Acordo União Europeia-Mercosul pode transformar o comércio brasileiro?

Com a promessa de tarifas reduzidas e maior acesso ao mercado europeu, o Brasil tem a chance de reformular seu papel no comércio global
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Presidente Lula com a Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen. Foto: Ricardo Stuckert/PR

As negociações entre a União Europeia e o Mercosul voltaram a ganhar destaque nas últimas semanas, impulsionadas pela viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Nova York, onde participou da Assembleia Geral da ONU. Durante as conversas bilaterais, Lula reafirmou a importância da conclusão do Acordo União Europeia-Mercosul, que pode representar um avanço significativo para o comércio internacional.

Com um mercado de mais de 200 milhões de consumidores, o Brasil tem um papel central no Mercosul, mas ainda é considerado um país com políticas comerciais protecionistas em diversos setores. É normal que empresas estrangeiras enfrentem dificuldades para ingressar no mercado brasileiro devido às altas tarifas de importação e complexidades burocráticas.

Dados da How2Go, multinacional espanhola especializada na internacionalização de empresas, mostram que as exportações brasileiras para a União Europeia representam 16% das exportações totais, com 42,4 bilhões de dólares gerados em 2023​. No entanto, setores importantes da economia brasileira, como o de tecnologia e alimentos, ainda enfrentam dificuldades para expandir suas operações no mercado europeu devido às barreiras tarifárias e regulatórias.

A assinatura do acordo poderia remover parte dessas barreiras, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros e facilitando a entrada de empresas nacionais em mercados europeus. “Se implementado, o acordo abre uma janela de oportunidades para o Brasil exportar mais e melhor, além de atrair investimentos estrangeiros”, comenta Marcelo Vitali, diretor da How2Go no Brasil. 

Apesar dos avanços, o acordo ainda enfrenta obstáculos, principalmente no que diz respeito às questões ambientais. A União Europeia tem pressionado o Brasil a adotar políticas mais rígidas de combate ao desmatamento, condição fundamental para que o tratado seja concluído. O governo brasileiro, por sua vez, tem buscado soluções que possam viabilizar a assinatura do acordo, sem prejudicar o crescimento econômico.

Na última segunda-feira (30), Lula afirmou em discurso na Cidade do México, onde estava para a posse da nova presidente do país mexicano, Claudia Sheinbaum, que espera concluir o Acordo União Europeia-Mercosul ainda neste ano. “E quero dizer para os companheiros empresários mexicanos: ainda esse ano, se Deus quiser, nós vamos fechar o acordo Mercosul e União Europeia. Está pronto. E o Brasil está pronto para assinar esse acordo”, declarou o presidente. 

O cenário atual coloca o comércio exterior no centro das atenções, com expectativas de que o Acordo Mercosul-União Europeia possa impulsionar setores estratégicos da economia brasileira e fortalecer as relações comerciais entre os blocos.

Com Assessoria de Imprensa

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