Time do Povo, Corinthians completa 115 anos de glórias

Da várzea à conquista do mundo, o Timão construiu uma história de paixão, resistência e feitos inesquecíveis
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Fiel torcida do Corinthians. Foto: Rodrigo Coca/Corinthians

Às 20h30 do dia 1º de setembro, à luz de um lampião, na esquina das ruas José Paulino e Cônego Martins, no bairro do Bom Retiro, o grupo de operários formado por Anselmo Corrêa, Antônio Pereira, Carlos Silva, Joaquim Ambrósio e Raphael Perrone fundaram o Sport Club Corinthians Paulista, que nesta segunda-feira (1º), completa 115 anos. Relembre a história em TVT News.

Com mais oito rapazes, foi formada a reunião dos primeiros integrantes e sócio fundadores do Timão, que teve seu nome inspirado na equipe inglesa Corinthian Football Club, que fazia excursão pelo Brasil. O presidente escolhido por eles foi o alfaiate Miguel Battaglia, que, já no primeiro momento, afirmou: “O Corinthians vai ser o time do povo e o povo é quem vai fazer o time”. Um terreno alugado na Rua José Paulino foi aplainado, virou campo e foi lá que, já no dia 14 de setembro, o primeiro treino foi realizado diante de uma plateia entusiasmada, que garantiu: “Este veio para ficar!”.

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A fundação do Corinthians. Foto: Arquivo/Corinthians

O primeiro obstáculo foi simbólico: comprar uma bola. Para isso, os sócios saíram pelas ruas do Bom Retiro em busca de novos associados e arrecadaram os 6 mil réis necessários. O dinheiro — em notas e moedas miúdas — foi entregue numa lojinha de esportes na rua São Caetano.

Com a bola em mãos e o número de associados crescendo, veio o segundo desafio: preparar o campo. Em um mutirão, jogadores, diretores e sócios capinaram o terreno da José Paulino, transformando o “Lenheiro” no primeiro palco corinthiano.

Menos de duas semanas após sua fundação, o Corinthians entrou em campo pela primeira vez em 14 de setembro de 1910, contra o União da Lapa. Apesar da derrota por 1 a 0, o desempenho foi promissor — o adversário era considerado um dos melhores da várzea paulistana. O time do povo contava com jogadores como: Valente, Perrone, Atílio, Lepre, Alfredo, Police, João da Silva, Jorge Campbell, Fabbi, César Nunes e Joaquim Ambrósio. Técnico: Rafael Perrone, também um dos fundadores.

Títulos

Em 1913, o Corinthians deu um passo decisivo ao disputar pela primeira vez o Campeonato Paulista. No ano seguinte, veio a consagração: o clube sagrou-se campeão com uma campanha impecável — dez vitórias em dez partidas e 37 gols marcados. A última vitória, por 3 a 0 sobre o Lusitano no Parque Antártica, selou o título com autoridade.

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Elenco que ganhou o o primeiro título, em 1914. Foto: Arquivo/Corinthians

Mais do que números, essa conquista representou o triunfo de um grupo de trabalhadores que ousou desafiar a estrutura elitista do futebol paulista da época. Com esforço coletivo e paixão pelo esporte, o Corinthians conquistou seu primeiro grande título e começou a escrever uma história que mudaria para sempre o cenário do futebol brasileiro.

Entre 1916 e 1919, o time viveu uma fase de afirmação e conquistas que consolidaram sua presença no futebol paulista. Em 1916, retornando ao Campeonato da Liga Paulista de Futebol, o clube mostrou sua força ao conquistar o título com campanha perfeita: nove vitórias em nove jogos. Apparício brilhou como artilheiro da competição, balançando as redes sete vezes.

No ano seguinte, o Timão enfrentou pela primeira vez seus grandes rivais em uma mesma edição do Campeonato Paulista. Apesar da crescente popularidade, terminou em quarto lugar, atrás do Paulistano, Palestra Itália e Santos. Ainda assim, a participação marcou o início das rivalidades que moldariam a história do futebol paulista.

Em 1918, o sonho de ter uma casa própria começou a se concretizar. Nos momentos de folga, os próprios jogadores se dedicaram à construção do gramado do primeiro estádio oficial do clube. Batizado de Ponte Grande, o campo ficava onde hoje está a Ponte das Bandeiras, às margens do rio Tietê — um símbolo da dedicação e da força coletiva que sempre marcaram o Corinthians.

