De acordo com a equipe da Flotilha da Liberdade no Brasil, o ativista Thiago Ávila foi levado para uma cela solitária e Israel ameaça deixar o brasileiro preso por 7 dias na modalidade. Acompanhe atualizações sobre Gaza na TVT News.
Segundo informações, oito dos 12 ativistas que embarcavam a Flotilha da Liberdade seguem presos em Israel. Além de Thiago Ávila, a deputada do parlamento europeu, Rima Hassan, também foi levada para a solitária por ter escrito “Palestina Livre” em uma parede da Prisão de Givon — ela já foi liberada.
O brasileiro está em greve de fome e água desde às 4h da manhã de segunda-feira (pelo o horário local). Ele foi transferido para uma cela solitária que é pequena, escura, sem ar e sem contato com demais presos, de acordo com a advogada de Adalla, responsável pelos presos políticos.
Thiago Ávila também sofre ameaças de ficar preso no local por 7 dias, de acordo com a esposa dele, Lara Souza, que acompanha a situação do Brasil.
A notícia da prisão na solitária chegou após Israel informar que deportaria sob novos termos os ativistas que estão presos no país, a expulsão aconteceria entre a noite de quarta-feira a quinta-feira.
O governo de Israel ainda não comentou ou confirmou a prisão em solitária.
Eles também serão punidos com 100 anos de banimento, ou seja, não poderão pisar no país durante esse tempo.
*Conteúdo em atualização.
Em entrevista exclusiva para o jornal TVT News Primeira Edição, Thiago Ávila afirmou que “Israel pode nos matar, mas virão milhares depois”. Ele considerou que o risco que ele ou os outros ativistas estão expostos “é muito menor do que o risco das pessoas em Gaza”.
“Lidamos com a ideologia mais terrível de nosso tempo. Uma ideologia racista e supremacista como o sionismo, aliado ao imperialismo dos EUA, têm um poder destrutivo muito grande”, disse Thiago Ávila.
Ativistas da Flotilha da Liberdade sofrem em Israel
Oito dos 12 ativistas da Flotilha da Liberdade seguem presos em Israel, são eles: Suayb Ordu, da Turquia; Mark van Rennes, dos Países Baixos; Pascal Maurieras, da França; Reva Viard, da França; Rima Hassan, da França; Thiago Ávila, do Brasil; Yanis Mhamdi, da França; Yasemin Acar, da Alemanha; e Omar Faiad, da França.
Segundo o perfil da Flotilha da Liberdade no Instagram, Israel queria forçar os ativistas a assinarem um documento que os fariam admitir uma suposta “entrada ilegal no território israelita”.
Se negando a assinar, a deputada do parlamento europeu Rima Hassan foi ameaçada e o soldado disse: “Eu esmago a sua cabeça contra a parede se não assinar [o documento]. Vamos lidar com isto à nossa maneira”, segundo informações da Flotilha da Liberdade no Instagram.
Parte do grupo se negou a assinar o papel, alegando terem sido sequestrados enquanto estavam em águas internacionais e levados para Israel contra sua vontade. Os ativistas rumavam para a Faixa de Gaza, na Palestina, para levar furar o bloqueio militar imposto por Israel e levar ajuda humanitária para os palestinos.
Por terem se negado a assinar o documento, o governo de Israel marcou uma audiência que aconteceu na terça-feira (10) para que o juiz determinasse a deportação.
De acordo com a Lei de Entrada em Israel, indivíduos que receberem ordens de deportação são mantidos detidos por 72 horas antes de serem removidos à força, a menos que concordem em sair antes.
Ativistas do Madleen são presos por Israel
O navio da Flotilha da Liberdade, chamado de Madleen, saiu da Sicília da Itália no dia primeiro de junho e navega com a bandeira do Reino Unido. O objetivo era chegar até a Faixa de Gaza com suprimentos humanitários, como remédios, alimentos e próteses para serem distribuídos entre os palestinos.
Nos primeiros minutos de segunda-feira (9) — no horário local —, a embarcação foi interceptada, ainda em águas internacionais pelo exército israelense e os 12 ativistas foram levados.
Segundo o monitoramento ao vivo, a embarcação estava a cerca de 100 milhas náuticas.
Antes da embarcação ser tomada pelo exército de Israel, eles tinham sido atacados por drones que lançaram uma substância química não identificada que parecia tinta branca.
Os organizadores da Flotilha da Liberdade alegam que os 12 ativistas foram sequestrados e forma ilegal, inclusive Thiago Ávila. “Não tem autoridade legal para deter em águas internacionais”, informou.
Em entrevista exclusiva ao jornal TVT News Primeira Edição na última quinta-feira (5), Thiago Ávila já tinha afirmado que caso Israel atacasse seria um “um crime de guerra”.
A intercepção aconteceu após cinco noites seguidas em que Thiago Ávila relatava estarem sendo monitorados por drones não identificados.
Segundo informações do Israel Hayom, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, orientou que a equipe seja presa em celas individuais na Prisão de Givon, em Ramla. Eles devem ficar detidos antes de serem deportados e não devem portar nenhum acessório que faça referência a Palestina.
O ministro da Defesa, Israel Katz, determinou que os prisioneiros tenham que assistir imagens do ataque que o Hamas fez no dia 7 de outubro de 2023.