O Supremo Tribunal Federal (STF) começou nesta terça-feira (9) o julgamento de seis réus do Núcleo 2 da tentativa de golpe de Estado.
Entenda na TVT News.
O grupo é acusado de elaborar a “minuta do golpe” e de monitorar e propor a “neutralização” de autoridades. Eles também são apontados por usar a PRF, a Polícia Rodoviária Federal, para impedir o voto de eleitores do Nordeste em 2022.
Veja quem são os réus do núcleo 2 da trama golpista julgados no STF:
➡️ delegado da Polícia Federal, Fernando de Sousa Oliveira
➡️ delegada da Polícia Federal, Marília Ferreira de Alencar
➡️ ex-assessor internacional da Presidência da República, Filipe Garcia Martins Pereira
➡️ coronel Marcelo Costa Câmara
➡️ general Mário Fernandes
➡️ ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques
Todos respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Este é o terceiro julgamento de acusados da trama golpista. Ao todo, já foram condenados 24 réus, sendo oito do Núcleo 1, formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete ex-integrantes do governo; além de sete do Núcleo 4 e nove do Núcleo 3.
Ainda falta ser analisada a denúncia do Núcleo 5, contra o empresário Paulo Figueiredo, que está nos Estados Unidos.
Veja o que disse a PGR
No documento enviado ao STF, o procurador-geral, Paulo Gonet, sustenta que as ações praticadas pela “organização criminosa” estão documentadas em conversas por aplicativos de mensagens, além de registros em arquivos eletrônicos.
Segundo ele, as provas demonstram que os réus coordenaram ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas, elaboraram o projeto de decreto que implementaria medidas excepcionais no país e atuaram para dificultar a chegada de eleitores da Região Nordeste aos locais de votação, durante o primeiro turno das eleições de 2022.
Ainda de acordo com Gonet, os acusados do Núcleo 2 não só monitoraram autoridades da República, como elaboraram um plano para matar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Em depoimento ao STF, o próprio general Mário Fernandes admitiu ser o autor do plano que romperia com as estruturas democráticas do país, batizado de Punhal Verde e Amarelo.
“As provas, na realidade, vinculam subjetivamente os acusados à cadeia causal dos atos [que culminaram com o] 8 de janeiro de 2023”, argumentou o procurador-geral, acrescentando que os réus descumpriram deliberadamente com suas atribuições funcionais, principalmente no âmbito da segurança pública, facultando que manifestantes invadissem e depredassem os edifícios-sedes dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Com textos de Renato Ribeiro – Repórter da Rádio Nacional
