Pelo menos 60 corpos foram enfileirados no Complexo da Penha

Corpos não estão incluídos nos números oficiais de mortos durante a megaoperação
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Corpos enfileirados na Praça São Lucas, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, em 29 de outubro de 2025, após a Operação Contenção. Foto: Pablo Porciúncula / AFP

Após megaoperação da Polícia Civil e Militar do Rio de Janeiro (RJ), os moradores do Complexo da Penha, na zona norte, reuniram cerca de 60 corpos na praça São Lucas, na comunidade. As vítimas tem sinais de execução e foram encontrados no meio da mata entre os complexos do Alemão e da Penha. Entenda na TVT News.

As fotos dos corpos enfileirados foram divulgadas por diversos jornais e as imagens fortes impactaram brasileiros. De acordo com o ativista Raull Santiago, a exposição foi um pedido dos familiares e moradores da região. O objetivo é mostrar a forma como as pessoas foram encontradas com evidências de execução e sem direito a defesa.

O ativista dará mais detalhes em entrevista para o jornal TVT News Primeira Edição entre às 10h30 até às 13h.

Ainda segundo o ativista, os corpos não estão incluídos na contagem oficial de 64 mortos divulgado pelo governo do estado do Rio de Janeiro. Ainda não há pronunciamento do estado sobre a situação. Quando os novos cadáveres forem incluídos, o número de vítimas durante a megaoperação passará de 100.

“Em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, eu nunca vi nada parecido com o que estou vendo hoje. É algo novo. Brutal e violento num nível desconhecido”, disse Raull Santiago.

A maioria dos corpos foram encontrados no meio da mata entre os complexos do Alemão e da Penha durante a noite e levados de carro para a praça. Os moradores ajudaram a colocar em fileiras que se estendeu por alguns metros. Ao redor, familiares tentavam identificar parentes e amigos.

A advogada das vítimas, Flávia Fróes do Instituto Anjos da Liberdade, relatou que um dos cadáveres foi encontrado completamente amarrado com um tiro na nuca. Segundo ela, dezenas dos corpos foram encontradas esfaqueados nas costas, tiros na nuca e outros indícios de execução que foram fotografados pela mídia e pelos familiares.

Moradores dos complexos do Alemão e da Penha relataram que ainda há outros corpos espalhados pela favela.

Veja pronunciamento da advogada das vítimas Flávia Fróes:

Por volta das 8h50, a Defesa Civil do Rio de Janeiro chegou para fazer a remoção dos corpos.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que o atendimento às famílias para o reconhecimento oficial ocorrerá no no prédio do Detran localizado ao lado do Instituto Médico-Legal (IML), a partir das 8h. O acesso ao IML será restrito à Polícia Civil e ao Ministério Público.

Defesa Civil do RJ chega na praça para remover os corpos. Foto: @raullsantiago/Reprodução

*Em atualização

Saiba mais sobre a situação no Rio de Janeiro no jornal TVT News Primeira Edição:

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