O publicitário Sidônio Palmeira tomou posse nesta terça-feira (14) como novo ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele substitui Paulo Pimenta, com o desafio de popularizar os feitos da atual gestão, melhorando assim os índices de avaliação.
Como um dos principais adversários, ele elencou as “mentiradas” da extrema-direita. Ao mesmo tempo, afirmou que a decisão da Meta (controladora do Facebook, Instagram e Whatsapp) de flexibilizar suas políticas de moderação de conteúdo, acabando com a checagem de fatos, cria uma espécie de “faroeste digital”.
Em sinal de prestígio, 24 compareceram à posse de Sidônio. Além do próprio presidente Lula, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, da Educação, Camilo Santana, da Saúde, Nísia Trindade, da Casa Civil, Rui Costa, e da Justiça, Ricardo Lewandowski, dentre outros, também marcaram presença.
“Encaro a missão da comunicação como guardiã da democracia. As medidas adotadas pela Meta estão promovendo o faroeste digital e são ruins porque afrontam a soberania nacional. (Nós) defendemos a liberdade de expressão e lamentamos que o extremismo esteja desvirtuando esse conceito para viabilizar a liberdade de manipulação”, defendeu o novo chefe da Secom.
“A mentira nos ambientes digitais, fomentada pela extrema-direita, cria uma cortina de fumaça na vida real, manipula pessoas inocentes e ameaça a humanidade. Esse movimento aprofunda o negacionismo, a xenofobia e as violências raciais e de gênero. Promove um revisionismo histórico sobre a região do charlatanismo, que promete prosperidade imediata e pavimenta a cultura do ódio, do cancelamento e do individualismo”, frisou Sidônio.
Nesse sentido, ressaltou que as mentiras criadas pela extrema-direita no ambiente digital impedem que as informações dos serviços prestados pelo conjunto dos ministérios “chegue na ponta”. “A população não consegue ver o governo nas suas virtudes”.
“Para fazer frente a esse movimento macabro, não basta apenas chamar um ‘marqueteiro’, como vocês dizem. Precisamos ampliar a nossa concepção do papel da comunicação nesse novo mundo. A comunicação está no centro dos grandes desafios mundiais, e nosso trabalho é compreendê-la em sua complexidade”, seguiu.
Pimenta se despede da Secom
Em seu último discurso à frente da Secom, Paulo Pimenta fez reiterados agradecimentos ao presidente, narrou sua trajetória de militante e parlamentar do PT e disse ter recuperado a estrutura da Secom. Pimenta disse ainda ter recuperado uma relação de respeito entre governo, agências de comunicação e imprensa e projetou sucesso no trabalho do sucessor.
“Eu tenho absoluta convicção de que nós vamos dar um salto na qualidade nesse trabalho. Conheço o Sidônio, as pessoas que estão vindo para cá com ele”, afirmou. Ele no entanto, fez uma mea culpa sobre sua atuação à frente da Secom. “Acho que o presidente tem razão por querer uma sacudida na comunicação. Quando a gente sabe que o time é bom e o resultado não está o que a gente espera, o técnico [Lula] tem obrigação de dar satisfação à torcida”, complementou.
A Secom é responsável pela política de comunicação do governo federal. Desse modo, a pasta tem como uma das principais prerrogativas gerenciar a publicidade oficial, o relacionamento com a imprensa e a divulgação de programas e ações dos ministérios e da presidência.
Sidônio assume a secretaria “carta branca” para fazer as trocas que julgar necessárias. Além do viés mais político do antecessor, a pasta também sofre uma espécie de racha, com parte dos cargos indicados pela primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja. O novo ministro já trocou o secretário de Imprensa do presidente Lula (PT), José Chrispiniano. Ele foi substituído por Laércio Portela, então secretário de Comunicação Institucional.
Uma das missões do novo ministro será desfazer a “cortina de fumaça” criada pela extrema-direita em torno do Pix. Isso porque perfis ligados ao bolsonarismo passaram a impulsionar uma série de fake news sobre uma suposta cobrança de imposto sobre a modalidade de pagamento virtual, após a Receita Federal anunciar que vai monitorar transações acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas.