O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (7) a imposição de tarifas de importação que variam de 25% a 40% sobre produtos originários de 14 países. A medida foi oficializada por meio de cartas enviadas aos respectivos governos, com prazo fixado para início da cobrança em 1º de agosto de 2025. Segundo o comunicado divulgado pela Casa Branca, não haverá nova extensão do prazo. “Todos os valores serão devidos e pagáveis a partir de 1º de agosto de 2025 — nenhuma extensão será concedida”, escreveu Trump em sua própria rede digital – a Truth Social.
A decisão atinge um amplo leque de produtos industriais e manufaturados, incluindo peças automotivas, equipamentos eletrônicos e insumos industriais. Trump alertou ainda: caso algum país implemente retaliação tarifária, esse valor será automaticamente incorporado à alíquota inicial.
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, “haverá cartas adicionais nos próximos dias”.
País | Alíquota de Tarifa |
---|---|
Japão | 25 % |
Coreia do Sul | 25 % |
Malásia | 25 % |
Tunísia | 25 % |
Cazaquistão | 25 % |
África do Sul | 30 % |
Bósnia e Herzegovina | 30 % |
Indonésia | 32 % |
Bangladesh | 35 % |
Sérvia | 35 % |
Tailândia | 36 % |
Camboja | 36 % |
Laos | 40 % |
Mianmar | 40 % |
A movimentação de Trump marca a retomada de uma política comercial agressiva, típica de seu primeiro mandato, e tem sido chamada nos bastidores da diplomacia internacional como o “Dia da Libertação”. O termo foi utilizado pelo próprio presidente em postagens anteriores ao afirmar que os Estados Unidos estariam se libertando de acordos comerciais que “prejudicam o trabalhador americano”. De acordo com a agência Reuters, a nova rodada de tarifas também se insere numa estratégia para forçar novos acordos bilaterais e rever concessões feitas nos últimos anos por governos anteriores.
Entre os países afetados, a reação foi imediata. O Japão, que terá de lidar com uma tarifa de 25% sobre produtos específicos, classificou a decisão como “extremamente lamentável” e informou que buscará diálogo urgente com autoridades americanas. A Coreia do Sul declarou que “fará todos os esforços diplomáticos para reverter a medida antes de sua entrada em vigor”. Já o governo da Indonésia, que foi incluído na lista com uma tarifa de 32%, afirmou que a decisão compromete o ambiente de cooperação econômica entre os dois países e poderá afetar negativamente o fluxo comercial bilateral.
Ao longo do dia, analistas apontaram que a medida pode elevar preços ao consumidor e desorganizar cadeias produtivas internacionais, sobretudo em setores como automóveis, eletroeletrônicos e vestuário. Ainda assim, Trump reafirmou que não recuará. “Temos um déficit comercial absurdo e estamos corrigindo isso. Quem quiser negociar, negocie. Quem não quiser, pagará o preço”, afirmou o presidente, encerrando sua declaração em tom enfático.
A decisão reacende tensões comerciais em um cenário global já marcado por instabilidade econômica e pressiona os países afetados a buscarem soluções diplomáticas em tempo recorde. Até o fechamento desta nota, nenhum dos governos listados havia confirmado intenção de adotar medidas retaliatórias.