O filme Sede de Rio, obra de estreia solo do cineasta baiano Marcelo Abreu Góis, chega aos cinemas brasileiros na quinta-feira (18), trazendo uma abordagem poética e introspectiva sobre a vida às margens do Rio São Francisco. Com 73 minutos de duração, o longa-metragem transita entre o documentário e a ficção para contar a história de fé e memória do capitão de embarcações Nitercílio Ferreira de Morais, conhecido como Seu Nir. Saiba mais na TVT News.
A produção é definida pelo diretor como um “ensaio audiovisual sobre a permanência e a delicadeza do existir”. O filme acompanha a peregrinação anual de Seu Nir, que, a bordo de sua embarcação Rainha do Porto, navega em uma jornada solitária até a cidade de Bom Jesus da Lapa, na Bahia, para pagar uma promessa silenciosa em homenagem àqueles que o rio levou.
Uma jornada no Velho Chico
A narrativa é guiada pela figura de Seu Nir, um dos últimos capitães de embarcações de grande porte da região, que cresceu e aprendeu a navegar nas águas do Velho Chico. A travessia ganha uma dimensão ainda mais íntima e dolorosa ao revelar o motivo da promessa: o capitão perdeu um filho afogado nas mesmas águas que sempre foram sua fonte de sustento.
A ideia para o filme nasceu de um encontro acidental. Durante as filmagens de uma série documental anterior, Marcelo Abreu Góis conheceu Seu Nir e se fascinou por sua relação simbiótica com o rio. O diretor, que também assina a fotografia e a montagem, dedicou três anos à produção, com gravações iniciadas durante a pandemia e finalizadas em 2024.
Antes mesmo de sua chegada às telas brasileiras, Sede de Rio já coleciona reconhecimentos em festivais internacionais, com seleções em Lisboa, Madrid, Tóquio, Londres, Marrocos, Los Angeles e Bogotá. No Brasil, o filme foi exibido em mostras de cinema na Bahia, incluindo a Mostra Sesc de Cinema e o Festival de Cinema Baiano (FECIBA). A distribuição nacional do filme é feita pela Cajuína Audiovisual, uma produtora baiana focada no cinema independente.
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