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Estádio Ponte Grande foi inaugurado em 17/03/1918. Foto: Arquivo/Corinthians

Já em 1919, o clube escreveu mais um capítulo importante ao vencer o primeiro Torneio Início da história do futebol paulista. No mesmo ano, veio também a primeira vitória sobre o Palestra Itália em jogos de campeonato. No Parque Antártica, o ponta-direita Américo marcou o gol solitário que garantiu o triunfo por 1 a 0, reforçando o espírito combativo do “galo brigador do Bom Retiro” e alimentando uma rivalidade que atravessaria gerações.

Em 1921, o título escapou por pouco. Na véspera de Natal, o Timão precisava vencer o Palestra Itália para se sagrar campeão, mas acabou derrotado, vendo o sonho do troféu se dissolver diante do rival.

No ano seguinte, o clube voltou com força total e conquistou o Campeonato Paulista justamente no ano do Centenário da Independência do Brasil. A partida decisiva foi disputada em fevereiro de 1923, com vitória por 2 a 0 sobre o Paulistano no campo da Floresta — um triunfo simbólico em um momento histórico para o país.

Em 1923, o Corinthians alcançou seu primeiro bicampeonato paulista. Com uma campanha sólida, liderou o turno inicial e entrou na segunda fase com seis pontos de vantagem. Bastava vencer três dos sete jogos restantes para garantir o título — e o Timão não decepcionou.

O ano de 1924 trouxe ainda mais glória: o primeiro tricampeonato estadual. Mesmo com a interrupção do torneio causada pela Revolução Tenentista, o Corinthians manteve o ritmo e confirmou a conquista com uma vitória por 1 a 0 sobre o Paulistano, reafirmando sua hegemonia no futebol paulista.

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Elenco que conquistou o primeiro tricampeonato paulista do Corinthians em 1922/23/24. Foto: Arquivo/Corinthians

Já em 1925, o clube esteve muito perto de alcançar o tetracampeonato. O Paulistano se retirou da competição, mas os resultados de seus jogos foram mantidos. Caso tivessem sido anulados, o Corinthians teria terminado à frente da A.A. São Bento e levantado mais um troféu. Foi um “quase” que ficou marcado na memória, mas também reforçou a força e a constância do Timão naquela década.

Parque São Jorge

Em 1926, o Corinthians deu mais um passo importante em sua trajetória ao adquirir o terreno do Parque São Jorge. Localizado na zona leste de São Paulo, o espaço se tornaria a nova casa do clube. Embora o campo ainda precisasse de reformas, a compra representava um marco na consolidação da identidade corinthiana — um lugar próprio, onde o time poderia crescer e se fortalecer.

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Parque São Jorge, primeira “casa” do Corinthians. Foto: Acervo Corinthians

O mascote mosqueteiro

O ano de 1929 foi marcante para o Corinthians, tanto dentro quanto fora dos gramados. O clube conquistou mais um bicampeonato paulista, desta vez com uma campanha impecável: sete vitórias em sete jogos, reafirmando sua força e consistência no cenário estadual.

Mas não foi só no campeonato local que o Timão brilhou. O time também venceu sua primeira partida internacional, derrotando o Barracas, da Argentina, por 3 a 1 no Parque São Jorge. Os gols da virada foram marcados por Apparício, Rato e Rodrigues, em uma atuação que encantou os torcedores e chamou atenção da imprensa.

No dia seguinte, o jornalista Thomaz Mazzoni, do jornal A Gazeta, descreveu a entrega dos jogadores em campo como uma verdadeira “fibra de mosqueteiro”. Inspirado por essa bravura, o jornal passou a criar mascotes para os principais clubes paulistas, e ao Corinthians foi atribuído o Mosqueteiro — símbolo de coragem, lealdade e espírito de luta que passou a representar a alma alvinegra.

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Mosqueteiro, um dos mascotes do Corinthians. Foto: Danilo Fernandes/Meu Timão

O “campeão dos campeões”

Em 1930, o Timão fechou a década com seis conquistas do Campeonato Paulista em 10 disputados. Foi o segundo tricampeonato alvinegro. Logo depois, o Corinthians venceu o Vasco, campeão carioca, por 3 a 2. Por conta desse resultado, passou a ser chamado de “Campeão dos Campeões”.

Entre 1936 e 1938, o Corinthians viveu uma sequência impressionante. Em 1936, o time terminou o ano invicto, com 28 vitórias e 3 empates, mas perdeu o título paulista para o Palestra na final do returno. No ano seguinte, deu o troco: venceu o Paulistão com destaque para o triunfo por 1 a 0 sobre o Palestra, com gol de Teleco. Em 1938, veio o bicampeonato estadual, novamente sem derrotas — o empate por 1 a 1 com o São Paulo, com gol de Carlito, garantiu a taça invicta.

