Em 30 de janeiro, Dia do Quadrinho Nacional, a Itaú Cultural Play, plataforma de streaming gratuita de cinema brasileiro, celebra a data com a coleção Quadrinhos, destinada à intersecção entre audiovisual, HQs e lançamentos. Ela terá dois curtas-metragens, um longa-metragem, entre animações e documentários, e cinco episódios da segunda temporada do Caminhos da HQ, série do IC que explora temas relacionados à cena deste segmento no país, como representatividade e produção independente. A coleção relembra e homenageia grandes nomes do quadrinho brasileiro, como Laerte Coutinho e Jayme Cortez, mestre do terror.
Estreia na plataforma, o curta-metragem O retrato do mal (2021), de Márcio Júnior e Márcia Deretti, é uma adaptação da HQ de mesmo nome de Jayme Cortez, um dos expoentes dos quadrinhos de terror no Brasil, lançada em versões nas décadas de 60 e 70. Trabalho de doutorado de Júnior, a animação conta a história de Gascon, um artista que dedicou toda a sua existência à procura da obra-prima do horror. O filme, que incorpora o traço de Cortez, foi exibido em festivais brasileiros e internacionais de cinema, animação e terror.
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Outros lançamentos são cinco episódios da série Caminhos da HQ, com entrevistas de quadrinistas e editores brasileiros sobre diferentes temas, realizada pelo Itaú Cultural. No episódio Produção Independente, os artistas Marcelo D’Salete, Klebs Junior, Marcatti, Carol Rossetti e Daniel Esteves, entre outros, falam sobre a cena do HQ e suas transformações ao longo dos anos, com a popularização dos meios de publicação autônomos.
Já Mulheres e HQ, como o próprio título sugere, traz depoimentos de cartunistas sobre a importância da representação feminina nas histórias e nos bastidores dos HQs. Participam do episódio Germana Viana, Carol Rossetti, Ana Recalde e Cris Eiko.
Com presença dos editores e jornalistas João Varella (editora Lote 42), Sidney Gusman (Mauricio de Sousa Produções) e Ramon Vitral (Série Postal), e dos quadrinistas Laudo Ferreira, Bianca Pinheiro e Mario Cau, o episódio sobre Edição aborda vários aspectos do ofício, desde o posicionamento de balões de fala à importância do diálogo entre cartunista e editor. Há também espaço para refletir sobre a relação com o público, tema de episódio que entrevista Laura Athayde, Fernanda Nia, LoveLove6, Lino Arruda, entre outros.
LoveLove6, autora de Sheiloca, HQ que explora pautas femininas, e Lino Arruda, ativista trans e autor de Monstrans: experimentando horrormônios, selecionado pelo edital Rumos Itaú Cultural 2017-2018, também aparecem no episódio dedicado a representatividade. Junto a Sirlene Barbosa, professora e coautora de Carolina, biografia em quadrinhos da escritora negra Carolina Maria de Jesus, eles falam sobre a representatividade presente em suas obras e trajetórias. O vídeo traz ainda falas de Sidney Gusman sobre a repercussão da graphic novel sobre racismo Jeremias – Pele, da MSP.
Disponível na IC Play, o curta-metragem A guerra dos gibis (2012), dirigido por Rafael Terpins e Thiago B. Mendonça, mistura animação e documentário. O filme retrata a produção efervescente de quadrinhos eróticos, de crime e de terror que surgiu no Brasil na década de 60, desafiando a censura do regime militar. Na tela, os relatos de artistas e editores da época se misturam a animações de seus próprios personagens. O filme é fruto de uma extensa pesquisa do jornalista Gonçalo Júnior e conquistou vários prêmios, como o de melhor documentário no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e melhor curta documental no Festival de Brasília.
Comédia nonsense e ousada do cineasta gaúcho Otto Guerra, A cidade dos piratas (2018) é o longa-metragem de destaque. Inspirada na obra de Laerte Coutinho, em especial na série Piratas do Tietê, a animação intercala histórias fictícias e reais, como a transição de gênero da amiga e a própria realização do filme, durante a qual Guerra descobriu um câncer. No ano de estreia, a produção recebeu Menção Honrosa no 46º Festival de Cinema de Gramado e prêmios de melhor direção e melhor roteiro no 25º Festival de Cinema de Vitória, no Espírito Santo.
O acesso à Itaú Cultural Play é gratuito, disponível no site, nas smart TVs da Samsung, LG e Apple TV, nos aplicativos para dispositivos móveis (Android e iOS) e Chromecast.
O retrato do mal (2021)
De Márcio Júnior e Márcia Deretti
Por séculos, muitos artistas têm sido vaidosos, arrogantes e pretensiosos. Mas ninguém como Gascon, que dedicou toda a sua existência à procura da obra-prima do horror. Animação baseada numa HQ de um dos mestres do terror e dos quadrinhos brasileiros: Jayme Cortez.
Com legendas descritivas
A guerra dos gibis (2012)
De Rafael Terpins e Thiago B. Mendonça
Uma criativa produção de quadrinhos eróticos, de crime e de terror surge no Brasil dos anos 1960, desafiando os limites da censura. Quadrinistas, editores e personagens como Satã, Chico de Ogum e Maria Erótica retratam os bastidores desse momento histórico, num período de efervescente produção de HQs no país.
A cidade dos piratas (2018)
De Otto Guerra
Um diretor de cinema em crise criativa, um político homofóbico e quixotesco, as personagens dos quadrinhos de Piratas do Tietê e o Brasil conservador dos últimos anos. Por trás de um labirinto de histórias, a vida e a obra de uma artista corajosa e iconoclasta que marca gerações, Laerte Coutinho.
Com legendas descritivas
Produção independente – Caminhos da HQ (2016)
De Claudiney Ferreira
A efervescente produção independente de quadrinhos no Brasil, na visão de artistas que refletem sobre suas produções, eventos, formas de financiamento, divulgação e HQs online.
Mulheres e HQ – Caminhos da HQ (2016)
De Claudiney Ferreira
O protagonismo feminino nas histórias e nos bastidores dos quadrinhos: as autoras falam de suas opções artísticas, diversidade e feminismo, além do trabalho de outras artistas e coletivos.
Edição – Caminhos da HQ (2016)
De Claudiney Ferreira
O ofício da edição, com suas peculiaridades e benefícios para o desenvolvimento de HQs, em depoimentos de editores e artistas da cena brasileira dos quadrinhos.
Público – Caminhos da HQ (2016)
De Claudiney Ferreira
O contato com o público traz uma relação intimista para os leitores e para os autores, que se tornam acessíveis a partir de eventos e encontros. O programa explora o tema a partir da perspectiva de quem produz as HQs.
Representatividade – Caminhos da HQ (2016)
De Claudiney Ferreira
Três autores de quadrinhos falam sobre questões de representatividade presentes em suas obras e trajetórias: LoveLove6 (autora de Sheiloca), Lino Arruda (Monstrans) e Sirlene Barbosa (Carolina). O programa ainda trata da repercussão da HQ sobre racismo: Jeremias – Pele.
Com assessoria de imprensa