Tarifaço: maioria aprova retaliação do Brasil aos EUA

Levantamento Ipsos-Ipec revela que maior parte dos entrevistados vê motivação política na taxa de 50%
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Tarifaço de Trump entrou em vigor em 6 de agosto. Foto: Daniel Torok/The White House e Ricardo Stuckert/PR

Pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta terça-feira (12) aponta que a maioria dos eleitores brasileiros defendem que o Brasil responda na mesma moeda ao tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump. Dos entrevistados, 49% que acreditam que o país deve reagir aplicando tarifas altas sobre os produtos estadunidenses. Saiba mais em TVT News.

Outros 43% discordam que o Brasil deva retaliar os EUA na mesma moeda. A percepção favorável à reação brasileira é maior entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições de 2022 (61%) do que entre os eleitores de Jair Bolsonaro (38%).

A pesquisa, realizada entre 1º e 5 de agosto, foi feita com base em 2 mil entrevistas com pessoas de 16 anos ou mais em 132 cidades levantou a percepção dos brasileiros sobre o tarifaço imposto por Trump aos produtos brasileiros. O nível de confiança é de 95%.

Maioria acredita que tarifaço de Trump é questão política

A pesquisa mostra que 75% vê a decisão de Trump impor o tarifaço ao Brasil como política, enquanto apenas 12% vê como questão comercial e 5% enxerga ambas as motivações. Os motivos políticos prevalecem tanto entre os eleitores de Lula (79%) quanto entre os bolsonaristas (73%).

  • uma questão política: 75%;
  • uma questão comercial: 12%;
  • ambas: 5%;
  • não sabem/não responderam: 8%.

Imagem dos EUA foi desgastada entre brasileiros

De acordo com o levantamento, após o tarifaço, a imagem dos EUA mudou para pior para 38%, mudou para melhor para 6% e permaneceu a mesma para 51%.

Antes do tarifaço, a imagem que os brasileiros tinham dos Estados Unidos era em sua maioria “boa” (29%). As demais percepções eram “regular” (28%), “ótima” (19%), “péssima” (11%) e “ruim” (4%).

  • permaneceu a mesma: 51%;
  • mudou para pior: 38%;
  • mudou para melhor: 6%;
  • não sabem/não responderam: 5%

Maioria defende que Brasil deve priorizar acordo com outros parceiros

Para 68%, o Brasil deveria priorizar acordos com outros parceiros comerciais, como a China e a União Europeia. O grupo que discorda da afirmação representa 25% dos entrevistados. A opinião favorável à prioridade aos acordos com outras nações é maioria tanto entre bolsonaristas (59%) quanto entre lulistas (75%).

  • concordam totalmente: 45%;
  • concordam em parte: 23%;
  • discordam em parte: 10%;
  • discordam totalmente – 15%;
  • não sabem/não responderam: 8%.

Opiniões se dividem sobre afastamento do Brasil dos EUA

Dos entrevistados, 47% discorda que o Brasil deveria reavaliar sua parceria comercial e se distanciar dos Estados Unidos. A diferença para o grupo favorável à afirmação é de apenas um ponto percentual: são 46% os que defendem a mudança nos acordos e afastamento dos EUA.

Entre os bolsonaristas, a opinião majoritária é desfavorável ao distanciamento (65%). O contrário ocorre com os lulistas, entre os quais 61% defende o afastamento do Brasil dos Estados Unidos.

  • concordam totalmente: 28%;
  • concordam em parte: 18%;
  • discordam em parte: 17%;
  • discordam totalmente: 30%:
  • não sabem/não responderam: 8%.

Isolamento do Brasil no cenário internacional

A maioria dos entrevistados (60%) acredita que a situação de embate com os Estados Unidos pode deixar o Brasil mais isolado no cenário internacional. A percepção de que o Brasil deve ficar isolado após o ataque de Washington é majoritária entre bolsonaristas (70%) e lulistas (53%). Quem discorda da afirmação representa 32%.

  • concordam totalmente :38%;
  • concordam em parte: 22%;
  • discordam em parte: 14%;
  • discordam totalmente: 18%;
  • não sabem/não responderam: 8%.

Maioria deve priorizar produtos nacionais se tarifaço prejudicar Brasil

A pesquisa também questionou os entrevistados sobre o que fariam caso o tarifaço prejudique a economia brasileira.

  • deixar de comprar produtos americanos: 22%;
  • cancelar ou repensar planos de viagem para os Estados Unidos: 5%;
  • apoiar políticos braisleiros que defendam o distanciamento dos Estados Unidos, buscando acordos com outros países: 9%;
  • usar as redes sociais e espaços públicos para criticar a medida de Trump: 3%;
  • priorizar o consumo de produtos nacionais: 39%;
  • não estaria disposto a toamr nenhuma medida: 10%;
  • não sabe/não respondeu: 13%.

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