Trabalho de base: aprenda como fazer em 16 minutos

Websérie da Fundação Perseu Abramo fala sobre a importância do trabalho de base e ensina passo-a-passo da luta nas ruas e nas redes sociais
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Presidente Lula em ato político com a cartilha "Passo a passo do trabalho de base". Foto: Sérgio Silva/FPA

Você sabe o que é trabalho de base? Para explicar esse termo tão utilizado pelos movimentos sociais, a Fundação Perseu Abramo  (FPA) elaborou uma websérie e uma cartilha que também explica o passo a passo desse conceito “que é quando você tem uma causa, propósito, inconformismo ou mesmo um sonho e se mobiliza para mudar essa situação ou alcançar uma meta”, explica o documento. Saiba mais em TVT News.

A websérie dá dicas de como fazer trabalho de base em seis episódios que duram ao todo 16 minutos e estão disponíveis no Youtube. 

Os vídeos abordam o trabalho da militância nas redes, na rua, nas eleições, nas conversas cotidianas e ensina a montar um grupo de trabalho de base.

Por que a militância precisa se voltar para a base? 

A websérie é dividida em seis episódios que duram ao todo 16 minutos. No primeiro vídeo, dois apresentadores explicam o que é trabalho de base e alertam que “o porquê vem sempre antes do como, então você precisa definir primeiro o objetivo, a sua causa, o seu porquê”. O episódio deixa claro que as formas de mobilização são diversas: desde abaixo assinado, audiência pública, até criar um grupo no WhatsApp, ou um canal de transmissão. 

Trabalho de base digital e nas ruas

Na primeira parte, o trabalho de mobilização digital é colocado como fundamental. Curtir, comentar e compartilhar é uma forma de apoiar o engajamento político. Mas a dica é criar regras nos grupos de WhatsApp e pedir para todos se apresentarem e claro: “os memes estão liberados”.

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Capa da cartilha que dá dicas sobre como fazer trabalho de base. Imagem: Fundação Perseu Abramo

As redes sociais são ótimas para juntar gente e organizar a luta. E isso pode ser feito por meio de denúncias, abaixo-assinados, textos, vídeos. “É como se você estivesse panfletando só que no mundo virtual”, diz o vídeo. 

Já a parte 2 trata do trabalho de base nas ruas que pode começar tímido. “O presidente Lula, muitas vezes foi sozinho para as portas de fábrica panfletar”. Entre as ideias estão: chamar alguém para um café com bolo, montar uma banquinha e distribuir material do próprio partido, fazer uma manifestação com megafone e cartazes, ir para um sinal movimentado com uma faixa protestar, colar lambe-lambe, fazer batalha de rimas”, sugere o episódio.

“O trabalho de base pode ser iniciado por uma pessoa, mas também pelo grupo de amigos da universidade, bairro, igreja, movimentos ou membros da sua família que compartilham a mesma causa. Quanto mais pessoas engajadas, mais rápido e próximo do objetivo você estará.

Com o trabalho de base, é possível mudar a realidade, melhorar não apenas a própria vida, mas também a de outras pessoas, que talvez você nem conheça. É unir todas e todos na luta por um bem comum e ser a diferença na sociedade. Com o trabalho de base as pessoas tomam consciência de que elas podem mudar uma determinada realidade. É reunir e organizar as pessoas em torno de suas necessidades, problemas e projetos para que isso seja possível”, orienta a websérie.

Trabalho de base nas eleições

Primeiro é preciso definir quem será apoiado. Depois disso, conversar com os próprios amigos e familiares. Esse é o tema da terceira parte. “Na eleição é preciso reunir as pessoas, conversar, virar voto”. Isso serve para as eleições nacionais, municipais, de conselhos, de associações de base. Até o grupo de família do WhatsApp serve para pedir apoio. Segmentar os temas que podem interessar a cada pessoa é fundamental. Os últimos 20 dias de eleições são os mais importantes.

A parte 4 fala sobre conversas no trabalho de base. Essa conversa pode acontecer na fila, no ônibus, no ponto de ônibus e na internet. A coisa mais importante numa conversa é aprender a escutar o outro e não desqualificar quem pensa diferente e claro: não se exaltar. Mas atenção, ao conversar com desconhecidos, é importante estar em grupo. 

Como montar um grupo de trabalho de base

A quinta e última parte explica como montar um grupo de trabalho de base. Ao identificar quem pensa igual a você, é preciso reunir as pessoas. Mais uma vez montar um grupo de WhatsApp, uma banquinha, biblioteca comunitária, fazer uma faixaiço, colar lambe-lambe, militar na internet e fazer uma roda de conversa. 

Além dos vídeos, a FPA também disponibiliza o serviço de apoio para ajudar quem tem uma causa coletiva de luta. É só acessar o canal “Trabalho de Base para Vencer”, preencher os dados, aceitar os termos de uso e enviar uma mensagem.

Cartilha do trabalho de base

A Fundação Perseu Abramo também lançou em 2024, uma cartilha chamada de “Passo a passo para o trabalho de base” formulada através do conhecimento e prática de militantes que já têm o trabalho na base como prática de militância política.  O material está disponível para download no site da instituição e oferece um guia sobre onde realizar a mobilização de base, pelo que lutar, como montar um grupo para debater o tema e todos os detalhes para que a causa se transforme numa demanda real e possível de ser realizada. 

A cartilha também traz recortes específicos sobre temas urgentes como o trabalho de base com o público evangélico e com trabalhadores de aplicativos. “Toda ação que você desenvolver deve trazer um chamado para uma ação seguinte, para que a luta se mantenha em constante movimento, e as pessoas não se desmobilizem”, diz trecho do material.

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