O Oriente Médio vive um dos momentos mais tensos das últimas décadas. Com a guerra entre Israel e Irã – além dos ataques e massacres contínuos provocados pelo governo sionista –, os Estados Unidos assumem um papel cada vez mais ativo no tabuleiro geopolítico local, alimentando temores de uma escalada militar de proporções catastróficas. O radicalismo verbal dos extremistas Donald Trump e Benjamin Netanyahu chegam a flertar com ataques nucleares. Entenda na TVT News.
O presidente americano Donald Trump escalou seu tom nas últimas horas, tanto na retórica quanto nas ações. Além de ordenar a evacuação imediata de Teerã, cidade de mais de 10 milhões de habitantes, Trump publicou uma mensagem enigmática nas redes sociais, reproduzindo um texto enviado por seu embaixador em Israel, o pastor e político Mike Huckabee, conhecido por suas posições ultraconservadoras e sionista.
“O senhor ouve muitas vozes, mas só uma voz importa. A DELE”, diz o texto, em referência a Deus. Huckabee continua: “Nenhum presidente, desde Truman em 1945, esteve numa posição como a sua. Não escrevo para persuadir, mas para encorajá-lo. Creio que ouvirá dos céus, e essa voz é muito mais importante do que qualquer outra.”
A comparação direta com Harry Truman não passou despercebida. Truman foi o presidente que autorizou o uso das bombas nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki, no fim da Segunda Guerra Mundial.
Trump, Truman, passado e futuro
A retórica de Trump, associada ao aumento de movimentações militares na região, levantou um alerta imediato entre organizações civis e observadores internacionais. O Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR) emitiu uma nota dura, acusando o presidente de “repetir os mesmos erros de George W. Bush” na Guerra do Iraque.
“Assim como o Iraque não possuía armas de destruição em massa, o Irã não tem e não está buscando uma arma nuclear. As falsas acusações, combinadas com movimentações militares, criam um pretexto perigoso para uma guerra devastadora”, afirmou a entidade.
Campo de batalha
No campo de batalha, os ataques não dão sinais de trégua. Israel confirmou nesta manhã ter assassinado, em um bombardeio a Teerã, o chefe das Forças Armadas do Irã, general Ali Shadmani — substituto de Gholamali Rashid, morto na última sexta-feira (13) em ataque similar.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que novas ações “significativas” ocorrerão nas próximas horas. Segundo o governo israelense, os bombardeios visam paralisar a capacidade de comando e controle do Irã.
Teerã respondeu com uma nova leva de mísseis balísticos, que atingiram alvos militares, incluindo, segundo os iranianos, um centro de inteligência militar e uma base de planejamento operacional da Mossad, a agência de inteligência de Israel.
Genocídio segue
Enquanto a guerra entre Israel e Irã ganha os holofotes, a Faixa de Gaza segue sendo palco de massacres. Só nesta terça-feira, 89 pessoas morreram em ataques israelenses. Segundo autoridades locais, 70 dessas vítimas foram atingidas enquanto aguardavam distribuição de ajuda humanitária em Khan Younis.
Escalada global
O presidente Trump deixou antecipadamente a reunião do G7, no Canadá, e descartou qualquer apoio a um cessar-fogo. “Não buscamos pausa, buscamos um fim real. O Irã precisa abandonar completamente seu programa nuclear. É isso ou nada”, afirmou.
O Pentágono confirma que os EUA seguem enviando reforços para a região, incluindo dois grupos de porta-aviões, bombardeiros estratégicos e aeronaves de reabastecimento, além do reposicionamento de tropas na Europa e no Golfo Pérsico.
Além dos riscos convencionais, cresce o receio de que a escalada possa chegar a patamares nucleares. Analistas notam que o teor religioso da mensagem de Huckabee a Trump, combinado com a referência explícita a Truman, acende um sinal de alerta sobre até onde o governo americano está disposto a ir.
Clima de suspensão
Diante do agravamento do conflito, governos de vários países iniciaram operações de evacuação de seus cidadãos do Irã e de Israel. A China, que historicamente mantém posição neutra na disputa, também iniciou retirada de seus nacionais e pediu publicamente que ambos os lados “respeitem o direito internacional e evitem uma catástrofe irreversível”.
Ataques já têm efeitos catastróficos
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para um impacto devastador sobre os civis e para os potenciais riscos à saúde associados aos ataques de Israel contra instalações nucleares no Irã. O regime sionista mira sistematicamente em instalações nucleares, escolas e hospitais em seus ataques.
“A escalada de violência entre Israel e Irã é extremamente preocupante — e está custando vidas de civis, incluindo crianças”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus em uma publicação no X.
“O ataque a instalações nucleares… pode ter impactos imediatos e de longo prazo no meio ambiente e na saúde das pessoas no Irã e em toda a região.”
