%), incluindo educação, saúde e administração pública;
- Indústria, com 273.231 vagas (+3,06%), teve destaque para a fabricação de alimentos (51.004);
- Construção, com crescimento de 194.545 empregos (+6,81%);
- Comércio, com 153.483 novos vínculos (+1,45%);
- Agropecuária, com 107.297 postos gerados (+5,97%).
No recorte apenas de agosto, quatro dos cinco setores apresentaram saldo positivo, puxados novamente pelos Serviços, com 81.002 vagas — sendo 23.785 só no setor de Educação, especialmente nas áreas de Educação Infantil e Ensino Fundamental, que juntas geraram quase 10 mil postos.
O Comércio criou 32.612 empregos em agosto, impulsionado pelo varejo (23.675). A Indústria gerou 19.098 vagas, com destaque para produtos alimentícios (11.319). Já a Construção adicionou 17.328 novos vínculos, liderada pela construção de edifícios (7.001) e serviços especializados (5.255). A Agropecuária foi o único setor com saldo negativo no mês (-2.665).
Desempenho por estados
Em termos absolutos, o estado de São Paulo liderou a geração de empregos em agosto, com 45.450 novos vínculos, seguido por Rio de Janeiro (16.128) e Pernambuco (12.692). No acumulado de 2025, São Paulo já soma 436.729 vagas formais, seguido por Minas Gerais (152.968) e Paraná (108.778).
Na variação percentual acumulada do ano, os destaques são Amapá (+6,86%), Mato Grosso (+5,78%) e Piauí (+5,22%). Já no recorte de agosto, Paraíba (+1,61%), Rio Grande do Norte (+0,98%) e Pernambuco (+0,82%) apresentaram as maiores variações proporcionais.
Perfil dos trabalhadores
O mês de agosto foi mais positivo para as mulheres, que ocuparam 77.560 das vagas criadas, contra 69.798 preenchidas por homens. Entre adolescentes de até 17 anos, foram gerados 33.710 empregos, sendo 19.908 aprendizes. A maior parte das novas vagas foi preenchida por jovens entre 18 e 24 anos, com 94.525 postos.
Em termos de escolaridade, pessoas com ensino médio completo foram maioria, com 96.442 novas vagas, seguidas pelas com ensino médio incompleto (24.087). Também houve saldo positivo para a população com deficiência, com 820 novos empregos.
Na análise por raça/cor, trabalhadores pardos lideraram as contratações (111 mil), seguidos por brancos (32.248), pretos (21.648), indígenas (320) e amarelos (162).
Tipos de vínculo e salário
Do total de empregos gerados em agosto, 75,1% são considerados típicos, enquanto 24,9% são não típicos, com destaque para vínculos de jornada reduzida — como os trabalhadores com até 30 horas semanais (40.544 vagas, especialmente no setor educacional) e aprendizes (20.252).
O salário médio real de admissão em agosto foi de R$ 2.295,01, o que representa um aumento de R$ 12,70 (+0,56%) em relação a julho (R$ 2.282,31). A alta indica uma tendência de recuperação gradual do poder de compra dos trabalhadores formais.