Semana de Vacinação nas Américas quer aplicar 66,5 milhões de doses

Programa Nacional de Imunizações oferece 31 vacinas gratuitamente
semana-de-vacinacao-nas-americas-quer-aplicar-66-5-milhoes-de-doses-esforco-continental-busca-aumentar-as-coberturas-vacinais-na-semana-de-vacinacao-nas-americas-ate-3-de-maio-paulo-pinto-agencia-brasil-tvt-news
Esforço continental busca aumentar as coberturas vacinais na Semana de Vacinação nas Américas até 3 de maio. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Os países do continente americano fazem, nesta semana, um esforço extra para aumentar as coberturas vacinais. Durante a Semana de Vacinação nas Américas, que começou no sábado (26) e vai até o dia 3 de maio, o objetivo é aplicar cerca de 66,5 milhões de doses de vacinas. Saiba mais em TVT News.

Neste momento, há atenção especial para a imunização contra o sarampo, diante dos surtos registrados nos Estados Unidos, Canadá e México, com mais de 2,6 mil casos confirmados e três mortes. O número é mais de dez vezes superior aos 215 casos registrados no mesmo período de 2024.

No ano passado, o Brasil voltou a receber o certificado de país livre do sarampo, e, por enquanto, os casos confirmados neste ano não comprometem o título, já que não há transmissão sustentada da doença em território nacional.

Para evitar que isso aconteça, o Ministério da Saúde convoca todas as pessoas que não receberam a vacina na infância, ou que não têm certeza se receberam, para tomar a tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola.

A chefe de Saúde e Nutrição do Fundo das Nações Unidas para a Infância-Unicef no Brasil, Luciana Phebo, lembra que o Brasil exerce uma grande influência regional e, historicamente, é um bom exemplo de sucesso na política de vacinação. Por isso, evitar que o sarampo volte a circular em território nacional tem uma importância ainda maior.

“O sarampo é um vírus que se dissemina muito rápido, e ele mata, especialmente, crianças desnutridas ou que têm uma imunidade afetada. O controle do sarampo também é um marcador importante de que o programa nacional de vacinação está funcionando bem, não só com relação ao próprio sarampo, mas para as demais vacinas”, afirma Luciana Phebo.

“O Brasil já eliminou o sarampo e perdeu esse certificado alguns anos atrás. Agora, esperamos que isso não aconteça, não só pelo pela importância interna, mas também pela importância que o Brasil tem no mundo”, complementa.

Febre amarela

Outra doença que pode ser prevenida por vacinas, mas tem causado grande preocupação este ano é a febre amarela. Até o momento, 189 casos foram confirmados em todo o continente, três vezes mais do que os registros de todo o ano passado. O Brasil se destaca, com 102 casos e 41 mortes.

A campanha organizada pela Organização Paramericana da Saúde (Opas) traz neste ano o tema “Sua decisão faz a diferença”. Além de elevar as coberturas vacinais, a iniciativa pretende contribuir com as metas de eliminação de doenças, que buscam a eliminação de mais de 30 enfermidades até 2030. Entre elas, estão 11 preveníveis com vacinação, como o sarampo, a febre amarela e a hepatite b, além da meningite bacteriana e do câncer de colo de útero.

Doenças não têm fronteiras

O assessor científico sênior da Fundação Oswaldo Cruz, Akira Homma, destaca a importância de ações coordenadas entre os países: “Os agentes infecciosos não têm fronteiras, então é preciso vacinar todo mundo para gente ficar realmente protegido. Principalmente quando a cobertura vacinal está caindo em outros países, nós precisamos manter as coberturas altas, porque, assim, mesmo que uma pessoa doente de outro país chegue aqui, a doença não vai e disseminar, se tornar um surto ou uma epidemia”

Mas ainda que o aumento das coberturas vacinais seja um desafio global, Homma e outros especialistas defendem que é preciso focar nas realidades particulares de cada comunidade, inclusive para combater a desinformação.

“Ao invés de a gente falar sobre a eficácia da vacina, por exemplo, a gente tem que fazer essa tradução para a população. Isso é a popularização da ciência, popularização do conhecimento. Como fazer isso nas diversas realidades que a gente tem no país? A gente tem que consultar quem tá la na base, as pessoas que trabalham e as pessoas que vivem nesses territórios”, destaca Lurdinha Maia, que também é pesquisadora da Fiocruz.

Os dois especialistas coordenaram, de 2021 a 2023, o Projeto pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais, que ajudou os dois estados com os piores índices de vacinação contra a poliomielite, Amapá e Paraíba, a alcançarem as metas, após intervenções baseadas nas realidades dos municípios.

“Um dos grandes problemas que a gente detectou nesse projeto é a questão do acesso aos centros de vacinação. Aqui no Rio de Janeiro, tem esse centro especial [Super Centro Carioca de Vacinação], que funciona até 22h e também sábados, domingos, feriados. Isso facilita a população a completar a vacinação. A vacina tem que ser levada aos pontos de aglomeração, metrô, aeroportos, shopping center… Essas iniciativas têm que ser reproduzidas em outros municípios”.

veja-como-se-vacinar-sus-Semana-de-Vacinação-nas-Américas-marcello-casal-jr-agência-brasil-tvt-news
Veja como se vacinar no SUS. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Como se vacinar no SUS

Qualquer cidadão brasileiro ou que esteja no Brasil pode se vacinar gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em todo o país. Basta ir a uma unidade de saúde com cartão de vacinação. As unidades de saúde estão prontas para oferecer as vacinas necessárias em todas as fases da vida, desde a infância até a idade adulta e a terceira idade.

