Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Foto: ec.europa.eu
A União Europeia (UE) anunciou nesta quarta-feira (10) que vai dar uma pausa nas tarifas de 25% contra os Estados Unidos por 90 dias. Saiba mais em TVT News.
Em comunicado nas redes sociais, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que quer “dar uma oportunidade às negociações” com Donald Trump.
“Queremos dar uma chance às negociações. Enquanto finalizamos a adoção das contramedidas da UE que receberam forte apoio de nossos Estados-Membros, vamos colocá-las em espera por 90 dias.
Se as negociações não forem satisfatórias, nossas contramedidas entrarão em ação. Prosseguem os trabalhos preparatórios sobre outras contramedidas. Como eu disse antes, todas as opções permanecem sobre a mesa.”
We took note of the announcement by President Trump.
We want to give negotiations a chance.
While finalising the adoption of the EU countermeasures that saw strong support from our Member States, we will put them on hold for 90 days.
A União Europeia havia aprovado nesta quarta-feira (09) as primeiras contramedidas do bloco contra as tarifas do presidente dos Estados Unidos.
Os Estados-membros da UE aprovaram tarifas de 25% sobre produtos norte-americanos, incluindo amêndoas, sumo de laranja, aves de capoeira, soja, aço e alumínio, tabaco e iates.
“A UE considera as tarifas dos EUA injustificadas e prejudiciais, causando danos econômicos a ambos os lados, bem como à economia global. A UE declarou sua clara preferência por encontrar resultados negociados com os EUA, que seriam equilibrados e mutuamente benéficos”, disse a Comissão Europeia em comunicado.
A previsão era que os impostos fossem cobrados a partir de 15 de abril, enfatizando que “essas contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado”.
A comissão não forneceu imediatamente detalhes sobre a tarifa que colcaria a certos produtos importados dos EUA. As contra-medidas já haviam sido sido previstas desde a segunda-feira (07).
Em uma publicação no “X”, na última segunda-feira (07), a presidente Ursula von der Leyen, afirmou que “A Europa está sempre pronta para um bom acordo. Mas também está preparada para responder com contramedidas.”
“A Europa está pronta para negociar com os EUA. Oferecemos tarifas zero por zero para bens industriais.
Porque estamos sempre prontos para um bom negócio.
Mas também estamos preparados para responder com contramedidas.
E nos proteger contra efeitos indiretos por meio do desvio de comércio.”
Europe is ready to negotiate with the US.
We have offered zero-for-zero tariffs for industrial goods.
Because we're always ready for a good deal.
But we’re also prepared to respond with countermeasures.
O atual governo dos Estados Unidos iniciou neste ano uma guerra de tarifas que se intensificou no último dia 2 de abril, quando Washington promoveu um tarifaço contra quase todos os parceiros comerciais.
Os países mundialmente começaram a se articular para definir o que iriam fazer em relação a medida aplicada pelos EUA. Outras retaliações podem ser anunciadas nos próximos dias.
Além disso, o governo chinês anunciou restrições para exportação de minerais raros, conhecidos como terras raras, e proibiu a exportação de itens de “dupla utilização”, civil e militar, para 16 empresas estadunidenses, medidas vistas também como retaliação ao tarifaço de Trump.
Donald Trump apresentou tarifas mínimas de 10% sobre a maioria dos produtos importados para os EUA com taxa de 20% para a União Europeia. Foto: Creative Commons
Na sequência, segunda-feira (07), o presidente Trump anunciou mais uma taxa para a China. A tarifa adicional é de 50% contra aos países chineses. A publicação foi feita no Truth Social, que pertence ao presidente estadunidense. O país asiático teria 24h para revogar a retaliação e entrar em contato com a Casa Branca.
No post, ele reafirmou que qualquer medida de retaliação aos EUA será igualmente confrontado com novos impostos adicionais. Ou seja, países que taxarem os EUA acima das novas taxas alfandegárias anunciadas por Trump na quarta-feira (02), serão punidos com mais taxas.
A China retaliou e elevou as tarifas para produtos dos EUA para 84%. Ao mesmo tempo, argumenta que tem capacidade para transformar o tarifaço em oportunidade.
“A decisão dos EUA de aumentar as tarifas sobre a China é um erro atrás do outro. Ela infringe seriamente os direitos e interesses legítimos da China, prejudica seriamente o sistema de comércio multilateral baseado em regras e tem um impacto severo na estabilidade da ordem econômica global. É um exemplo típico de unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica”, afirmou, em nota, o Ministério de Finanças chinês.
Nesta terça-feira (8), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou a aplicação da tarifa extra para a China. A medida deve entrar em vigor a partir desta quarta-feira (09).
Trump sobe tarifas
Com mais uma retaliação, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (09) que vai elevar a taxação das importações da China para 125%, com efeito imediato. Até então, a taxação adicional da China estava em 104%.
“Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou aumentando a tarifa cobrada da China pelos EUA para 125%. Em algum momento, esperançosamente em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis”, informou Trump em uma rede social.
Por outro lado, o presidente americano disse que vai reduzir a taxação de 75 países para 10% por 90 dias, enquanto negocia com os chefes de Estado e governo desses países.
“Com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos EUA para negociar uma solução para os assuntos em discussão, e que esses países não retaliaram de forma alguma os EUA, por minha forte sugestão, autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato”, completou o presidente estadunidense.