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Da Redação

Por unanimidade, STF confirma perda do mandato de Carla Zambelli

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira (12) para anular a votação em que a Câmara manteve o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), condenada duas vezes a prisão pelo colegiado. Leia em TVT News.

O placar confirma decisão monocrática tomada pelo ministro Alexandre de Moraes na quinta (11). Moraes determinou a perda de mandato imediata de Zambelli e ordenou que o presidente da Câmara, Hugo Motta, emposse o suplente da deputada, Adilson Barroso (PL-SP), em até 48 horas. 

O ministro disse que cabe ao Poder Judiciário determinar a perda do mandato de parlamentar condenado por decisão transitada em julgado, cabendo à Câmara somente “declarar a perda do mandato”.

A decisão for remetida a referendo da Primeira Turma já no dia seguinte, em votação que começou às 11h com o voto de Moraes, relator do caso, que se ateve a replicar no voto a liminar proferida no dia anterior. Até o momento, ele recebeu o aval de Cristiano Zanin e Flávio Dino. Última integrante do colegiado a votar, Cármen Lúcia também seguiu o entendimento dos ministros.

Mais cedo na quinta, antes da nova decisão de Moraes, o plenário da Câmara rejeitou a cassação do mandato da deputada, por 227 votos a 110, com 10 abstenções. Para aprovar a perda de mandato, seriam necessários 257 votos. 

Pela jurisprudência do Supremo, contudo, como ela foi condenada a prisão em regime fechado, a perda do mandato seria automática, sem necessidade de aprovação pelo plenário e dependendo apenas de ato formal da mesa diretora, apontou Moraes. 

Fuga

Em julho deste ano, Zambelli foi presa em Roma, na Itália, onde tentava escapar do cumprimento de um mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes.

Por ter dupla cidadania, a deputada deixou o Brasil em busca de asilo político em terras italianas após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023.

De acordo com as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandado falso de prisão contra Alexandre de Moraes. O trabalho foi executado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.

Após a fuga para a Itália, o governo brasileiro solicitou a extradição da parlamentar para o Brasil, em junho. 

Em agosto, a parlamentar foi mais uma vez condenada pelo Supremo, por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. 

O caso está relacionado ao episódio em que ela perseguiu um homem de arma em punho pelas ruas de São Paulo, pouco antes do segundo turno das eleições de 2022. 

A nova condenação foi utilizada para reforçar a necessidade de extradição. A decisão final sobre o processo deverá ser tomada durante uma audiência que será realizada pela Justiça italiana na próxima quinta-feira (18). 

Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil

Notícias do dia com o Jornal TVT News Segunda Edição | 12-12-2025

Acompanhe o Jornal TVT News Segunda Edição desta sexta-feira, 12 de dezembro de 2025. Veja quais são as notícias do dia com a equipe do jornal TVT News.

O que é notícia neste 12 de dezembro de 2025 no Jornal TVT News Segunda Edição

TVT News Segunda Edição: serviços nas telas da TVT

O jornal TVT News Segunda Edição é comandado por Don Ernesto, apresentador do programa de entrevistas da TVT, Conversa sem Curva.  Além das notícias da tarde, o telejornal trará o cotidiano das cidades e comentaristas.

“O jornal TVT News Segunda Edição comenta o que foi notícia no dia, traz serviços de utilidade pública, entrevistas com analistas da política, da cultura e da economia e repercute os fatos que estão em alta nas redes sociais”, conta o apresentador Don Ernesto.

O jornal TVT News Segunda Edição pode ser acompanhado na TV aberta digital, canal 44.1 na capital paulista e grande São Paulo, pelo YouTube da TVT: https://www.youtube.com/@redetvt com cortes nas redes sociais da TVT News (Instagram, Tik Tok, Kawai, Facebook e Linkedin).

“Esta é a segunda estreia da TVT News no mês de abril. Com os dois telejornais, pela manhã e pela tarde, a TVT está ainda mais próxima do público e dos principais acontecimentos do Brasil e do mundo”, conta o presidente da TVT, Maurício Junior.

