Durante reunião na Casa Branca com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky e outros líderes europeus, Donald Trump propôs um encontro trilateral com o presidente russo Vladimir Putin e o líder ucraniano a fim de negociar o fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Entenda na TVT News.
Após ter discutido a proposta por telefone com Putin na tarde de segunda-feira (18), Trump declarou que “meio que marcou” a reunião entre Rússia e Ucrânia. Caso o encontro seja bem-sucedido, Trump planeja uma cúpula trilateral entre os três países. Scott Bessent, Secretário do Tesouro de Trump, reforçou a ação, declarando que um encontro entre Putin e Zelensky é a “única maneira de acabar com este conflito”.
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Reações da Rússia
Apesar de Washington demonstrar otimismo, a resposta da Rússia foi cautelosa. Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores de Putin, não confirmou a reunião, enfatizando apenas que “quaisquer encontros que envolvam líderes oficiais devem ser preparados com o máximo cuidado”. Embora a Rússia tenha sinalizado que poderia “elevar o nível” da delegação nas negociações, a presença de Putin não foi garantida.
A proposta da partilha territorial de Trump, que desconsidera a devolução da Crimeia à Ucrânia, gerou preocupação em Kiev. A população rejeita a ideia de ceder o território e descreve Putin como um “criminoso internacional”. A desconfiança em relação a Trump também foi manifestada por alguns residentes, que duvidam da eficácia da sua abordagem.
Segundo o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, à CNN Internacional, Putin teria concordado em oferecer “robustas” garantias de segurança para a Ucrânia em troca da concessão das regiões de Donbas (Donetsk e Luhansk) e da Crimeia, além da renúncia à adesão à OTAN.
Europa alinhada com Kiev
Em contraponto à postura dos EUA, os líderes europeus presentes na reunião quiseram fortalecer a posição de Zelensky, além de reforçar que os EUA devem garantir segurança à Ucrânia.
O Reino Unido saudou a disposição dos EUA em oferecer garantias como o “Artigo 5″ da OTAN, que considera um ataque a um membro do grupo como um ataque coletivo e prevê uma resposta em conjunto. De acordo com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, seu apoio à Ucrânia continuará “pelo tempo que for necessário”. Seu porta-voz declarou que Putin “nunca levou a paz a sério” e que a Rússia não deve “ter poder de veto contra a entrada da Ucrânia para a União Europeia ou a OTAN”.
Já o presidente da França, Emmanuel Macron, sustenta que a Europa deve ter uma postura firme em relação à Rússia, para evitar possíveis conflitos futuros. Segundo Macron, a União Europeia deve “entrar em uma nova fase diplomática, na qual teremos que defender os nossos interesses”.
Zelensky pressionado
Apesar de pressionado, Zelensky tenta se firmar. O presidente ucraniano condenou os recentes ataques russos, classificando-os como uma tentativa de “humilhar os esforços diplomáticos”. Ele reiterou que as fronteiras do país não serão alteradas pela força e que, legalmente, a cessão dos territórios seria considerada traição.
Zelensky afirma priorizar garantias “à prova de balas” e a assistência militar contínua em vez de concessões territoriais. Para ele, as negociações de paz devem se concentrar em proteger a Ucrânia de futuras agressões.