Durante as tratativas para dar um golpe de Estado, militares bolsonaristas próximos ao ex-presidente inelegível tramaram a “neutralização” do ministro Alexandre de Moraes. Na época, em 2022, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) também ocupava o cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Assim, como o objetivo era derrubar a democracia e manter Bolsonaro ilegalmente no poder, a Justiça Eleitoral era alvo óbvio.
De acordo com relatório da PF, que finaliza um inquérito de mais de dois anos de vasta investigação, houve tentativa de fato para matar ou sequestrar Moraes. Essa tentativa não alcançou sucesso por “circunstâncias alheias à vontade” dos executores. Uma série de erros (e sorte para o ministro) impediram o atentado. Em diferentes tratativas, militares do Exército e pessoas próximas a Bolsonaro chamavam Moraes de “centro de gravidade”.
Moraes: centro de gravidade e poder
A PF explica o que isso significa. “A definição de “centro de gravidade” descrita no glossário de
Termos e Expressões para Uso no Exército (2018) não deixa qualquer dúvida de que a organização criminosa tinha o objetivo de “neutralizar” o ministro, então presidente do TSE, que seria o principal obstáculo ao êxito do plano golpista para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder”, informa o relatório.
“Diz o documento: Centro de Gravidade (CG) significa ‘Fonte de força, poder e resistência física ou moral que confere ao contendor, em última análise, a liberdade de ação para utilizar integralmente seu poder de combate. O CG, uma vez conquistado ou atingido, poderá resultar no desmoronamento da estrutura de poder, uma vez que se trata de um ponto de equilíbrio que dá coesão às forças, à estrutura de poder e à resistência do adversário, sustendo o seu esforço de combate. Existe em todos os níveis decondução da guerra.”
Então, de acordo com as investigações, a organização criminosa que tinha como um dos líderes e principal beneficiário das ações golpistas Jair Bolsonaro elaborou e executou um plano, com militares, com formação em Forças Especiais do Exército, para “prender/executar” Moraes no dia 15 de dezembro de 2022.
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