Caso não possua ou perdeu o cartão de vacinação,  visite a UBS em que recebeu as últimas vacinas ou vá à qualquer unidade e solicite um novo cartão. A ausência do cartão de vacinação não impede que você seja vacinado. 

Quais as vacinas disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação?

  • BCG
  • Hepatite B
  • Penta
  • Pólio inativada
  • Rotavírus
  • Pneumo 10
  • Meningo C
  • Febre amarela
  • Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
  • Tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela)
  • DTP
  • Hepatite A
  • Varicela
  • Difteria e tétano adulto (dT)
  • Meningocócica ACWY
  • HPV quadrivalente
  • dTpa 
  • Covid-19
  • Pneumocócica 23-valente (Pneumo 23)

Quais vacinas preciso tomar?

Confira o calendário de vacinação por idade ou condição:

Criança

Ao nascer: BCG (dose única) e Hepatite B

2 meses: adsorvida Difteria, Tétano, Pertussis, Hepatite B e Haemophilus influenzae B (1ª dose); poliomielite 1, 2 e 3 (1ª dose); pneumocócica 10-valente (1ª dose); e rotavírus humano G1P1 [8] (1ª dose)

3 meses: meningocócica C (1ª dose)

4 meses: adsorvida Difteria, Tétano, pertussis, Hepatite B e Haemophilus influenzae B (2ª dose); poliomielite 1, 2 e 3 (2ª dose); pneumocócica 10-valente (2ª dose); e rotavírus humano G1P1 [8] (2ª dose)

5 meses: meningocócica C (2ª dose)

6 meses: adsorvida Difteria, Tétano, pertussis, Hepatite B e Haemophilus influenzae B (3ª dose); poliomielite 1, 2 e 3 (3ª dose); e Covid-19 (1ª dose)

7 meses: Covid-19 (2ª dose)

9 meses: Febre Amarela (1 dose)

12 meses: pneumocócica 10-valente (reforço); meningocócica C (reforço); e Sarampo, Caxumba, Rubéola (Tríplice viral) (1ª dose)

15 meses: adsorvida Difteria, Tétano e pertussis (1º reforço); poliomielite 1, 2 e 3 (reforço); adsorvida Hepatite A (1 dose); e Tetra viral (1 dose)

4 anos: adsorvida Difteria, Tétano e pertussis (2º reforço); Febre Amarela (reforço); e varicela (1 dose)

5 anos: Febre Amarela (1 dose, caso a criança não tenha recebido as duas doses recomendadas antes de completar 5 anos) e pneumocócica 23-valente (2 doses, a 2ª dose deve ser feita 5 anos após a 1ª dose)

7 anos: Difteria e Tétano (iniciar ou completar três doses, de acordo com situação vacinal, com reforço a cada 10 anos, ou a cada 5 anos em caso de ferimentos graves e contatos de difteria)

9 e 10 anos: HPV Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (Dose única)

Adolescente

Em qualquer idade: Hepatite B (iniciar ou completar três doses, de acordo com situação vacinal); Difteria e Tétano (iniciar ou completar três doses, de acordo com situação vacinal, com reforço a cada 10 anos, ou a cada 5 anos em caso de ferimentos graves ou se contatos de difteria); Febre Amarela (dose única caso não tenha recebido nenhuma dose até os 5 anos ou reforçar, caso a pessoa tenha recebido uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade); e Sarampo, Caxumba e Rubéola (Tríplice viral) (iniciar ou completar duas doses, de acordo com a situação vacinal)

11 a 14 anos: HPV Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (dose única, para os adolescentes não vacinados, de 15 a 19 anos de idade, deve-se realizar estratégias de resgate para vacinação de dose única) e meningocócica ACWY (Uma dose)

Adulto e idoso

Em qualquer idade: Hepatite B (três doses, de acordo com histórico vacinal); Difteria e Tétano (três doses, de acordo com histórico vacinal, com reforço a cada 10 anos, ou a cada 5 anos em caso de ferimentos graves ou se contatos de difteria); Febre Amarela (dose única caso não tenha recebido nenhuma dose até os 5 anos ou reforçar, caso a pessoa tenha recebido uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade); e HPV Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18

A partir dos 18 anos: Difteria, Tétano, Pertussis (uma dose, reforço a cada 10 ou 5 anos, em caso de ferimentos graves, recomendadas para profissionais da saúde, parteiras tradicionais e estagiários da saúde, que atuam em maternidades e unidades de internação neonatal)

20 a 29 anos: Tríplice viral (duas doses)

30 a 59 anos: Tríplice viral (uma dose, verificar situação vacinal anterior)

A partir dos 60 anos: Hepatite B (três doses, de acordo com histórico vacinal); Difteria e Tétano (três doses, de acordo com histórico vacinal, reforço a cada 10 anos ou a cada 5 anos em caso de ferimentos graves); Febre Amarela; e Difteria, Tétano, Pertussis (uma dose, reforço a cada 10 ou 5 anos, em caso de ferimentos graves, recomendadas para profissionais da saúde, parteiras tradicionais e estagiários da saúde, que atuam em maternidades e unidades de internação neonatal)

Gestante

Em qualquer momento do pré-natal: Hepatite B (iniciar ou completar 3 doses) e Difteria e Tétano (iniciar ou completar o esquema de 3 doses com vacinas contendo os toxoides de difteria e tétano)

20ª semana de gravidez e puérperas até 45 dias: Difteria, Tétano, Pertussis (1 dose a partir da 20ª semana, a cada gestação)

Tenha mais informações sobre o Calendário de Vacinação no site do Ministério da Saúde.

Com informações da Agência Brasil e do Ministério da Saúde

Leia mais notícias sobre saúde em TVT News

Assuntos Relacionados