O Campeonato Paulista de 1977

Em 13 de outubro de 1977, o Corinthians viveu um dos momentos mais emblemáticos de sua história. Após 22 anos, oito meses e sete dias sem conquistar títulos, o Timão venceu a Ponte Preta por 1 a 0 no terceiro e decisivo jogo da final do Campeonato Paulista, no Morumbi, e encerrou o jejum que tanto doía na alma da Fiel.

A campanha foi marcada por emoção e recordes. Na primeira partida, vitória corinthiana com gol de Palhinha. No segundo confronto, a Ponte reagiu e venceu diante do maior público já registrado em um jogo com mando do Corinthians: mais de 146 mil pessoas. A decisão ficou para o terceiro jogo, e Oswaldo Brandão escalou Tobias; Zé Maria, Moisés, Ademir e Wladimir; Ruço, Basílio e Luciano; Vaguinho, Romeu e Geraldão.

O duelo seguia tenso e sem gols até os 37 minutos do segundo tempo, quando Zé Maria cruzou na área. Basílio desviou, Vaguinho chutou, a bola explodiu na trave, Wladimir tentou de cabeça, mas foi Basílio quem aproveitou o rebote e mandou para o fundo das redes. O gol do camisa 8 virou símbolo de libertação e marcou o renascimento da esperança corinthiana.

 O Timão terminou a competição com 72 gols marcados em 48 partidas. No time do técnico Oswaldo Brandão, o artilheiro do torneio foi Geraldão, com 25 gols.

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Basílio, jogador do Corinthians, que fez o gol do título de 77. Foto: Arquivo/Corinthians

Democracia Corinthiana

 Em 1982, jogadores e dirigentes do Corinthians decidiram tomar as decisões do clube por meio do voto. Sem importância de cargo, os votos tinham o mesmo peso e as decisões eram tomadas ouvindo as opiniões de todos. Considerando o momento vivido pelo Brasil, governado por um regime militar autoritário, a Democracia Corinthiana, como ficou conhecido o movimento, foi algo único.

Liderado por Sócrates e com a ajuda de jogadores como Casagrande, Zé Maria e Wladimir, o Corinthians conquistou o bicampeonato estadual em 1982 e 1983, ambas derrotando o rival São Paulo na decisão. No fim da década, o Timão conquistaria mais um título estadual, em 1988, antes de se postular como grande força nas competições nacionais, que passavam a ter maior importância no cenário esportivo brasileiro.

A Democracia Corinthiana durou até 1985, mas seu legado ultrapassou os limites do Parque São Jorge. Foi um símbolo de resistência, cidadania e paixão pelo futebol, com a cara e a alma do Corinthians.

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A Democracia Corinthiana foi um movimento revolucionário nos anos 1980 em que jogadores do Corinthians. Foto: Acevo/Corinthians

Goleada histórica

Depois de 30 anos, a equipe do Parque São Jorge foi bicampeã paulista novamente. Assim como no ano anterior, o clube venceu o São Paulo: 1 a 0 no primeiro jogo e 1 a 1 no segundo. Ainda em 83, o Corinthians aplicou a maior goleada de todos os tempos no Campeonato Brasileiro: 10 a 1 no Tiradentes-PI.

O 20º Paulistão

No ano do centenário da abolição da escravatura, Viola marcou na prorrogação, garantiu a vitória alvinegra sobre o Guarani por 1 a 0 e o 20º título paulista do clube.

Campeão de tudo

Em 1995, um ano espetacular, o Corinthians foi campeão da Copa São Paulo de Juniores, do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. Nesse último, o Alvinegro venceu oito das 10 partidas disputadas. Os jogos da final foram disputados com o Grêmio. Tanto no Pacaembu quanto no Olímpico, vitórias corinthianas: 2 a 1 em casa e 1 a 0 em Porto Alegre.

Principais ídolos

O Corinthians é feito de história, paixão e personagens que marcaram gerações. Entre os maiores ídolos do clube, alguns nomes se destacam pela liderança, talento e conquistas inesquecíveis.

  • Sócrates: o Doutor foi o grande líder da Democracia Corintiana entre 1978 e 1984. Com inteligência dentro e fora de campo, conquistou dois Paulistas e se tornou símbolo de resistência e genialidade.

  • Marcelinho Carioca: o “Pé de Anjo” encantou a Fiel com suas cobranças de falta precisas. Foi peça-chave em títulos importantes, como dois Brasileiros e o Mundial de 2000.

