Quem é Hugo Motta, favorito à presidência da Câmara

Aliado de Lira deve se tornar o mais jovem presidente da Câmara
Com Motta, Lira quer manter influência na Câmara. Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Aos 35 anos, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) tem tudo para se tornar o mais jovem presidente da Câmara dos Deputados. A eleição para o comando da Casa do Povo está marcada para este sábado, a partir das 16h. Líder do Republicanos, ele conta com o apoio de 18 partidos, do PT ao PL, passando pelo legendas do Centrão, grupo do qual é oriundo.

Mais do que isso, Motta tem no atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o seu principal padrinho e articulador. Foi Lira que viabilizou a sua candidatura, desbancando outros pretendentes de peso, como Elmar Nascimento (União-BA) e Marcos Pereira (Republicanos-SP), que almejavam conquistar o comando da Casa.

Ao mesmo tempo, Lira conseguiu articular tanto o apoio do governo Lula, quanto da oposição liderada por Bolsonaro, abrindo caminho para a provável vitória de Motta. Além disso, ele galvaniza o apoio do chamado baixo clero, representados principalmente nos partidos do Centrão, que tem no PP de Lira e no Republicanos seus principais expoentes.

Além do peso da mão de Lira, que quer ver um aliado como sucessor, Motta é apontado como um parlamentar de bom trânsito entre as diversas correntes. Mais do que isso, ele tem como um dos seus principais atributos a aproximação com figuras que detém o poder na Câmara Baixa. Foi assim com Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara que comandou o golpe do impeachment contra Dilma. Posteriormente, também se aliou a Rodrigo Maia, que também comandou a Casa, antes de se aproximar de Lira.

Para se tornar o novo presidente da Câmara, Motta precisa obter a maioria absoluta dos votos (257). Entretanto, dada o apoio de amplo espectro, a expectativa é que ele possa até mesmo superar o recorde obtido por Lira em 2023, quando angariou 464 votos.

Como todo candidato ao comando da Câmara, Motta promete fazer a defesa do Legislativo. No entanto, assim como Davi Alcolumbre (União-AP) – favorito à presidência do Senado – o provável futuro líder dos deputados deverá enfrentar pressões oriundas do Supremo Tribunal Federal (STF), que pressiona por critérios técnicos e de transparência na aplicação dos recursos das emendas de Comissão, que originou o chamado Orçamento Secreto.

Hugo Motta: biografia

Hugo Motta é médico e foi eleito deputado federal pela primeira vez em outubro de 2010. Ele tem 35 anos e está em seu quarto mandato como deputado federal.  Em 2015, ele foi presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou denúncias de corrupção na Petrobras e, em 2023, foi relator da PEC dos Precatórios, que limitou o valor de despesas anuais com precatórios. É autor de 32 projetos de lei e de 18 propostas de emenda à Constituição.

Azarões disputam com Hugo Motta

Até o momento, os deputados Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) e Marcel van Hattem (Novo-RS) também se apresentaram para disputar o comando da Câmara. O prazo para o registro das candidaturas encerra-se às 13h30 do sábado. A eleição será realizada de forma presencial, com urnas dispostas no Salão Verde e no Plenário.

Henrique Vieira é ator, poeta, professor e pastor da Igreja Batista. Tem 37 anos e está em seu primeiro mandato como deputado federal. Integrou a CPI que investigou os atos golpistas de 8 de janeiro. Já foi vice-líder do governo e integrante de diversas comissões na Casa. É autor do Projeto de Lei 2753/24, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade de aulas de prevenção a abusos sexuais.

Van Hattem é jornalista e cientista político. Ele tem 39 anos e está em seu segundo mandato de deputado federal. Ele é coordenador da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha os danos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O deputado também fez parte do grupo de trabalho (GT) criado na Câmara para discutir o Projeto de Lei 2630/20, que pretende regulamentar as redes sociais e combater as chamadas fake news. É autor de 96 projetos de lei, entre eles vários que tratam da situação de calamidade decretada ano passado em diversos municípios gaúchos.

Ambos os candidatos, no entanto, tem apoio restrito às suas próprias legendas, com candidaturas que servirão apenas para marcar posição, em termos ideológicos.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

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