8 de janeiro: Relógio histórico, quadro de Di Cavalcanti e outras obras são restauradas

Restaurações de obras danificadas no 8 de janeiro foram realizadas pela UFPel em parceria com Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
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Relógio histórico foi restaurado e está de volta ao patrimônio público. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Democracia fortalecida: no ato que marca os dois anos do 8 de janeiro as obras de arte destruídas pelos golpistas são devolvidas ao patrimônio público. Veja em TVT News.

Dois anos do 8 de janeiro são marcados pela restauração das obras de arte

Após dois anos dos atos golpistas e bolsonaristas do dia 8 de janeiro de 2023, foi realizado evento que simboliza a defesa da democracia. Obras que precisaram de restauração por terem sido danificadas pelos golpistas foram reintegradas ao Palácio do Planalto. Dentre elas, está o quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, avaliado em R$8 milhões.

O processo de restauração foi realizado por pesquisadores ligados ao curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Também foi necessário contar com a colaboração da embaixada da Suíça que fez a ponte com pesquisadores suíços.

Em discurso, a primeira-dama Janja da Silva, ressaltou que o projeto de restauração após os danos de 8 de janeiro foi conduzido por mulheres. Para ela, a preservação da memória pela arte e a cultura “não é apenas uma homenagem ao passado, mas também um compromisso com o futuro”.

Durante a fala de Janja, sua voz foi interrompida por um som agudo. Era o relógio de pêndulo do século XVII trazido ao Brasil por Dom João VI. Feito por Balthazar Martinot, a obra é composta por casco de tartaruga e com um bronze raro. O relógio foi jogado ao chão e perdeu sua caixa. Devido ao dano e o material, foi necessário enviar o que restou para uma equipe na Suiça para trabalhar nos reparos.

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Obra As mulatas, de Di Cavalcanti, passou por restauro após ser vandalizada com sete cortes em 8 de janeiro — Foto: Nauro Jr./UFPel

Após ser atrapalhada pelo pequeno sinal que marcava ser 10h00, Janja reafirmou: o relógio está de volta em pleno funcionamento, assim como as outras 20 obras que haviam sido depredadas pelos vândalos.

Para a restauração das demais obras a equipe composta por pesquisadores da UFPel e do IPHAN tiveram que ir até Brasília, pois as obras não podiam sair do palácio. Além do desafio da reparação, os profissionais enfrentaram mais uma dificuldade: As enchentes em maio de 2024 no Rio Grande do Sul.

Aeroporto fechado, os pesquisadores precisaram se replanejar para conseguirem continuar o trabalho em Brasília. No total, foram um ano e meio de trabalho de reparação nas obras de arte do Palácio do Planalto.

A primeira-dama também destacou o papel fundamental dos trabalhadores da limpeza após o dia 8 de janeiro. Graças ao cuidado e à dedicação deles, foi possível reunir todos os mais de 180 pedaços do vaso italiano de cerâmica.

Janja ainda destacou que a medida de reparar e restaurar as obras de arte danificadas no 8 de janeiro é uma forma de estabelecer a importância de preservar a cultura brasileira como ferramenta necessária para manter viva a história do país. Ela ainda relembrou a atuação de Fernanda Torres em Ainda Estou Aqui que rendeu um Globo de Ouro à atriz nesta semana. O longa conta a história de Eunice Paiva que teve de sobreviver após a morte de seu esposo Rubens Paiva pela ditadura militar de 1964.

Veja o evento que celebra a democracia que aconteceu no dia 8 de janeiro de 2025

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