O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região realiza na quarta-feira (24), às 19h, uma plenária virtual com trabalhadores do Itaú para discutir os impactos das demissões em massa promovidas pelo banco no início de setembro e o futuro do trabalho remoto na instituição. Saiba mais na TVT News.
Na plenária, o sindicato vai ouvir os bancários que ainda permanecem no banco, especialmente os cerca de 35 mil que atuam em regime híbrido ou remoto. A pauta inclui a necessidade de regras claras para o teletrabalho, garantias de privacidade e limites ao monitoramento.
Demissões no Itaú
No dia 8 de setembro, o Itaú desligou cerca de mil funcionários que atuavam em regime híbrido ou totalmente remoto em unidades do Centro Tecnológico (CT), do Centro Empresarial Itaú Conceição (Ceic) e da Faria Lima. A justificativa apresentada foi a “baixa aderência ao home office”, baseada em monitoramento de cliques e períodos de inatividade registrados nas máquinas corporativas dos empregados.
O sindicato considera o critério adotado pelo banco “questionável e arbitrário”. De acordo com o diretor Maikon Azzi, o monitoramento ignora aspectos como a complexidade das tarefas bancárias, falhas técnicas, sobrecarga de trabalho e até questões de saúde. A presidenta da entidade, Neiva Ribeiro, classificou a medida como “desumana” e destacou a contradição entre as demissões e o lucro de R\$ 22,6 bilhões obtido pelo Itaú apenas no último semestre.
As demissões também chamaram atenção pela forma como foram conduzidas: sem advertências, feedbacks ou diálogo prévio com os trabalhadores ou com a entidade sindical. Para o sindicato, trata-se de um desrespeito às mesas de negociação coletiva e um agravamento da vigilância sobre o home office.
Em reação, a entidade já realizou uma plenária com os trabalhadores demitidos (11/09), um protesto no Ceic (17/09) e acionou a Justiça com uma ação coletiva pedindo a reversão dos cortes. O sindicato também pressionou a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o que levou o Itaú a uma primeira reunião de negociação em 18 de setembro.
“O home office não pode ser usado como desculpa para ampliar o controle abusivo sobre os trabalhadores. Exigimos respeito, diálogo e estabilidade para a categoria”, afirmou Azzi durante o encontro.
O Itaú, por sua vez, tem reforçado seus investimentos em tecnologia e inteligência artificial, que somaram R\$ 4,7 bilhões em 2024. Desde 2011, o banco reduziu em mais de 18 mil seu quadro de funcionários e fechou mais de 2 mil agências físicas, ao mesmo tempo em que ampliou as contratações em áreas ligadas à TI.
Com a mobilização em curso, o sindicato promete manter a pressão sobre o banco e ampliar a organização dos trabalhadores diante do que considera uma ameaça ao modelo de home office e aos direitos trabalhistas no setor bancário.
Como participar da plenária?
Os trabalhadores bancários do Itaú interessados em participar da reunião devem preencher o pré-cadastro (neste link) com contato e informações que servirão de base para os temas debatidos na plenária, além de receber o link para participação.
