Trump sanciona mais membros do Tribunal Penal Internacional

EUA expandem sanções contra TPI em resposta a mandados de prisão de Netanyahu e investigações contra militares
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Trump anunciou nova rodada de sanções contra membros do TPI na quarta-feira (20). Foto: The White House

O governo de Donald Trump anunciou uma nova rodada de sanções contra membros do Tribunal Penal Internacional (TPI) na quarta-feira (20). A medida, que inclui o congelamento de bens e a possível proibição de entrada nos Estados Unidos, é uma retaliação direta aos mandados de prisão emitidos pelo tribunal contra líderes de Israel e à investigação sobre militares norte-americanos. Entenda na TVT News.

As sanções, aplicadas pelo Departamento de Estado sob uma ordem executiva assinada em fevereiro, afetam dois juízes e dois promotores do TPI. O Secretário de Estado, Marco Rubio, classificou a corte como uma “ameaça à segurança nacional que tem sido um instrumento de guerra jurídica” contra os Estados Unidos e Israel. 

Juízes e promotores na mira

Entre os sancionados está o juiz francês Nicolas Guillou, penalizado por seu papel na emissão de mandados de prisão para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.

A juíza canadense Kimberly Prost foi sancionada por autorizar investigações sobre militares dos EUA no Afeganistão e em locais secretos da CIA.

Os promotores adjuntos Nazhat Shameem Khan, de Fiji, e Mame Mandiaye Niang, do Senegal, também foram incluídos na lista por “continuarem a apoiar as ações ilegítimas do TPI contra Israel”.

Reações no mundo

A decisão de Washington gerou reações imediatas. O TPI classificou a ação como um “ataque flagrante contra a independência de uma instituição judicial imparcial”, garantindo que continuará a cumprir seu mandato com o auxílio de seus 125 países-membros.

A França pediu a retirada imediata das sanções, mantendo seu apoio ao tribunal e a seu papel “essencial na luta contra a impunidade”. A Organização das Nações Unidas (ONU), por sua vez, alertou que as sanções “minam a base da justiça internacional” e podem “impedir o funcionamento do gabinete”.

Em contraste, as sanções foram celebradas por Israel. O primeiro-ministro Netanyahu e o ministro da Defesa Israel Katz consideraram a medida um passo em direção à “verdade e justiça”, declarando que os EUA e Israel não se curvarão à “perseguição política descaradamente corrupta” do tribunal.

Histórico de confrontos

Este não é o primeiro embate entre a administração Trump e o TPI. Sanções anteriores já haviam atingido o procurador-chefe Karim Khan (em fevereiro de 2025) e outros juízes. Em 2020, o governo também sancionou a então procuradora Fatou Bensouda devido a investigações sobre o Afeganistão.

Apesar da oposição de parte da comunidade internacional e até mesmo de uma decisão judicial que questionou a constitucionalidade da medida, a Casa Branca parece determinada a manter sua política de pressão máxima sobre o TPI. Washington reafirma sua oposição a qualquer tentativa do tribunal de julgar cidadãos de países que não são signatários do Estatuto de Roma, como os Estados Unidos e Israel.

Com informações da CNN Internacional

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