  • Rivellino: ícone dos anos 1960 e 1970, não levantou grandes taças pelo Timão, mas sua habilidade e estilo marcaram profundamente a torcida.

  • Neto: brilhou na conquista do primeiro Campeonato Brasileiro do clube, em 1990. Com técnica apurada e personalidade forte, virou referência e ídolo eterno.

  • Casagrande: fez história nos anos 1980, sendo um dos pilares da Democracia Corintiana e um dos nomes mais lembrados pela torcida.

  • Cássio: um dos maiores goleiros da história do Corinthians, foi decisivo nas conquistas da Libertadores e do Mundial de 2012.

  • Luizinho: o “Pequeno Polegar” brilhou nos anos 1950 com sua habilidade e amor pelo Timão, conquistando o coração da Fiel.

  • Basílio: é o herói de 1977, autor do gol que encerrou um jejum de 23 anos sem títulos e eternizou seu nome na história alvinegra.

  • Vampeta: irreverente e talentoso, foi fundamental nos Brasileiros de 1998 e 1999, além do Mundial de 2000.

  • Dida: outro gigante das traves, brilhou no início dos anos 2000 com defesas memoráveis em momentos decisivos.

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Sócrates, do Corinthians, comemorando gol. Foto: Irmo Celso/Placar

O primeiro Mundial

Em 2000, o primeiro título mundial de clubes reconhecido pela Fifa veio com uma vitória nos pênaltis contra o Vasco depois do empate sem gols no tempo normal. A escalação da final foi: Dida, Índio, Adílson, Fábio Luciano e Kléber; Rincón, Vampeta, Ricardinho e Marcelinho; Edílson e Luizão. O Alvinegro fez seis gols em quatro jogos disputados. O segundo tento de Edílson no empate em 2 a 2 contra o Real Madrid é considerado um dos mais marcantes da história corinthiana.

2007: O ano da queda

O rebaixamento do Corinthians em 2007 é considerado o capítulo mais doloroso da história do clube. Após uma temporada marcada por instabilidade administrativa, troca de técnicos e desempenho irregular em campo, o Timão terminou o Campeonato Brasileiro na 17ª colocação, com apenas 44 pontos — um a menos que o Goiás, que escapou da lanterna

A volta á elite e a era Ronaldo fenômeno

Corinthians fez uma campanha excelente na Série B e garantiu o título com quatro rodadas de antecedência. Foram 79 gols em 38 jogos. A última partida foi no Pacaembu, com vitória por 3 a 2 sobre o Avaí. Dentinho e Herrera foram os artilheiros, com 14 gols cada.

Ronaldo, o Fenômeno, foi o grande nome do Corinthians em 2009. No Paulistão, marcou um dos gols mais bonitos da carreira na final contra o Santos. Com vitória por 3 a 1 no primeiro jogo e empate em 1 a 1 na volta, o Timão foi campeão invicto. Na Copa do Brasil, venceu o Internacional por 2 a 0 em casa e empatou em 2 a 2 em Porto Alegre, garantindo mais um título para a Fiel.

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Ronaldo comemora seu gol de pênalti durante a partida entre Corinthians/SP x Cruzeiro/MG, válida pela 35a. rodada do Campeonato Brasileiro de 2010. Foto: Daniel Augusto Jr/Fotoarena

 O ano inesquecível

Em 2012, pela primeira vez na história, o Corinthians foi campeão da Libertadores. E, para ser perfeito, de forma invicta! Foram 22 gols marcados e apenas quatro sofridos em oito vitórias e seis empates. O atacante Emerson marcou os gols da vitória por 2 a 0 contra o Boca Juniors (ARG) no jogo de volta da grande final.

A escalação da partida foi: Cássio, Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Alex; Jorge Henrique e Emerson. O gol de cabeça Paulinho contra o Vasco, que levou o Corinthians às semifinais da Libertadores, já é considerado por muitos o mais marcante da história do clube.

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Corinthians x Chelsea no Yokohama Stadium, valido pela final do Campeonato Mundial Interclubes organizado pela FIFA em 2012. Foto: Daniel Augusto Jr./ Ag. Corinthians

Anos depois da glória continental de 2012, o Corinthians seguiu acumulando conquistas que marcaram gerações. Em 2018, o Timão voltou a levantar o troféu do Campeonato Paulista, conquistando o bicampeonato estadual após 35 anos. E o feito foi ainda mais saboroso: a vitória veio sobre o arquirrival Palmeiras, em pleno Allianz Parque, num clássico que entrou para a história.

