Daron Acemoglu, Simon Johnson e James Robinson são os ganhadores do Prêmio Nobel de Economia de 2024 por seus estudos sobre a formação de instituições e seu impacto na prosperidade das nações. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14). O trio dividirá 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente US$ 1 milhão).
O Comitê Nobel destacou a importância dos trabalhos dos economistas para explicar como sociedades com instituições frágeis e voltadas para a exploração da população não conseguem gerar crescimento sustentável. As pesquisas dos laureados abordam as transformações institucionais ocorridas durante a colonização europeia, mostrando como em algumas regiões as instituições visavam a exploração, enquanto em outras fomentaram sistemas políticos e econômicos inclusivos.
Segundo o comitê, as diferenças de prosperidade entre as nações estão relacionadas à natureza das instituições introduzidas durante a colonização. Países que adotaram “instituições inclusivas” prosperaram ao longo do tempo, enquanto aqueles que estabeleceram “instituições extrativistas” sofreram com baixo crescimento econômico.
Em seu livro “Por que as nações fracassam”, publicado em 2012, Acemoglu e Robinson argumentam que o desenvolvimento econômico é fortemente influenciado pelas instituições políticas e econômicas de um país. Eles comparam, por exemplo, duas cidades chamadas Nogales — uma no Arizona, EUA, e outra no estado de Sonora, México — e apontam que, apesar da proximidade geográfica, as disparidades entre elas são resultado das diferenças na força das instituições locais.
O Prêmio Nobel de Economia, oficialmente denominado Prêmio do Banco da Suécia em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, foi criado em 1968 pelo banco central sueco, sendo o único que não foi instituído pelo próprio Alfred Nobel.
No ano passado, a professora Claudia Goldin, da Universidade de Harvard, foi a vencedora do prêmio por suas pesquisas sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho. Goldin mostrou, com base em mais de 200 anos de dados, como a disparidade salarial de gênero mudou ao longo do tempo e identificou que, nas últimas décadas, a maior parte dessa diferença ocorre entre homens e mulheres na mesma ocupação, especialmente após o nascimento do primeiro filho.