A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) estará presente na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29), que começa na próxima semana em Baku, Azerbaijão. A comitiva de alto nível busca destacar os desafios enfrentados por milhões de pessoas deslocadas forçadamente, trazendo para a mesa de negociações a necessidade de proteção, financiamento adequado e inclusão dessas populações nas discussões globais sobre mudanças climáticas e aquecimento global. Destaque para um estudo inédito sobre o tema.
O ponto alto da participação será o lançamento, na terça-feira, dia 12 de novembro, do primeiro relatório climático da agência, que examina as complexas interseções entre conflitos, refugiados (deslocados) e o aquecimento global. O documento, que combina análises estatísticas e dados inéditos, aborda questões como lacunas no financiamento climático, o futuro da proteção legal para populações vulneráveis e a importância de projetos de resiliência em regiões afetadas por conflitos e desastres ambientais.
Refugiados ambientais
A presença de refugiados e deslocados em fóruns como a COP é uma prioridade estratégica para o ACNUR. A agência sublinha que as comunidades mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas também devem ter voz ativa na formulação de soluções. Em Baku, o ACNUR contará com uma equipe diversificada de oito refugiados e deslocados que atuam na defesa do clima. Esses representantes integrarão a delegação oficial, reforçando a necessidade de uma abordagem inclusiva nas políticas climáticas.
“A inclusão dessas populações nos debates climáticos globais é essencial para garantir que suas necessidades sejam contempladas e para promover soluções que respeitem os princípios de justiça e equidade”, afirmou a agência em comunicado.
Financiamento climático
O novo relatório do ACNUR deve lançar luz sobre um dos maiores desafios enfrentados por populações deslocadas: o acesso limitado a financiamento climático e o problema de refugiados do clima. As lacunas existentes impedem que projetos essenciais para a adaptação e mitigação dos efeitos climáticos sejam implementados em regiões mais vulneráveis, agravando as crises humanitárias. Além disso, o relatório aponta a urgência de atualizar e fortalecer os mecanismos legais de proteção para essas comunidades, cuja condição é frequentemente agravada pela sobreposição de conflitos e desastres ambientais.
Com a COP29 reunindo líderes globais, cientistas e ativistas, a participação do ACNUR é um lembrete da interdependência entre clima e deslocamento forçado. À medida que os impactos das mudanças climáticas se intensificam, o ACNUR espera mobilizar compromissos concretos para proteger as populações deslocadas e criar caminhos de resiliência e sustentabilidade.