Já em 2019, o Corinthians alcançou um feito raríssimo — o tricampeonato paulista, algo que não acontecia desde os anos 1937, 1938 e 1939. Na final, o Alvinegro enfrentou o São Paulo na Arena Corinthians e venceu, garantindo o seu 30º título estadual e reafirmando sua força no cenário paulista.

Arena Corinthians/Neo Química Arena

Comandado pelo técnico Mano Menezes, o Corinthians embalou na segunda metade da temporada e terminou o Brasileirão daquele ano na 4ª colocação, garantindo classificação para a Copa Libertadores do ano seguinte. No dia 19 de maio, em partida entre Corinthians e Figueirense, pelo Campeonato Brasileiro, aconteceu a inauguração da Arena Corinthians (hoje, chamada de Neo Quimica Arena), casa da fiel desde então.

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Arena Corinthians, inaugurada em 2014. Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Futebol feminino

Os primeiros passos do futebol feminino corintiano começaram em 1997, com a criação oficial do Sport Club Corinthians Paulista feminino. A iniciativa foi impulsionada por Milene Domingues, que já em 1994 assumia a missão de formar uma equipe feminina no clube. Conhecida como a Rainha das Embaixadinhas, Milene liderou um grupo que, inicialmente, se reunia apenas para treinos e amistosos, até que a Federação Paulista passou a organizar competições oficiais.

Com nomes como Suzana Silva, Simone, Mariana, Fernanda Leite, Fernanda Paterno e Cecília, o time passou a disputar torneios oficiais. Milene permaneceu até 2001, quando se transferiu para o futebol europeu. Após sua saída, o rendimento caiu e, em 2008, o time foi desativado.

O retorno aconteceu em 2016, em parceria com o Grêmio Osasco Audax. Logo na reestreia, o Corinthians feminino conquistou a Copa do Brasil e, no ano seguinte, venceu a Libertadores de forma invicta. A parceria foi encerrada pouco depois, e o clube passou a gerir sua equipe feminina de forma independente, atendendo às exigências da CONMEBOL.

Com reforços de peso e a manutenção de uma base sólida, o Corinthians feminino se consolidou como potência no futebol sul-americano. Milene Domingues voltou como embaixadora da modalidade, fortalecendo ainda mais o projeto.

Desde então, o time acumula conquistas expressivas: já foi campeão da Libertadores, do Campeonato Brasileiro, da Supercopa do Brasil, da Copa do Brasil, do Paulistão e da Copa Paulista. Em 2023, chegou ao auge ao vencer quatro títulos em uma única temporada e foi reconhecido pela IFFHS como o terceiro melhor clube feminino do mundo, reafirmando seu posto como o melhor da América do Sul.

Na temporada 2025, a “brabas do Timão” estão novamente na final do Campeonato Brasileiro Feminino e buscam o heptacampeonato nacional, consolidando ainda mais sua hegemonia no futebol feminino. Após eliminar o São Paulo nas semifinais com uma vitória por 2 a 0 e um empate por 2 a 2, o Corinthians garantiu presença em sua nona final consecutiva.

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Corinthians feminino é potência no futebol sul- americano. Foto: Gazzanel/Corinthians

Altos e baixos

Entre 2020 e 2025, o Corinthians viveu um dos períodos mais turbulentos de sua história. Dentro de campo, alternou entre boas campanhas e momentos de crise, com eliminações precoces em competições importantes e temporadas em que esteve próximo do rebaixamento. Fora das quatro linhas, o clube enfrentou sérias dificuldades financeiras, trocas constantes de técnicos e denúncias que abalaram sua estrutura.

A gestão foi marcada por dívidas acumuladas, investigações por sonegação de impostos e suspeitas de envolvimento de dirigentes com esquemas de lavagem de dinheiro e o crime organizado. As acusações geraram forte repercussão e colocaram em xeque a credibilidade da diretoria.

Hoje, o Timão tenta se reconstruir, buscando retomar a estabilidade institucional e confiança dentro de campo.

Corinthians em 2025

Nesta temporada, o Timão voltou a levantar um troféu importante: o 31º título do Campeonato Paulista, conquistado em casa, na Neo Química Arena, com recorde de público. O empate por 0 a 0 contra o Palmeiras foi suficiente para garantir a taça, graças à vitória no jogo de ida como visitante.

No Campeonato Brasileiro, o clube ocupa a 12ª posição, buscando estabilidade e melhores resultados na reta final da competição. Já na Copa do Brasil, o Corinthians está vivo na disputa: venceu o Atlético Paranaense fora de casa por 1 a 0 e se prepara para o jogo de volta das quartas de final, que será em sua casa.

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