Saúde: Américas enfrentam escassez de profissionais. Brasil aposta no Mais Médicos

Brasil enfrenta o problema de Saúde com políticas como o Mais Médicos que vive seu melhor momento após destruição com Bolsonaro
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O Brasil, atualmente, têm uma média de profissionais da Saúde acima do recomendado. Foto: Arquivo/EBC

Em meio a um cenário de escassez de profissionais da Saúde nas Américas, revelado por um novo relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o programa Mais Médicos reforça sua relevância estratégica no Brasil. Entenda na TVT News.

O levantamento mostra que 14 dos 39 países do continente não possuem médicos, enfermeiros e parteiras em número suficiente para atender à demanda populacional — uma realidade que ameaça diretamente a meta de cobertura universal de saúde nos próximos anos.

A projeção mais crítica do relatório aponta que, se mudanças imediatas não forem adotadas, o déficit de profissionais da Saúde nas Américas poderá chegar a 2 milhões até 2030, sendo que hoje esse valor gira abaixo de 500 mil. O problema pode comprometer planos de alcançar uma cobertura universal de saúde.

A implementação de políticas de fortalecimento da Saúde e formação de profissionais é essencial para os desafios futuros. O Brasil, atualmente, têm uma média de profissionais da Saúde acima do recomendado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica 66,57 profissionais por 10 mil habitantes na região. Hoje, o país comandado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem cerca de 80 trabalhadores por 10 mil pessoas.


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Número de profissionais da Saúde por 10 mil habitantes dos principais países das Américas. Fonte: Opas

“A mão-de-obra da saúde é a espinha dorsal dos sistemas de saúde. Sem esses trabalhadores, não será possível alcançar o acesso universal”, alertou o diretor da Opas, o médico brasileiro Jarbas Barbosa. Ele destacou a urgência em investir em formação, retenção, valorização e condições dignas de trabalho para os profissionais da área.

Nesse contexto desafiador, o programa Mais Médicos reafirma seu papel no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Lançado para reduzir desigualdades no acesso à saúde no Brasil, o programa abriu nesta segunda-feira, 5 de maio, um novo edital com 3.174 vagas distribuídas em todo o país — sendo 3.066 para 1.620 municípios e 108 para 26 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). As inscrições vão até o dia 8 de maio.

Mais Médicos: Saúde prioritária

O foco do novo edital é priorizar regiões com menor número de médicos e maior vulnerabilidade social, com base nos dados da Demografia Médica 2025. A maioria das vagas será destinada a municípios de pequeno porte (75,1%), onde a carência de assistência é mais grave. O objetivo é garantir que comunidades remotas e periféricas tenham acesso a profissionais de saúde qualificados e com atuação contínua.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância da articulação entre o Mais Médicos e o atendimento especializado: “Existe uma importante conexão entre o Mais Médicos, o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, e o esforço contínuo em acelerar o atendimento especializado no SUS, uma das principais preocupações da nossa gestão. A atuação integrada desses profissionais vai facilitar o acesso à média e alta complexidade para todos os cidadãos.”

Formação e retenção de profissionais da Saúde

A crise revelada pela Opas também enfatiza a necessidade de preparar novas gerações de trabalhadores da saúde. O Mais Médicos tem se mostrado alinhado a esse desafio ao oferecer, além da atuação em campo, oportunidades de formação continuada para os médicos participantes. “Mais uma vez, o Mais Médicos cumpre o papel de levar profissionais às áreas mais remotas e de maior vulnerabilidade, ao mesmo tempo em que possibilita ofertas de formação para os médicos, que vão desde a especialização em Medicina de Família e Comunidade até o mestrado e doutorado em Saúde da Família”, afirmou Felipe Proenço, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.

O edital contempla médicos com registro no Brasil, brasileiros formados no exterior e profissionais estrangeiros. Para esses dois últimos perfis, é obrigatória a participação no Módulo de Acolhimento e Avaliação (MAAv), que capacita para atuação em situações de emergência e doenças prevalentes nas regiões atendidas.


O Mais Médicos

Desde sua criação em 2013, o Mais Médicos tem sido uma resposta eficaz à desigualdade no acesso à saúde no Brasil, especialmente em regiões distantes dos grandes centros urbanos. Com meta de alcançar 28 mil médicos, o programa atualmente conta com cerca de 24,9 mil profissionais atuando em 4,2 mil municípios — cobrindo 77% do território nacional. A meta do governo Lula é chegar a 28 mil médicos atuantes no programa. Dentre os ativos, cerca de 1.700 apresentam altos índices de vulnerabilidade social.

Em dezembro de 2024, o programa atingiu um marco histórico, com 601 médicos em atuação nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas — o maior número registrado até hoje.

Em março de 2025, o Ministério da Saúde lançou um novo chamamento com a criação de um cadastro reserva. Essa iniciativa permite maior agilidade na reposição de profissionais, atendendo rapidamente às demandas de 2.450 municípios e oito DSEIs que já haviam participado de editais anteriores.

Diante do alerta da Opas, iniciativas como o Mais Médicos são cada vez mais urgentes e simbólicas. Elas não apenas ampliam o acesso à saúde em territórios negligenciados, mas também oferecem caminhos concretos para enfrentar o déficit de profissionais e garantir um futuro com sistemas de saúde mais justos, equitativos e sustentáveis.

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