Jornal TVT News: manhã e tarde com os trabalhadores

TVT News tem, a partir de agora, dois telejornais, o jornal TVT News Primeira Edição, das 10h30 às 13h e o Jornal TVT News Segunda Edição, das 16h às 18h. Os dois noticiários fazem parte das transformações de programação e na linguagem que começaram em agosto de 2024 quando o site TVT News foi lançado.

“Nossa estratégia de unificar a redação e diversificar conteúdos vem se mostrando acertada. Agora nossos esforços estão concentrados em aumentar a audiência e estrear novos produtos”, explica o Diretor de Conteúdo da TVT News, Ricardo Negrão.

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Talita Galli e Don Ernesto, apresentadores dos novos telejornais da TVT News: o dia todo com os trabalhadores. Foto: Vitória Machado/TVT News

Veja também: as notícias mais lidas da TVT News

Veja quais são as notícias mais lidas do último mês na TVT News:

EUA retiram Moraes da lista de sanções da Lei Magnitsky

A decisão do governo dos Estados Unidos de retirar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, da lista de sancionados pela Lei Magnitsky marca uma inflexão relevante nas relações bilaterais entre Brasília e Washington. O anúncio, confirmado nesta quinta-feira (12), ocorre seis meses após a imposição das sanções, decretadas em junho sob acusação de supostas violações de direitos humanos por parte do ministro no contexto de decisões contra extremistas ligados ao bolsonarismo. Saiba mais em TVT News.

A reversão do quadro, agora formalizada, é resultado direto do processo de reaproximação diplomática entre Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano, Donald Trump, que vem redesenhando a agenda bilateral desde outubro, quando foi concluído o acordo para suspender medidas punitivas contra o Brasil.

A retirada dos nomes do casal foi publicada pelo Departamento do Tesouro e representa o fim das restrições financeiras impostas desde a inclusão de Moraes na chamada Global Magnitsky Human Rights Accountability Act. Ao entrar na lista, o ministro ficou sujeito ao bloqueio de eventuais ativos em território norte-americano e teve proibidas quaisquer transações com cidadãos ou empresas dos EUA. No caso de Viviane, que havia sido sancionada dias depois, as acusações se ancoravam na tese de que ela teria se beneficiado indiretamente das decisões tomadas pelo ministro no âmbito das investigações sobre ataques à democracia.

Segundo a imprensa norte-americana e brasileira, o recuo do governo Trump se apoiou em dois pilares: a mudança de orientação da política externa dos Estados Unidos em relação ao Brasil e a avaliação interna de que a inclusão do ministro havia sido precipitada, impulsionada por pressões políticas de grupos alinhados à extrema direita internacional. A reversão atende, portanto, a uma reconfiguração estratégica maior, que envolve a tentativa de reconstrução de canais institucionais com o governo Lula, considerado essencial para os interesses dos EUA na América do Sul.

Lula Trump Moraes Magnitsky
Com encontros e telefonemas, Lula vem pavimentando nova relação com os EUA. Foto: Ricardo Stuckert/PR

No Itamaraty, a retirada das sanções foi tratada como consequência direta do diálogo retomado nos últimos meses. A chancelaria brasileira intensificou esforços desde que Trump assumiu um tom mais pragmático com Brasília após o encontro bilateral de outubro. Na ocasião, Lula e Trump firmaram compromissos que incluíram a revisão de medidas punitivas e a criação de um grupo de trabalho para reposicionar temas sensíveis da relação bilateral. Esse movimento já havia resultado na suspensão de tarifas e sanções econômicas aplicadas no início do governo Trump; agora, alcança também o terreno institucional e judicial.

Em Washington, porta-vozes do Tesouro afirmaram que a revisão das sanções se deu após “análise aprofundada de informações complementares”, sem detalhar o conteúdo das justificativas. A decisão foi interpretada por analistas como um gesto inequívoco de deferência ao governo brasileiro, especialmente considerando a pressão exercida por parlamentares republicanos próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que defendiam a manutenção das sanções. Para esses setores, Moraes simbolizaria uma alegada perseguição ao bolsonarismo; já para o governo norte-americano, prevaleceu a lógica estratégica.

