A empresa venezuelana Primazol desmentiu informações que circularam nas redes sociais e em declarações de autoridades norte-americanas sobre um suposto ataque dos Estados Unidos às suas instalações em Maracaibo, no estado de Zulia. Segundo a companhia, o episódio registrado na madrugada de 24 de dezembro foi um incidente operacional, rapidamente controlado, sem vítimas ou danos pessoais. Entenda na TVT News.
Em comunicado oficial, a Primazol, distribuidora de matéria-prima e insumos químicos, o evento ocorreu em uma de suas plantas e foi prontamente atendido por equipes internas da empresa, em conjunto com o Corpo de Bombeiros. Os protocolos de segurança foram acionados e a situação foi controlada ainda na madrugada. A empresa afirmou que, atualmente, coordena com as autoridades locais os trabalhos de limpeza e avaliação da área afetada.
“Aclaramos com responsabilidade que as afirmações que circulam não têm relação alguma com o incidente ocorrido e não correspondem a informação oficial nem verificada”, declarou a Primazol em um segundo comunicado. A empresa também afirmou que as versões difundidas buscam “afetar o prestígio do fundador e da organização” e reforçou seu compromisso com a segurança dos trabalhadores, o respeito à comunidade local e o cumprimento de suas responsabilidades corporativas.
EUA atrás do petróleo
A manifestação da empresa venezuelana ocorre após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que forças americanas teriam realizado um ataque em território venezuelano contra uma suposta estrutura ligada ao narcotráfico. Segundo Trump, o alvo teria sido uma zona costeira usada para o carregamento de embarcações com drogas.
Mesmo sem provas da ligação estatal venezuelana com o tráfico de drogas, Trump vem utilizando desta justificativa para atacar embarcações no Mar do Caribe. Inclusive, parte destes ataques resultaram em atos de pirataria, quando os Estados Unidos roubaram dois cargueiros venezuelanos carregados de petróleo.
O que diz Trump
“Houve uma grande explosão na área de um cais onde carregam as embarcações com drogas. Atacamos todas as embarcações e agora atacamos a zona… e ela não existe mais”, disse o presidente norte-americano a jornalistas. Em outras declarações recentes, Trump mencionou a destruição de “uma grande instalação” ligada ao narcotráfico, sem informar o local exato nem esclarecer se a ação teria sido conduzida por forças militares ou pela agência de inteligência CIA.
As declarações, no entanto, não foram acompanhadas de provas, coordenadas geográficas ou confirmação independente, tampouco houve identificação oficial do suposto alvo. Autoridades venezuelanas, por sua vez, não reconheceram qualquer operação militar estrangeira em Maracaibo ou na região de Zulia nos últimos dias.
Informações não verificadas na Venezuela
No comunicado mais recente, a Primazol enfatizou que as informações divulgadas em plataformas digitais carecem de verificação e não correspondem a dados oficiais. A empresa reforçou que o incidente ocorrido em suas instalações foi de natureza interna e industrial, sem relação com ações militares ou conflitos internacionais.
Ao reafirmar seu compromisso com o desenvolvimento industrial do país, a companhia destacou que mantém cooperação com as autoridades competentes para a apuração técnica do ocorrido, rechaçando qualquer tentativa de associar o episódio a operações estrangeiras ou atividades ilícitas.
Até o momento, não há confirmação independente de que o incidente em Maracaibo mencionado pela Primazol tenha qualquer vínculo com as declarações do presidente dos Estados Unidos.
