Na noite de segunda-feira (18) foi aprovada em consenso a Declaração de Líderes do G20. O texto sofreu a alteração de apenas duas palavras e em seguida foi publicada no site oficial do governo federal e no site oficial do G20.
Entre os 85 pontos estabelecidos na carta, os principais apontamentos estão relacionados com a: inclusão social, combate à fome e a pobreza; apoio à tributação dos bilionários; medidas pela transição energética; reforma da governança global e celeridade nas ações pelo clima e apoio à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em 2025 em Belém do Pará, no Brasil.
No trecho referente ao combate às mudanças climáticas, o G20 reafirma o compromisso com o Acordo de Paris. Joe Biden, ainda presidente dos Estados Unidos, é um dos chefes de Estado que concordou com os pontos colocados e que havia colocado o país norte-americano de volta ao Acordo. Em 2017, Donald Trump anunciou a saída dos Estados Unidos do Acordo, o republicano foi eleito para assumir a cadeira de presidência em 2025 e não se sabe qual será a posição do país neste novo mandato.
Veja trechos da declaração final do G20 no Rio
A Declaração de Líderes do G20 se posiciona contra as guerras atuais, com destaque para o conflito na Faixa de Gaza. O texto coloca: “enfatizamos a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária e reforçar a proteção de civis e exigir a remoção de todas as barreiras à prestação de assistência humanitária em escala”.
O Brasil como presidente do G20 durante o ano de 2024 encabeçou a pauta de combate à fome e à pobreza. Para conceber uma iniciativa eficaz, foi lançada a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Também espera-se do grupo medidas para reduzir a perda e o desperdício de alimentos.
G20 no Rio: declaração final traz preocupação com o clima
Na sequência, os líderes das principais economias do mundo buscaram reconhecer o agravamento da crise climática e a necessidade de adotar medidas radicais para salvar o planeta. “Nós reconhecemos a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas nas emissões de gases de efeito estufa, alinhadas aos caminhos para limitar o aquecimento
global a 1,5 °C”, afirma o texto.
O documento afirma a continuidade de apoio para Roteiro de Finanças Sustentáveis e celebra o consenso alcançado no Relatório de Finanças Sustentáveis do G20 de 2024. O último estabeleceu:
“Facilitação de acesso de países do Sul Global aos fundos de financiamento climático; princípios robustos para a transição ecológica, com foco em justiça social e uso de alternativas energéticas sustentáveis; a criação de diretrizes para relatórios financeiros de sustentabilidade, de forma a garantir a transparência e responsabilidade empresarial; e, por fim, uma caixa de ferramentas com soluções baseadas em natureza que podem ser implementadas em diferentes contextos países e contextos.”
Cúpula do G20 no Rio pede reforma na governança global
A parte referente a Reforma das Instituições de Governança Global começa com força, “não haverá sustentabilidade nem prosperidade sem paz”. E segue com:
“Nós conhecemos os horrores e o sofrimento produzidos por todas as guerras. Para colher os benefícios de nossos esforços conjuntos para promover o desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões – social, econômica e ambiental –, nós precisamos equipar melhor o mundo com uma governança global reformada. O G20 nasceu de crises financeiras e econômicas, e conseguimos trabalhar juntos para superá-las.”
O trecho propõe mudanças significativas em diversos âmbitos da hierarquia da sociedade mundial, com atenção às novidades proporcionadas pela Inteligência Artificial. A Declaração vê com positividade o crescimento do uso de IA no trabalho, porém destaca que é necessário estabelecer regularização diante dos debates éticos e morais acerca da tecnologia.
“É necessário abordar a proteção dos direitos humanos, a transparência e a explicabilidade, a justiça, a responsabilidade, a regulamentação, a segurança, a supervisão humana apropriada, a ética, os preconceitos, a privacidade, a proteção de dados e a governança de dados.”