O gesto também tem impacto interno no Brasil. Desde que as sanções foram aplicadas, o governo Lula e o STF reagiram com firmeza, classificando a decisão como indevida, unilateral e baseada em informações distorcidas. A inclusão de um ministro do Supremo em uma lista de punições internacionais foi tratada como afronta à soberania brasileira e gatilho para um raro alinhamento entre Executivo e Judiciário. Com a retirada, auxiliares de Lula avaliam que se encerra um capítulo de tensão que havia potencial para provocar danos duradouros na relação entre os dois países.

Além disso, a decisão norte-americana ocorre em meio a um contexto de ofensiva coordenada do STF e das instituições brasileiras contra redes golpistas e campanhas de desinformação que culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Moraes tem desempenhado papel central nesses processos, conduzindo investigações contra articuladores e financiadores da tentativa de ruptura institucional. As sanções haviam sido comemoradas por figuras da extrema direita brasileira e internacional como uma vitória política, na tentativa de deslegitimar as ações do Supremo.

A reversão dessas punições, contudo, enfraquece essa narrativa. Também reforça o posicionamento internacional do STF, que buscou apoio de entidades e cortes estrangeiras desde o episódio. A normalização do relacionamento com Washington tende a reduzir ruídos futuros e contribui para estabilizar a interlocução institucional.

Ainda que o governo Trump não tenha explicitado a relação entre a retirada das sanções e a recente reaproximação diplomática com Lula, fontes consultadas pela imprensa brasileira afirmam que o processo de revisão foi acelerado após conversas diretas entre chanceleres e assessores de alto escalão. A Casa Branca reconhece o peso geopolítico do Brasil e vê na cooperação com Lula um instrumento para contrabalançar influências adversárias na região, especialmente no contexto de disputas entre EUA e China.

O impacto político da decisão também se estende ao cenário doméstico norte-americano. Trump, que busca ampliar sua base internacional de apoio e apresentar uma imagem de estadista capaz de reordenar alianças, utiliza o gesto como sinal de flexibilidade e pragmatismo, diferenciando-se do discurso mais agressivo adotado nos primeiros meses de seu governo.

Para o governo Lula, a retirada das sanções representa vitória diplomática e simbólica. É, ao mesmo tempo, um reconhecimento tácito da legitimidade das ações do STF e da necessidade de diálogo institucional entre as duas democracias. O episódio consolida a retomada do relacionamento bilateral em novos termos e sinaliza que a política externa brasileira recupera capacidade de articulação mesmo diante de um cenário internacional polarizado.

Eduardo Bolsonaro lamenta

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) recebeu com ‘pesar’ a notícia de que o governo dos Estados Unidos retiraram as sanções contra Moraes. Em uma nota postada no X, antigo Twitter, o deputado disse que a sociedade brasileira perdeu uma “janela de oportunidade” para “enfrentar seus próprios problemas estruturais”. Segundo ele, “a falta de coesão interna e o insuficiente apoio às iniciativas conduzidas no exterior contribuíram para o agravamento da situação atual”.

Grande SP ainda tem 620 mil imóveis sem energia

Depois de dois dias do vendaval que atingiu os municípios da Grande São Paulo (SP), a região metropolitana ainda tem mais de 620 mil imóveis sem energia, segundo o último boletim publicado pela Enel nesta sexta-feira (12). Entenda na TVT News.

A Enel alega que restabeleceu o “fornecimento de energia para cerca de 1,8 milhão de clientes, dos 2,2 milhões afetados por um ciclone extratropical que atingiu nossa área de concessão na quarta-feira (10)”. E que ainda trabalha para reestabelecer o fornecimento de luz para 830 mil clientes (9,8% da base da distribuidora).

Segundo dados da empresa, as cidades mais afetadas da Grande SP são: Embu (26,67% dos moradores ficaram sem energia), Juquitiba (20,93%) e Embu-Guaçu (21,07%). Os números representam a proporção de clientes com energia e os que lidam com o apagão. As informações são referentes a atualização do meio dia.

