Proposta da presidenta Cláudia Sheinbaum de aumento das tarifas de importação sobre Brasil, China e outros nove países com os quais os mexicanos não têm acordo comercial foi aprovada pelo Senado do México. O projeto de lei, votado sob pressão comercial dos Estados Unidos, foi aprovado por 76 votos, 5 contra e 35 abstenções, em uma sessão que se estendeu pela noite. Leia em TVT News.
Sheinbaum defende tarifas sobre países como ferramenta para “fortalecer a economia”
México, com informações da AFP
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta quinta-feira (11) que as tarifas sobre Brasil, China e outras nações, recentemente aprovadas pelo Congresso, não têm a intenção de “gerar conflito” com outros países, mas sim de “fortalecer a economia nacional”.
O Congresso mexicano aprovou esta semana o aumento das tarifas de importação de uma dúzia de países com os quais o México não possui acordos comerciais, liderados pela China. Analistas interpretaram a medida como um alinhamento do México com os Estados Unidos, seu maior parceiro comercial, antes da revisão do tratado de livre comércio T-MEC.
Após a aprovação da medida pelo Congresso mexicano na noite de quarta-feira, um porta-voz do Ministério do Comércio da China declarou que Pequim espera que “o México corrija essa prática errônea de unilateralismo e protecionismo”.
Em resposta, Sheinbaum afirmou que essa medida comercial busca fortalecer a indústria mexicana e os fornecedores nacionais.
“Nosso interesse não é gerar conflito com nenhum país do mundo; respeitamos muito a China e temos ótimas relações com ela. O motivo desses ajustes na legislação é fortalecer a economia nacional”, disse a presidente em sua coletiva de imprensa matinal.
Além da China, os países afetados incluem Brasil, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia, Turquia e Taiwan.
A medida modifica 1.463 classificações tarifárias nos setores automotivo, têxtil, de vestuário, plásticos, eletrodomésticos e calçados, entre outros, principalmente sobre produtos chineses.

A proposta inicial incluía tarifas de até 50%, mas a maioria foi reduzida para cerca de 20% ou 35%, e apenas em alguns casos a taxa inicial foi mantida. Sheinbaum apresentou a proposta em setembro, em meio à crescente pressão comercial de Trump e acusações de que o México é a porta de entrada para produtos chineses nos Estados Unidos.
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