Já a capital paulista é que concentra o maior volume de imóveis afetados pela falta de luz. São 566 mil locais sem energia em toda a cidade. O município de Embu aparece em segundo lugar com 28 mil moradores. Na sequência, para fechar o top 3, está Cotia com 26 mil pontos afetados.

A Enel alega que os problemas foram causados “por um vendaval considerado histórico pelo Inmet, que perdurou por cerca de 12 horas ontem. As rajadas alcançaram 98 km/h, provocaram a queda de árvores e lançaram galhos e outros objetos sobre nossa rede elétrica.”

“O evento climático causou danos severos à nossa infraestrutura elétrica, afetando o fornecimento em diversas regiões. Para acelerar a recomposição do sistema, mobilizamos cerca de 1.600 equipes em campo ao longo do dia”, disse a Enel.

Porém na quinta-feira (11), a TV Globo sobrevoou sedes da companhia elétrica e avistou milhares de carros oficiais parados nos estacionamentos. A Enel justificou que os carros parados pertencem a equipes de diferentes turnos.

Imagem: Enel SP/Reprodução

Impacto da falta de luz em SP

A falta de energia tem prejudicado moradores e comerciantes ao impossibilitar o funcionamento de equipamentos essenciais, como geladeiras para conserva de alimentos, abastecimento de água e a infraestrutura da mobilidade urbana com a falta de semáforos.

Em SP, trabalhadores reclamam por não conseguirem realizar suas funções de casa por estarem na modalidade de home office. Restaurantes e bares estão fechados por não conseguirem atender a demanda e estão perdendo produtos.

Os Aeroportos de Congonhas e Guarulhos também interromperam decolagens nos últimos dias, o que causou caos e cancelamento de 400 voos. O funcionamento normalizou apenas na manhã desta sexta-feira (12).

Até o momento, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não se pronunciou sobre a situação. As últimas publicações nas redes sociais são referentes a segurança pública. O mais recente é uma publicidade anunciando a realização de cinco operações da Polícia Civil.

A antepenúltima fala sobre a participação do governador na formatura de 2.518 novos soldados da Polícia Militar.

Enquanto isso, 624.624 moradores de SP seguem sem luz.

Saiba mais notícias no jornal TVT News Primeira Edição

Congresso inimigo do povo: organizadora destaca indignação popular contra impunidade

A mobilização nacional marcada para este domingo, 14 de dezembro, promete ocupar as principais capitais do país em resposta à aprovação, pela Câmara dos Deputados, do PL da Dosimetria que abre brechas para reduzir penas de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Em São Paulo, o ato organizado por centrais sindicais, movimentos sociais e frentes populares levará à Avenida Paulista o mote “Congresso inimigo do povo”, expressão que sintetiza o clima de indignação crescente nas ruas e nas redes. Leia em TVT News.

A dirigente da CUT–São Paulo, Luana Bife, que integra a organização da mobilização, afirma que o momento exige firmeza, articulação e ampla participação popular. Em entrevista ao Jornal TVT News Primeira Edição, Luana classificou a aprovação do projeto como um “show de horrores” conduzido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta.

Para ela, o texto aprovado representa “uma forma de anistia” aos responsáveis pela tentativa de golpe e pelos ataques ao Estado Democrático de Direito. A dirigente é categórica ao afirmar que o PL é, em essência, “o PL da impunidade e da injustiça”, por abrir brechas capazes de beneficiar indivíduos já condenados por participação nos atos antidemocráticos.

Segundo Luana, enquanto a população espera soluções para problemas concretos, o Congresso se dedica a iniciativas que caminham na direção oposta às necessidades do país. Ela cita as principais pautas que, em sua visão, deveriam estar no centro da agenda legislativa: o fim da escala 6×1, a taxação dos super-ricos e a ampliação de políticas públicas essenciais ao povo trabalhador. “Esse Congresso deveria estar discutindo o que é inerente ao povo brasileiro, mas está de costas para quem o elegeu”, afirmou.

A dirigente também lembrou episódios que marcaram a sessão de votação e simbolizam, para ela, o retrocesso democrático representado pela aprovação da proposta. Entre eles, a retirada forçada do deputado Glauber Braga do plenário, o corte da transmissão oficial e a violência dirigida a jornalistas e trabalhadores da imprensa que tentavam registrar o que ocorria. “Isso remete a tempos sombrios da nossa história, como o período da ditadura de 64”, disse. Para Luana, esse tipo de conduta reforça a urgência de mobilização popular diante da ameaça de um novo ciclo de impunidade para golpistas.

A expectativa para o domingo, segundo a dirigente, é de um ato tão grande quanto, ou maior, que o do último 21 de setembro, que levou milhares às ruas contra a chamada PEC da Impunidade. Ela relata que o clima nas redes sociais é de intensa movimentação, com coletivos, artistas e organizações multiplicando convocações. Na preparação, CUT, frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além de diversos movimentos sociais, realizaram reuniões de alinhamento e ampliaram o esforço de convocação. “Há uma indignação enorme que será colocada para fora no domingo”, afirmou.

Questionada sobre críticas logísticas à manifestação anterior, especialmente relacionadas ao som do carro utilizado na Paulista, Luana disse que a organização vem trabalhando para melhorar a estrutura e garantir um ato mais robusto. Além disso, ela reforçou que a prioridade é concentrar forças na mobilização e nas pautas centrais que definem o sentido político do protesto.

A dirigente também comentou a presença de artistas e personalidades públicas no processo de convocação e destacou que Caetano Veloso, que já havia manifestado apoio aos atos de setembro, voltou a chamar a população às ruas. A expectativa, segundo ela, é de novas presenças confirmadas até o domingo.

O ato está marcado para as 14h na Avenida Paulista, com concentração no vão livre do MASP. As manifestações ocorrerão simultaneamente em diversas capitais e cidades do país, todas unificadas pelo mote “Congresso inimigo do povo – sem anistia para golpistas”.

A TVT acompanhará as manifestações em tempo real por meio das redes sociais e, às 18h, exibirá um programa especial com balanço nacional dos atos em São Paulo, Rio de Janeiro e demais capitais. O especial reunirá análises, imagens e informações atualizadas sobre a jornada de mobilização, reforçando o compromisso da emissora com a cobertura democrática e crítica do cenário político do país.

Projeto cria política de proteção de defensores de direitos humanos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou, nesta sexta-feira (12), ao Congresso Nacional, o Projeto de Lei da Política Nacional de Proteção a Defensores de Direitos Humanos. A proposta do governo é consolidar um marco normativo que garanta condições mais seguras e plenas para a atuação de pessoas, grupos e coletivos na defesa dos direitos fundamentais no Brasil. Leia em TVT News.

“Infelizmente, o Brasil é um dos países que mais mata defensoras e defensores dos direitos humanos. Por isso, a aprovação e a implementação da política de proteção que encaminhamos hoje ao Congresso Nacional é tão necessária e é urgente”, disse ao participar da 13ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos (ConDH), que ocorre desde quarta-feira (10), em Brasília. A última edição do evento foi em 2016.

Na avaliação do presidente, a ascensão da extrema-direita ao redor do mundo provocou uma “inédita onda de negacionismo dos valores humanistas”, fortalecendo “fantasmas estruturais”, como machismo e racismo.

“Os inimigos dos direitos humanos miram grupos tradicionalmente vulnerabilizados, negros, mulheres, idosos, pessoas com deficiência, indígenas, quilombolas, pessoas em situação de rua, a população LGBTQIA+. [Esses grupos] são alvos preferenciais dos negacionistas dos direitos humanos”, disse Lula.

“Eles não se contentam em discriminar, espalhar o ódio e o preconceito. Tentam calar a todo custo a voz de quem está na linha de frente no combate ao racismo, à misoginia e a homofobia”, acrescentou o presidente, ao pedir o engajamento dos ativistas na pressão pela aprovação do projeto no Congresso.

Condenações

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, explicou que o PL responde às condenações do Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos. “Ele propõe um sistema permanente, federativo, interministerial e capaz de proteger vidas, vidas que defendem territórios, florestas, culturas e a própria democracia”, defendeu.

Em junho de 2022, o país foi responsabilizado pela violação dos direitos à verdade e à proteção da família de Gabriel Sales Pimenta, jovem advogado assassinado em 1982 aos 27 anos de idade. Com atuação na defesa dos direitos dos trabalhadores rurais, ele foi alvejado por tiros quando saía de um bar na cidade de Marabá, no Pará.

Em fevereiro deste ano, o Estado brasileiro foi novamente condenado por omissão na investigação do assassinato do trabalhador rural Manoel Luis da Silva, morto a tiros por funcionários de uma fazenda, em maio de 1997, na Paraíba. E em março, a Corte novamente responsabilizou o Brasil pelo desaparecimento do trabalhador rural Almir Muniz da Silva, membro da Associação de Trabalhadores Rurais de Itabaiana, na Paraíba, que desapareceu em 29 de junho de 2002.

Segundo dados das Nações Unidas, de 2015 a 2019 foram registrados 1.323 assassinatos de defensores de direitos humanos em todo o mundo, sendo que 174 em território brasileiro, o que corresponde a 13% do total.

Portaria

A ministra Macaé Evaristo também assinou a portaria, em conjunto com o Ministério das Mulheres, que institui o Fórum de Enfrentamento à Violência contra Mulheres em Situação de Rua.

Outro ato firmado, em conjunto com o Ministério da Saúde, foi a portaria que cria o programa Raízes da Cidadania. O objetivo é combater o sub-registro de nascimentos e aprimorar o registro civil nos estabelecimentos de saúde que realizam partos no Brasil.

Segundo a ministra  Macaé Evaristo, hoje ainda há 77 mil crianças de até 5 anos de idade sem registro civil. “O programa responde a esse desafio, garantindo que a certidão de nascimento seja emitida na própria maternidade, um passo fundamental para a dignidade desde o primeiro dia de vida”, disse.

Nesta sexta-feira, a ministra Macaé Evaristo também assinou a portaria que institui o Plano Nacional de Proteção a Defensoras e Defensores de Direitos Humanos, de 2025 a 2035. A medida é um trabalho conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Mensagem

Durante o evento, o presidente Lula ainda assinou mensagem de envio ao Congresso Nacional da Convenção Interamericana Contra Todas as Formas de Discriminação e Intolerância. Ela entrou em vigor em 2020 e, após aprovação dos parlamentares, poderá ser ratificada pelo Brasil.

O tratado define os conceitos de discriminação e intolerância e pode ajudar a estabelecer parâmetros jurídicos para o seu combate, tanto no plano regional, quanto no nacional.

Conferência

A 13ª ConDH marca a retomada do evento após um hiato de quase 10 anos, para “promover um espaço de diálogo plural, democrático e participativo para a formulação de diretrizes que subsidiem a construção e implementação de um Sistema Nacional de Direitos Humanos robusto e eficaz”.

Desde o início do ano, foram mobilizados ativistas nos 26 estados e no Distrito Federal, por meio de mais de 200 etapas estaduais, regionais e livres que receberam mais de 670 propostas de políticas de promoção e defesa dos direitos fundamentais.

A presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), a defensora pública federal Charlene Borges, destacou que a presença do presidente no evento simboliza o compromisso do Estado brasileiro com a participação social, com o diálogo federativo e com a dignidade humana como valor constitucional.

“Precisamos devolver ao povo brasileiro aquilo que lhe pertence por direito, que é a participação direta na construção das políticas públicas que impactam a vida de todos os cidadãos”, defendeu, ressaltando que a diversidade de vivências dos delegados e observadores ampliam a capacidade de compreender as múltiplas formas de violação de direitos humanos.

“População quilombola, povos indígenas, ribeirinhos, povos ciganos, comunidades tradicionais, população negra, população em situação de rua, migrantes, refugiados, população LGBT a mais, pessoas com deficiência e tantos grupos vulnerabilizados compõem toda riqueza e toda complexidade da sociedade brasileira”, acrescentou.

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil